AVISO À JUVENTUDE
Não rias nem faças pouco:
De quem é já velhinho,
Repara não sejais louco:
Tu andas no mesmo caminho.
A tua cabeça tonta;
Está cheia de vaidade.
O tempo passa nem te dás conta;
Que avanças na idade.
E quando chegares a velho;
De certo vais sentir pena,
Por não ouvires o meu conselho;
Pois a mocidade é pequena.
Um dia vais dar-me razão;
O tempo a vida condena,
Voltar atrás pedir perdão;
Não adianta, mas vale a pena.
Todo o mal que já foi feito;
Não se pode desfazer,
Agora carregas no peito;
Remorsos que fazem sofrer.
POUCO ANTES DE MORRER
Pouco antes de morrer;
Fiz uma avaliação definida,
Para ao Mundo dar a saber;
O pouco que fui na vida.
Andei sem rumo, sem norte;
Quase a ver da vida o fim,
Se na vida não tiver sorte;
Pois o destino quis assim.
Minha tristeza minha agonia:
Todos os sentimentos meus,
Do meu corpo à terra fria,
Entrego minha alma a Deus.
O meu corpo já sem vida;
Vai baixar à terra fria,
Chegou a hora da partida;
Acabou-se a teimosia.
E lá no fundo da sepultura:
Não sei se deixei saudades,
Findou a minha loucura;
E assim as minhas vaidades.
Esta é a última quadra;
Que deixo à humanidade,
Partimos, não levamos nada:
Acabou o orgulho e a vaidade.
Eis a história de um poeta;
Que lindos poemas escreveu,
Caminhou chegou à meta;
Mais um poeta morreu!