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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MARIA ALBERTA MENÉRES

 

Maria Alberta Rovisco Garcia Menéres ComM (Vila Nova de GaiaMafamude25 de agosto de 1930 — Lisboa15 de abril de 2019) foi uma escritora e poeta portuguesa.

Licenciada em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, teve um bom percurso escolar. Escreveu o primeiro livro em 1952, com o título Intervalo. Em 1960, Água-Memória, valia-lhe o prémio do Concurso Internacional de Poesia Giacomo Leopardi.

De 1965 a 1973 foi professora nos Ensinos Técnicos, Preparatório e Secundário, tendo lecionado Língua Portuguesa e História. Colaborou com vários jornais e revistas literárias — "Diário de Notícias", "Távola Redonda", "Cadernos do Meio Dia" e "Diário Popular", onde coordenou a secção de iniciação à literatura.

De 1974 a 1986, dirigiu o Departamento de Programas Infantis e Juvenis da Rádio e Televisão de Portugal e, em paralelo, organizou a "Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa", com E. M. de Melo e Castro, seu marido.

Entre 1990 e 1993 dirigiu a revista Pais. Entretanto, na Provedoria da Justiça, foi-lhe dada a responsabilidade Provedora de Justiça de Crianças.

A sua obra infanto-juvenil inclui poesia, contos, Banda desenhada, teatro, novelas, cómicos e a adaptação de clássicos da literatura. Em 1986 recebeu o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens, pelo conjunto da sua obra literária.

A 8 de junho de 2010 foi agraciada com o grau de Comendadora da Ordem do Mérito. Morreu a 15 de abril de 2019, na sua residência, em Lisboa.

 

Veja a vasta bibliografia da autora em    https://pt.wikipedia.org/

 

 

O PRISMA DE MUITAS CORES. Poesia de Amor portuguesa e brasileira.    Organização Victor Oliveira Mateus. Prefácio  Antônio Carlos Cortes.  Capa Julio Cunha.  Fafe: Amarante: Labirinto, 2010  207 p.      Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

Por isso não sabemos
do amor       das coisas raras
do soluço das facas afiadas
do bisonte da noite procurando
no luminoso bosque as suas asas.
Do plaino inicial ficaram as pegadas
das palavras mais leves
e um ou outro arbusto resistente.
Nem Branca-Flor salvando o seu amado
saberia falar de outras viagens,
ela que sempre descobriu o enredo
do amor     das coisas raras

que pelo desamor desafiavam
o bisonte da noite equilibrando
a penumbra do bosque em suas patas.

 

 

 

A POESIA É PARA COMER: iguarias para corpo e para o espíritoSeleção de poemas Ana Vidal; coordenação editorial Renata Lima.  São Paulo: Rabel, 2011.  252 p.     23,5x31,5 cm.  Capa dura.  Impresso em papel couchê matte 170 g/m2.
                                                     Ex. bibl. Antonio Miranda 

 

Deste-me em pão
tudo o que havia em pão
para me dar!

— A culpa é desta fome que mastigo
entre saliva e pedras reboladas
como as palavras que não digo.

Deste-me em água
tudo o que havia em água
para dar.

— Só não sei porque morreram
os salgueiros de olhos tenros,
só não sei porque afundaram
todos os barcos do mar.

                                               (De Intervalo)


 

 

***

 

 

 

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Página publicada em janeiro de 2021

 


 

 

 
 
 
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