INÊS LEITÃO
Inês Leitão nasceu a l de Julho de 1981 em Lisboa. É licenciada em Estudos Anglo-Americanos pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e pós-graduada em Assessoria Empresarial pelo ISLÃ. Teve a sua primeira publicação na revista Quase em 2001. Seguiram-se colaborações em Os Fazedores de Letras durante o ano de 2003.
Em Maio de 2004 cria na blogosfera bocadosdecarnepelasparedesdoquarto
{www.bocadosdecarne.blogspotcom) e em 2005 inicia a sua participação noblogue Prazeres Minúsculos [www.prazeresmmusculos.blogspotcom).
Participa em 2006 na Revista "Sítio" e lança o seu 1° livro em 2007 "Quarto Escuro" [ed. Livrododia]. É responsável pelo projeto 6 Autores com o Plano Nacional de Leitura (Abril 2008) e em Julho de 2008 é uma das vencedoras da iniciativa dos Artistas Unidos /sto não é um concurso com a peça A última história de Werther, encenada por João Meireles.
Em Setembro do mesmo ano publica a sua primeira história infantil "Pítopeca em África: a história de uma Missão em Maputo" (ed. Paulinas),
Foi eleita pela revista ELLE Portugal como um dos 20 novos Talentos para o futuro na dramaturgia portuguesa e em 2010 escreve exclusivamente para o blogue Desfibrilhador (www.desfibrilhador.blogspotcom).
Em 2012 é convidada a participar com crónicas semanais no programa de rádio Manual de Instruções de Fernanda Almeida (RDP África).
É a autora do "Manifesto pela saída de emergência" e "Manifesto pela utilização de transportes públicos', manifestos encenados no projecto "Coro das Vontades" (Teatro Maria Matos, Julho 2012).
É autora do documentário 'As Mulheres de Deus" (2012), obra baseada na vida de quatro irmãs hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus e do seu trabalho com doentes mentais na Casa de Saúde da Idanha em Sintra.
É também autora do guião e da ideia original do documentário "A Vida de Rafl” (documentário sobre a vida de uma writer/rapper portuguesa na cidade do Porto).
É a criadora dos textos do espetáculo "Cabaret Literário", projeto que leva poesia à noite de Lisboa e Porto.
Em Março de 2013 cria a sua primeira instalação: "O Corpo" (instalação baseada na diálogo entre o corpo e a palavra escrita, onde cada espectador é convidado a escrever sob
um corpo nu).
LEITÃO, Inês. Se o meu corpo fosse um homem. Lisboa: Chiado Editora, 2013. 69 p. 14x22 cm. Ilustrações de Ivo Andrade ISBN 78-989-51-0752-9
"SE O MEU CORPO FOSSE UM HOMEM tem de ser lido, sentido, praticado, divulgado. Desde os Contos do Gin-Tonic, do surrealista Mário-Henrique de Leiria (1973) que eu não lia algo | tão inspirador e fascinante (...) Luís Arriaga - jornalista
"Se o corpo poético de Inês Leitão, fosse um homem, e agrafasse a sua boca para que nada pudesse dizer, tudo tudo diria, no inquietante e poético instante das palavras escritas. Os textos de Inês Leitão são cada vez mais a confirmação da sua voz na literatura contemporânea, e a revelação de um talento impar que só um país sem arte (de cuidar) poderá não reconhecer". Paulo Alexandre e Castro - Professor Universitário
No lugar da árvore, o corpo.
Somos arbustos nus,
nós os dois aqui. deitados.
Os dedos a viverem ao contrário dentro da mão
(nós aqui somos arbustos invejados)
Pernas a ganharem força
braços deformados à laia de tronco de corpo
(nós a sermos folha, nós a sermos casca onde
pequenos bichos constróem o seu lar)
Nós, os bonitos arbustos
viemos os dois
da vagina da mesma árvore.
A cada mulher o seu corpo ou o seu inferno
A cada mulher o seu corpo ou o seu inferno.
O corpo como instrumento.
O corpo como limite do eterno.
O corpo como instrumento e limite do eterno: o
[corpo é o meu inferno].
O teu corpo a girar como roda do mundo
(a minha cabeça a raspar no chão)
A cada mulher o seu corpo.
A cada mulher o seu inferno.
Página publicada em fevereiro de 2014
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