|   MANUEL NETO DOS SANTOS        SONETOS MALDITOS     In memoriam Manuel Maria  Barbosa du Bocage       Quarto  escuro     Suspenso, no  trapézio do selim, Enrabam-te, sem veres  quem te fode O buraco do cu; ai  quem me acode... Gritas. Não é  verdade tal chinfrim.     Pernas ao alto,  tens a picha mole Quando o outro te  prega nas bochechas Chapadas que são  estalos, que tu deixas Pois lembras, no  vai-vem, um saco, um fole.     Esporra-se arfando;  quem será, não sei, Desleitando no chão  toda a langonha Que parece uma  cola, acre e espessa.     Com um lenço de  papel, limpa a cabeça Do mangalho  tombado, sem vergonha. Que venha outro,  que esta é a minha lei.     5 fev.08 12.30h         Chamaram paneleiro  ao meu destino; Que mal podia haver  se me entesava Ao ver os moços  nus, com quem nadava No pego da ribeira,  de menino.     Deitados, em  parada, sobre o ervado Batíamos punhetas  ao compasso De um pulso  acelerado ( que ainda faço) Para ver quem era o  primeiro já esporrado.     Fiquei para trás um  dia, só com um E trocámos as mãos,  beijou-me  a boca... Mameio-o até sentir  depois o leite.     Que me importa quem  fale e não aceite O gosto dessa seiva  que pôs louca A boca que este  quer, e mais nenhum.     5 fev.08 12.45h           Não apertes as  nádegas, descansa Que não te vai  doer, estou oleado E depois da cabeça  ter entrado... O resto já não  custa. Vá, balança -     Me o traseiro no  compasso Das minhas ancas  estreitas, sem ter medo Já to meti na boca,  chupa o dedo E vai gemendo,  assim, tal como eu faço.     Não vês como já  está quase metade Na fundura tão  morna do teu ânus Mexido como  tudo...não aguento...     Agora! Vá! Agora o  movimento Do frenesim dos  povos africanos Pois que o esguincho  de esperma já te invade.     6 fev.08 12.40h         São meninos de  coro, sem decoro, Este par de colhões  sem proporção Ao meu corpo  franzino, quase anão Pelo qual não  entristeço, já não choro.     Neste sacos de  escroto, pendurado, São os foles que o  órgão bem decente Enfeitam; e isto  pasma muita gente Com o pénis erecto,  levantado.     Nesta ocidental  praia lusitana; A de Armação de  Pêra, pelas dunas, Enrabei muitos,  ante grã surpresa     De um bom palmo de  cavernosa e tesa Envergadura, a  verga que importunas Ó Tu, recordação,  que o pulso abana.     8 fev.08 15.10h   |