JOAQUIM ESTEVEZ DA GUARDA
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De
LLAMA DE AMOR VIVA
Sextynas
(em medida velha e medida nova)
Porto, Portugal: Cadernos do Subsolo, 2007
“Nessa liturgia laica e iniciática complementam-se os esforços mantidos pela conquista do gozo e da devassidão, para que assim os espíritos submissos se libertem das afrontas e dos flagelos que oprimem a chama viva do amor. / É possível que o autor dessa sextinas, Joaquim Estevez da Guarda, exponha-se à crítica dos covardes e dos castrados, mas são necessárias a lignuagem, as formas e os conceitos expressivos que ele expõe para obter o que pretende: liberdade instintiva, doada pela própria natureza e colhida na destreza do coito”. Xosé Lois García
II
SEXTYNANAL
VENDO as rebolantes carnes
d'umas moças o poeta
sente lúbrico tormento
invadir seu senso e pica.
Canta então das belas domnas
a rósea, estreita via.
Sempre foi a grossa pica
do eu o mortal tormento.
As quentes e fundas carnes
que formam a doce via
são metas para o poeta
que goza c'a dor das domnas.
Ajoelhadas, as domnas
exibem as anais carnes
abrindo c'o dedo a via:
acostumam-se à pica
assim, prevendo o tormento
que cantará o poeta.
Mas não se compara pica
com dedo, ó tolas domnas!
O caralho, grão tormento,
entra muy feroz na via,
rebenta pregas e carnes.
"Mete mais!", grita o poeta.
Enquanto choram as domnas,
entra e sai, veloz, a pica.
O desgraçado poeta
sentia vivo tormento
por não foder o que via
fodido por outras carnes.
"Chega ao fim, cruel tormento!"
Eis a súplica das domnas.
Por fim, se retesa a pica
e de porra entope a via.
"Bundas — suspira o poeta —
glória das feminis carnes!"
Pica no eu é tormento
leve pras carnes das domnas,
era o que via o poeta.
4.11.2004
V
SEXTYNANTIGA
A SODOMA dedico minha vida.
Só pêlos feminis cus estou vivo.
Coxas, bocetas, tetas, bocas, olhos:
Coisas tais não me enrijecem o falo.
Só em traseiros o cacete passo,
ponho, soco, meto e finco sem pena.
Aguentar ua trola no rabo é pena
cruel mesmo pias damas de má vida.
"Não são poucos os tormentos que passo
quando sinto no eu teu pinto vivo/"
Chora, de quatro, puta com quem falo:
"Já foi a cabeça/ Seca teus olhos".
Os vermelhos botões piscam qual olhos
que algum malvado irrita c'uma pena,
Apenas do doce anal prazer falo.
Há cousa mais gostosa nesta vida?
Só fedendo bundas me sinto vivo/
Dessa arte ensinarei o passo a passo:
Distingue ua safada pelo passo,
lambe-lhe o mais precioso dos olhos,
esfrega-lhe a vulva com ardor vivo,
alargue-a com três dedos, finjas pena
dizendo: "Amo-te bem mais que à vida/"
Soltam as pregas quando assim lhes falo.
Ajoelhadas ouvem o que falo
enquanto no reto um creme lhes passo...
Beija o buraco que não gera vida!
Enraba! Eis que esbugalham os olhos
sentindo que não cabe nem üa pena
no cuzinho que arde qual fogo vivo,
Cheio de porra, mais morto que vivo,
parecendo üa boca com a qual falo,
o ânus arrombado me dá pena.
Antes estreito, dentro dele passo
hoje um punho e a bela nem mexe os olhos:
Do eu tira e bebe a gosma da vida.
Juro pela vida: eu é ser vivo.
Cus têm olhos e falam como eu falo:
"Não passo d'um vil amante da pena!"
28.12.2004 c 04.01.2005/07.01.2005
Poema erótico – Poema pornográfico
Página publicada em dezembro de 2008, por indicação de Fernando Aguiar
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