|   FERNANDO GUEDES   (n. Porto, 1 de  Julho de 1929) é um escritor e editor português que se dedicou essencialmente à  poesia, às belas-artes e à história da cultura, ligado ao Concretismo em seu  país. É considerado um  poeta da geração da Távola Redonda, assim designada porque diversos poetas  publicavam os seus poemas na revista Távola Redonda. Dentre as revistas  em que colaborou a partir de 1950, pode citar-se a Tempo Presente que dirigiu  de 1959 a 1961. Foi o fundador da  Editorial Verbo em 1958, continuando ainda no cargo de Presidente do Conselho  de Administração (2007). Chefiou a direção  do Grémio Nacional de Editores e Livreiros no período compreendido entre 1968 e  1972 e mais tarde no período compreendido entre 1982 e 1986, chefiou a  Associação Portuguesa de Editores e Livreiros que substituiu o Grémio  entretanto extinto. Ocupou diversos  cargos em diversas instituições como Conselho Consultivo do Instituto Português  do Livro, Comissão Nacional para a Língua Portuguesa, Conselho Superior das  Bibliotecas Portuguesas, Consultor da CEE e da Unesco, Presidente da Federação  dos Editores Europeus (1988 a 1990), Presidente da União Internacional de  Editores (1992 a 1996) e Vogal do Conselho Superior da Universidade Católica  Portuguesa , Académico efetivo da Academia Nacional de Belas-Artes, Academia  Portuguesa da História e Associação Portuguesa de Historiadores da Arte. Foi também um dos  fundadores da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa.  Fonte: wikipedia   DOZE JOVENS POETAS PORTUGUÊSES. Org. Alfredo  Margarido e Carlos Eurico da Costa.  Rio  de Janeiro: Serviço de Documentação, Ministério da Educação e Saúde, 1953.  56 p. (Os Cadernos de Cultura) 14x19 cm.  Impresso pelo Departamento de Imp. Nacional. Inclui os poetas: Alberto de  Lacerda, Alexandre Pinheiro Tôrres, Alfredo Margarido, Antonio Maria Lisboa,  Carlos Eurico da Costa, Carlos Wallenstein, Egito Gonçalves, Eugênio de  Andrade, Fernando Guedes, Henrique Risque Pereira, Mário Cesariny de  Vasconcelos, Mário Henrique Leiria.  Ex.  bibl. Antonio Miranda   1   Quebrado  em pedra  firmo-me  entre losangos extremos.   O  ar, ausente de Alma,  vive  de estranheza  no  plano.   Alturas  de astro  sulcam  paralelas  —  e o momento avança  em  círculo maior.   A  paragem pensada  levou  a cumprir.   A  luminosidade do farol  não  é hoje; e  esquecer  é  estar presente.   2   O  espaço alargou-se  em  verticalidade exata.  Sol,  se houve,  teve  diferença e mentiu.   Depois,  o  instante foi outro   3   Tempo  prolongadamente  azul.       '   Caem  pontos mais belos  para  lá e  disseca-se a figura em linha  em  linha triste.   Semelhanças  fósseis unem  braços em  bruscas margens alcançadas; pontas  de altura limitam  olhos realmente abertos frente  a unhas cravadas  de silêncio.   4   Há. na  Alma, luz  azul. Modulações  de voz abrem  limites ao silêncio e  o corpo liquefaz-se, diluído  em som.   Homens  diferentes  abrem  largos olhos  num  rebentar de medos  por  canteiros.   Mais  que a recusa, o  inconsciente fecha braços em  telhados de lume.       POESIA DE AMOR   Amo-te  em  mundos e mar.   Fora  do tempo,  no  espaço branco,  jazem-nos  universos.   A  Pedra atinge  a  dupla derrota dum achado.
   Faróis  luminosos alçam  espera no  assombro de nos sermos um; na  lógica de nos encontrarmos, pelas  órbitas dos peixes, nos  ramos partidos.     
                    Página  publicada em setembro de 2014. 
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