| Foto  e biografia: https://es.wikipedia.org/wiki/Roberto_Echavarren    ROBERTO ECHEVARREN( URUGUAI )
   É um escritor , professor , crítico , tradutor e  poeta uruguaio . 1  Mudou-se para a Alemanha aos 20 anos depois de ganhar  uma bolsa para estudar filosofia e posteriormente mudou-se para França e  completou o seu doutoramento na Universidade de Paris VIII . Posteriormente  mudou-se para Londres e ingressou na filial local da Frente de Libertação Gay ,  experiência que, segundo Echavarren, foi de crucial importância em sua vida,  ainda mais se considerarmos que no Uruguai da época as pessoas LGBT ainda eram  perseguidas.  Foi professor na Europa, onde lecionou na  Universidade de Londres, e na América, onde atuou como professor durante vinte  anos na Universidade de Nova York e continuou seu trabalho docente na  Universidade de Buenos Aires (Instituto Rojas). ) e atualmente na Universidade  da República (Faculdade de Letras). 3  Traduziu Shakespeare , Nietzsche , John Ashbery ,  Wallace Stevens , Paulo Leminski e Haroldo de Campos . 1 Também escreveu  monografias sobre autores como Felisberto Hernández e Manuel Puig , além de  poesias, romances e ensaios informativos.  Carreira literária _ _  Publicou, e por isso ficou inicialmente conhecido,  livros de poesia, como La Planicie Mojada (1981), Animalaccio (1986), Aura  Amara (1989), Poemas Largos (1990), Universal Ilógico (1994), Oír no es ver  (1994).). Destacou também Performance (2000), que é uma antologia crítica de  seus poemas com outros escritos, elaborada por Adrián Cangi. Junto com José  Kozer e Jacobo Sefamí preparou a amostra da poesia neobarroca da América  Latina, inclusive a brasileira, com o título Medusario , 1996. Em 2012  selecionou uma nova amostra, desta vez de poetas do cone sul ( Argentina,  Chile, Uruguai e também Brasil) que foi publicado sob o nome de "Índios do  Espírito".  Echavarren também  publicou os romances Ave Roc (1994), e The Devil in the Hair (2003) ou contos,  como The Health of the Sick .  Seus livros de ensaio incluem inicialmente dois  estudos notáveis sobre escritores do River Plate: El Espacio de la Verdad:  Felisberto Hernández , 1981; Montagem e alteridade do sujeito: Manuel Puig ,  1986. Também realizou uma interpretação literária mais geral com Margen de  Fiction: Poética da Narrativa Hispano-Americana , 1992. Em seguida, publicou  Arte andrógino: estilo versus moda , 1998, com grande sucesso e várias edições. Recentemente, ele escreveu  Out of Gender: Creatures of Erotic Invention , 2007.  
                    ObraLa Planicie Mojada, 1981; poemas.
 El espacio de la verdad: Felisberto Hernández, Buenos Aires, Sudamericana,  1981; ensayo.
 Animalaccio, 1986; poemas.
 Montaje y alteridad del sujeto: Manuel Puig, Santiago de Chile, Maitén, 1986;  ensayo.
 Aura Amara, 1989; poemas.
 Poemas Largos, 1990.
 Universal Ilógico, 1994.
 Oír no es ver, 1994; poemas
 Ave Roc, Montevideo, Graffiti, 1994; novela.
 Arte andrógino: estilo versus moda, 1998 (aumentado en Montevideo, Brecha,  2008); ensayo.
 Performance, Buenos Aires, Eudeba, 2000.
 Margen de ficción: poéticas de la narrativa hispanoamericana, México, Joaquín  Mortiz, 1992.
 El diablo en el pelo, Montevideo, Ediciones Trilce, 2003.
 Casino Atlántico, Montevideo, Artefato, 2004; poemas.
 Centralasia, Buenos Aires, Tse-tse, 2005; poemas.
 Andrógino Onetti, 2007.
 Fuera de género: criaturas de la invención erótica, Buenos Aires, Losada, 2007
 El expreso entre el sueño y la vigilia, Montevideo, Premio Fundación Nancy  Bacelo, 2009.
 Ruido de fondo, Santiago de Chile, Cuarto Propio, 2009.
 Yo era una brasa, Montevideo, HUM, 2009.
 La salud de los enfermos, Montevideo, HUM, 2010; relatos.
 Porno y postporno, Montevideo, HUM, 2011; ensayo (en colaboración con Ercole  Lissardi y Amir Hamed)
 Las noches rusas. Materia y memoria,56 La Flauta Mágica, 2011.
   TEXTO EN ESPAÑOL  -  TEXTO EM PORTUGUÊS VOCES DE LA POESÍA  URUGUAYA RECIENTE: AUSTERO DESORDEN. Editoras: María José Bruña Bragado; Valentina Litvan Shaw.  Madrid: Editorial Verbum, 2011.  164 p.        15x22 cm.  ISBN 978-84-7962-701-0
           EL  FRÍO BRUTAL ME DESPERTÓAbstraído por la magia de aquel juego
 me había olvidado de mí mismo,
 incapaz de juzgar si estaba  soñando o no.
 Una luz lejana resplandeció en  medio de su rostro,
 un resplandor diminuto prendió en  la misma
 pupila del muchacho.
 Aquel  iluminado parecía navegar sobre el negro
 [de la noche.
 Daba la impresión de que miraba  las tinieblas,
 no  menos indescriptible, tan poco material
 que debía ser también él  transparente.
 Se recortaba sobre el fondo en  forma semejante
 a las imágenes sobreimpresas en  una película:
 el conjunto poseía una unidad  fantástica
 que penetraba el corazón  y lo trastornaba.
 La misma intensidad de mi atención
 prestaba fijeza a aquel ojo,
 ponía en su mirada un rayo de  dureza feroz.
 Aún siendo inocentes, los ojos del  joven
 poseían una luz capaz de iluminar  el universo
 y sin saber exacto cómo ni por qué
 me sentí atraído por él.
 “¿De qué puedo quejarme?”
 Un ligero rubor cubrió sus  cachetes,
 bajó la frente, clavó la mirada en  el suelo.
 El  rígido cuello de la chuba,
 un tanto separado del suyo,
 permitía profundizar en el amplio  abanico de la
 [espalda:
 debajo su vello tostado de polvos
 hacía pensar en una tela de lana
 o tal vez en el pelaje de un  animal.
 Bajo su preciosa chuba
 vestía una camisa de algodón de  procedencia china
 con cierre relámpago,
 unos pantalones azules metidos en  las botas
 y calcetines amarillos.
 La manga se había deslizado hasta  el codo
 revelando el rojo intenso  resplandeciente del forro
 sobre la tética del corazón.
 
