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FRANCISCO GOMES DE AMORIM

 

 

 

Póvoa de Varzim, A Ver-o-Mar, 13 de agosto de 1827 - Lisboa, Encarnação, 4 de novembro de 1891), foi um poeta, dramaturgo e romancista português.

Este escritor, filho de José Gomes de Amorim e de sua mulher Mariana Joaquina Bento, emigrou com dez anos para o Brasil.
Aos dez anos, veio para a Amazônia na condição de alugado, espécie de escravidão branca que substituía o tráfico negro. (*)

 

De regresso a Portugal, tornou-se amigo do 1.º Visconde de Almeida Garrett, que veio a morrer nos seus braços.

Apesar de viver em Lisboa, deslocava-se regularmente à Póvoa de Varzim, tornando-se amigo de Oliveira Martins, quando este escreve o "Requerimento dos Poveiros" a D. Luís I, para se fazer a construção do porto de abrigo.

Encontra-se colaboração da sua autoria em diversas publicações periódicas: O Panorama (1837-1868), Revista universal lisbonense (1841-1859), a Illustração Luso-Brasileira  (1856-1859), Arquivo pitoresco (1857-1868), O Pantheon  (1880-1881), Ribaltas e gambiarras (1881) e Tiro civil  (1895-1903).

Foi tio paterno do 1.º Barão de A-Ver-o-Mar.

Poesia

  • Cantos Matutinos (1858), poesia
  • Efémeros (1866), poesia
  • Portugal e França (1886), poesia.

 

Biografia e foto extraídas da Wikipedia.
(*texto extraído do livro:

 

 

POESIA E POETAS DO AMAZONAS. Organizadores: Tenório Telles Marcos Frederico Krüger.  Manaus: Valer,  2006.   326 p.  

 

 

 

O Caçador e a tapuia*

 

"Tapuia, linda tapuia,
"Que fazes no cacaual?"
—Por aqui é meu caminho
Para ir ao cafezal.—

"Nem por aqui faz caminho,
"Nem por aqui faz caminho,
"Nem há café que apanhar;
""Tapuia, linda tapuia,
"Que vinhas aqui buscar?"

—Eu ia apanhar goiabas
Para dar a meu irmão. —
— Ficam à beira do rio
"Não é nesta direção".

—Ando em busca de baunilha,
Que minha mãe me pediu. —
"Menina, nos cacaueiros
"Nunca a baunilha subiu".

—Pois então... eu vou ao lago,
Donde meu pai há de vir...—
"Ao lago por estes sítios!
"Para que estás a mentir?"

—Se o branco tanto pergunta,
Que já não sei responder...—
"Se tu dizer-me não queres,
"O que vens aqui fazer!"

"Todos os dias te vejo
"No meu cacaual andar;
"Sempre seguindo meus passos,
"Meus olhos sempre a fitar.

"Pergunto-te o que me queres,
"E tu olhas para mim;
"Ou porá longe te afastas,
"Sorrindo-te sempre assim!

"Vens assustar-me as cotias,
"Pois nenhuma inda avistei.
"Mas se tornas a seguir-me,
"A teu pai me queixarei".

"—Adeus, branco; vou-me embora
Para não tornar a vir;
Se o branco não achou caça,
Não fui eu que a fiz fugir.
Não assusta a minha idade;

Que sou bela o branco diz;
Mas o que meus olhos mostram,
O meu branco ver não quis.

Eu sozinha atrás do branco,
Pelo cacaual andei;
E o branco vem queixar-se
De que a caça eu assustei!

Era a caça quem caçava
Ao cego do caçador!
Quem vê tão pouco na caça,
Que caça... adeus, meu amor. —

"Anda cá, linda tapuia,
"Não vás assim a fugir;
"Tuas palavras tão doces
"Volve, volve a repetir".

—Para trás não volve a caça,
Meu branco, aprenda a caçar;
Quem deseja a caça fina
Deve-se saber farejar.—

Disse a tapuia, e na selva
Para sempre se ocultou;
Mas o caçador das dúzias
Parvo da caça ficou.

 

           (Cantos matutinos)

 

*Tapuia é um termo de origem tupi que foi utilizado durante o período inicial de colonização do Brasil para designar todos os indígenas que não falavam o tupi ...

 

 

 

 

 

O Desterrado

 

          Na luz do rio Negro em 1842

 

Como são brancas as flores
Deste verde laranjal!
É doce a sua fragrância,
Como a deste roseiral;
Mas têm mais suave aroma
As rosas de Portugal.

O solo destas florestas
O brilhante e o oiro encerra;
São imensos estes rios,
Imensos o vale e a serra;
Porém não têm a beleza
Dos campos da minha terra.

Estes astros são mais belos?
É mais belo o seu fulgor?
Mas luzem no céu de exílio
Não lhes tenho egual amor.
Ai! astros da minha terra
Quem me dera o vosso alvor!

De amores embriagada
A rola suspira aqui;
Com estes vivos perfumes
Tudo ama, folga, e ri!
Mas oh! que tem mais encantos
A terra onde eu nasci!

Lá era a lua mais linda,
Mais para os olhos as flores;
As noite da primavera
São ali mais para amores;
E nos bosques de salgueiros
Também há meigos cantores.

Oh! não; não é belo o sitio
Do meu desterro infeliz
Onde tudo — a toda a hora —
Que sou proscrito me diz.
Não, não há terras formosas
Senão as do meu país.

(Ibidem)

 

 

 

 

 

 

Página publicada em novembro de 2020

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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