JOSÉ FRANCISCO COSTA

José Francisco Costa nasceu nas Capelas, S. Miguel, Açores. É filho de António Medeiros Costa e de Maria do Nascimento Rodrigues. É casado com Lourdes O Costa, enfermeira-professora em Providence. O casal tem três filhos (Tiago, Teresa e André) e seis netos.

Tem o Doutoramento em Literatura Portuguesa Contemporânea, da Universidade de Amherst; o Mestrado em Estudos Portugueses e Educação Bilingue, da Universidade da Brown. Frequentou o Seminário de Angra do Heroismo, a Universidade Católica Portuguesa, e bacharelou-se em História na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa.

José Francisco Costa tem publicado poemas, contos e ensaios em jornais, revistas e antologias, nos Estados Unidos e em Portugal. É autor dos seguintes livros:

Crónica do 25 -  contos; Mar e Tudo – contos; E da carne se fez verbo – poesia; Ficou-me na alma este gosto – poesia; Terra do Papá, Ilhas de Vavô – memórias; A Correspondência de Jorge de Sena – um outro espaço da sua escrita – tese de doutoramento; Estórias do Tempo – crónicas.

Traduziu e co-editou o livro Saudades, de Frances Dabney.

É autor de composições musicais – letra e música - interpretadas por vários grupos e compositores, entre eles, o Duo Ouro Negro, o Grupo de Cantares Belaurora, Carlos Alberto Moniz, Grupo Coral das Lajes do Pico, Coral de S José, Coral Herança Portuguesa, grupo Raízes da Casa dos Açores da Nova Inglaterra, e outros grupos de cantares da imigração e dos Açores.

Radicado, desde 1978, em Rhode Island, José Francisco Costa tem desenvolvido grande parte da sua actividade, como professor, em escolas portuguesas e americanas. Leccionou na Escola do Club Social Português de Pawtucket. Foi, durante duas décadas, o director pedagógico da Escola Portuguesa de East Providence. É professor de Português, e foi o fundador e director do LusoCentro no Bristol Community College.

Biografia: https://www.ridayofportugal.org/

       I N   F O R M A

                   A Jorge de Sena
e Francisco Cota Fagundes

Das páginas co r de estudo
me correm para os olhos lágrimas

Da noite  nascem crisálidas
que à luz dão a dor do pouco saber

Borboleta inserena é
a solitária companhia da insónia

E assim me lanças
estoque certeiro ao cérebro
(massa fraca e velha, tenaz porém)
o repto que, aceite,
me cobrirá de simiana scientia

Sonho, leio, interpreto
visibilia metamorfoseando-se
a work
probably the
densest most complex
of Sena´s works of
Complexo?

Só, gazela, coluna
de olhar em água
levado por derriços dionisíacos
de joelhos concentrado
rezando apolínea seriedade
tentarei ler nas asas velhas
o Deus do amor de saber mais
(se não mo roubarem, claro)

 

        Andarei de mãos dadas com
o diabo de teimosia de cantar
(se outros não mo roubarem, é claro)
Tentarei ouvir, pianíssimo, a Voz
eco de velhice, secular, cavo, de longe, longíssimo
ou a minha voz, novelo latente
eco sumido na catedral casulo

Tentarei se
não me roubarem Deus
deuses tantos
ou o diabo da teimosia
de te ouvir

 

Página publicada em maio de 2020