 Ahora llevaba el moño un tanto  deshecho;
 mis dedos permanecían  impacientes,
 tan grande era el deseo de  tocarlo
 que hasta las manos se me  humedecían de deseo.
 Pero su mano estaba más caliente  todavía.
 
 Me trajo leche hirviendo.
 Se fue pelando todo.
 Su piel llameaba hasta la planta  de los pies desnudos
 que intentaba disimular con una  gracia un tanto
 [provocativa.
 Se dedicó a desatar la crenchas  largas y negras:
 una a una apartó y cortó las  cintas
 que sujetaban el rodete,
 agitó la cabeza para hacer caer
 la cabellera suelta sobre sus  espaldas
 con una gracia que recordaba la  de un dandy
 ligeramente afeminado.
 “¡En mi vida había visto tanto!”
 La almohadilla de pelo postizo  que sostenía el moño
 ardía por la parte que se apoyaba  en la cabeza.
 Cuando no se ocupaba en peinar su  cabello
 venía a sentarse conmigo.
 Su lánguida y distinguida figura
 contrataba con su porte  flemático.
 En su apariencia no había nada
 que permitiese adivinar su  naturaleza.
 
 (De Centralasia, 2005]
 
 
 TEXTO EM PORTUGUÊSTradução de ANTONIO MIRANDA
    O FRIO BRUTAL  ME DESPERTOUAbstraído  pela magia daquele jogo
 eu havia esquecido de mim mesmo,
 incapaz de julgar se estava sonhando  ou não.
 Uma luz distante resplandeceu no  meio de seu rosto,
 um resplendor diminuto prendeu na própria
 pupila do garoto.
 Aquele  iluminado parecia navegar sobre o negro
 [da noite.
 Dava a impressão de que olhava as  trevas,
 não  menos indescritível, tão pouco material
 que devia ser também ele  transparente.
 Se recortava sobre o fundo de  forma semelhante
 às imagens sobre-impressas numa  película:
 o conjunto possuía uma unidade  fantástica
 que penetrava o coração  e o transtornava.
 A mesma intensidade de minha atenção
 prestava firmeza àquele olho,
 colocava em seu olhar um raio de  dureza feroz.
 Embora sendo inocentes, os olhos do  jovem
 possuíam uma luz capaz de iluminar  o universo
 e sem saber exato como nem porquê
 me senti atraído por ele.
 “De que devo queixar-me?”
 Um ligeiro rubor cobriu suas bochechas,
 desceu à  frente, cravou o olhar no solo.
 O  rígido pescoço da chuba,
 um tanto separado do seu,
 permitia aprofundar no amplo abanador  das
 [costas:
 debaixo seu cabelo coberto de pó
 fazia pensar numa tela de lã
 ou talvez  pelagem de um animal.
 Debaixo de sua preciosa chuba
 vestia uma camisa de algodão de  procedência chinesa
 com feixe relâmpago,
 umas calças azuis metidas nas  botas
 e meias amarelas.
 A manga havia deslizado até el cotovelo
 revelando o rubro intenso  resplandescente do forro
 sobre la tética do coração.
 
 Agora levava o cabelo um tanto  desfeito;
 meus dedos permaneciam  impacientes,
 tão grande era o desejo de tocá-lo
 que até as minhas mãos se umedeciam  de desejo.
 Mas a sua mão estava mais quente ainda.
 
 Trouxe-me leite fervendo.
 E foi pelando tudo.
 Sua pele incendiava até a planta dos  pés desnudos
 que tentava dissimular com uma  graça um tanto
 [provocativa.
 Dedicou-se a desatar as tranças longas  e negras:
 uma a tuba separou e cortou as  cintas
 que sujeitavam o rodízio,
 agitou a cabeça para fazer cair
 a cabeleira solta sobre suas costas
 com uma graça que recordava a de  um dandy
 ligeiramente efeminado.
 “Em minha vida havia visto  tanto!”
 A almofada de pelo postiço que  sustentava o laço
 ardia pela parte que se apoiava na  cabeça.
 Quando não se ocupava en pentear  seu cabelo
 vinha a sentar-se comigo.
 Sua lânguida e distinta figura
 apoiava-se em seu porte fleumático.
 Em sua aparência não havia nada
 que permitisse adivinhar sua  natureza.
 
 (De Centralasia, 2005]
 
 * VEJA e LEIA  outros poetas do URUGUAI em nosso  Portal: http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/uruguai/uruguay.html Página  publicada em novembro de 2023 
 |