JORGE DE AMORIM
Jorge de Amorim, nome poético de Manuel Alves de Oliveira (Gandra, Oporto, 30-1-1928-Bejuma, Carabobo, 13-1-2011).
Poeta português residindo na Venezuela durante mais de quarenta anos.
Exerceu a docência no país (educação média e ensino da língua portuguesa).
Entre os seus libros de poesia destacamos Anjos tristes (1956), A beleza e as lágrimas (1957), Palavras são coisas amadas (1960), As origens (1962), Tierra de nadie (1987, Monte Ávila Editores), O tempo e o acto (1987), Barisfera (1988), Raiz da noite (1991), Os veios da pedra (1993) y Os oráculos (2004).
PINTO, EDUARDO BETTENCOURT. Da outra margem. 2ª. edição. Lisboa: Instituto Camões, 2001. 175 p. (Coleção Diáspora) 13 x 21 cm.
ISBN 972-566-216-4 Ex. bibl. Antonio Miranda
CÓDIGO
Poeta comigo.
Palavras instigo.
Ardentes. E sós.
Nem o amor intrigo:
de mim nem de vós.
AUTO-RETRATO
¡No soy a la imagen
de nadie!
Un Dios no conozco
tan bello y tan tosco.
PINTO, EDUARDO BETTENCOURT. Da outra margem. 2ª. edição. Lisboa: Instituto Camões, 2001. 175 p. (Coleção Diáspora) 13 x 21 cm.
ISBN 972-566-216-4 Ex. bibl. Antonio Miranda
ODE ESTIVAL
Cardo.
De não se amar.
Contigo, ardo
a flor que és.
No branco ar
de aridez.
MADRIGAL
De que cor
é o verde, depois do verde
dos teus olhos?
A CHAMA
Ardes. Escalavras
a luz. As palavras.
O rosto das letras.
Transverbal. Penetras
do poema as fissuras.
E as diáfanas capas.
Os mais densos mapas
do nada fulguras.
DIUTURNIDADE
Ocasos.
O tempo enovela
o meu coração.
E a sombra da luz.
Toda sombra,
dentro.
Ronda. Ronda
negra...
Como sou o mundo.
CLIMAX
Remotos.
Arqueiam-se
os lábios para o teu nome.
Página publicada em maio de 2020
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