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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

CARLOS MARIA DE VALLEJO

 

Periodismo, Poesía.

Fecha de nacimiento: 1889.  Lugar de nacimiento: Montevideo - Uruguay.

 Fecha de muerte: 1946.   Disciplina autoral

 

TEXTO EN ESPAÑOL   -   TEXTO EM PORTUGUÊS

 

Extraído de

 

ANTOLOGÍA DE LA POESIA HISPANOAMERICANA. URUGUAY. Madrid: /Compilada por/ Gines Alabreda; Francisco Garfias.  Biblioteca Nueva, 1968.  499 p. 16,5 x 24,5 cm.  Capa dura.  Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

 

SUPERVIVENCIA

 

Te busco en todo, aunque te llevo dentro,
y en la luz del espacio quedo ciego
flotando en las tinieblas como un astro.

En el fracaso de mi vida rota,
con la ansiedad de un niño que no juega
tras el aro infantil de tu recuerdo.

Sobre la pista de mi circo viejo,
tiene una mueca amarga —mi payaso—
partida en dos, como su absurdo traje.

En el rojo secante de mi pecho,
toda la tinta azul de tu crepúsculo
indeleble dejó tu fuerte nombre.

Porque carece de expresión su cuño,
mi medalla de bronce —sin reverso—
en disco de dolor pesa en mi alma.

Colgado de un trapecio sin amarras,
plano tras plano en el astral te busco
sin hacer pie en mi abismo de vacío.

Mas —a pesar del salto sin retorno—
en todo y siempre estás en mí invisible,
como Dios en el Santo Sacramento.

 

 

TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução: Antonio Miranda

 

         SOBREVIVÊNCIA

         Eu te busco em tudo, embora te leve adentro,
e na luz do espaço fico cego
flutuando nas trevas como um astro.

         No fracasso de minha vida rota,
com a ansiedade de um menino que não joga
detrás do aro infantil de tua lembrança.

         Sobre a pista de meu velho circo,
tem um esgar — meu palhaço —
partido em dois, como seu absurdo traje.

         No rubro secante de meu peito,
toda a tinta azul de teu crepúsculo
indelével deixou teu forte nome.

         Porque carece de expressão seu cunho,
minha medida de bronze — sem reverso —
em disco de dor pesa em minh´alma.

         Pendurado de um trapézio sem amarras,
plano após plano no astral te busco
sem fincar pé em meu abismo de vazio

         Mas — apesar do salto sem retorno —
em tudo e sempre em meu invisível,
como Deus no Santo Sacramento.

 

 

 

Página publicada em março de 2019

 

 

 


 

 

 
 
 
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