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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


FERNANDO ESTEVES PINTO

 

FERNANDO ESTEVES PINTO

Nasceu em Cascais em 1961. Colaborou no DN Jovem e no Jornal de Letras. Em 1990 recebeu o Prêmio Inasset Revelação de Poesia do Centro Nacional de Cultura. É publicado em Espanha por revistas literárias e editores independentes. Em 1998 obteve uma bolsa de criação literária pelo Ministério da  Cultura /Instituto Português do Livro e das Bibliotecas .Está representado na Antologia DN Jovem, 1990.

Livros publicados: Na Escrita e no Rosto (poesia) Editora Europresas; Siete Planos Coreográficos (poesia, edição bilíngüe) Editora 1900, Huelva; Ensaio Entre Portas (poesia) Editora Almargem; Conversas Terminais (romance) Editora Campo das Letras; Sexo Entre Mentiras (romance) Editora Leiturascom.Net.
Blog do autor: www.escritaiberica.weblog.com.pt

Textos extraídos de POEMA – ANTOLOGÍA DE POESÍA PORTUGUESA ACTUAL (AULLIDO  Revista de Poesia 15, Uberto Stabile Editoara, Punta Umbría, Huelva 2006) 

TEXTOS EM PORTUGUÊS  /   TEXTOS EN ESPAÑOL

                olhar sem distância

 

         acontece por vezes não encontrar um olhar
         que sirva de depósito para os meus sentimentos
         um rosto que aguardasse o tempo obscuro da minha vida
         ou um campo corporal que resgatasse o que é verdade nos meus actos
         escuto sempre o movimento de alguém a rastejar na minha direção
         como se as palavras que indicam os seus passos enlouquecidos
         não encontrassem o meu coração

         porque há palavras que se perdem na forma de as pensar
         e porque um olhar sem distância
         é a cegueira natural da humanidade.


         
            música profética


               
a escrita é um jogo de precipícios
         é a minha infância num campo de solidão
         é o medo de dar um belo passeio a favor do tempo
         estas palavras abrem o pano de minha existência
         expõe-me como se eu fosse um letreiro memorial

         marsalis é um acumulador de emoções
         escuto um som que vem como uma onda
         a onda prolonga-se para além daquilo que sinto
         estou em queda livre no horror das palavras sofríveis
         a infância é uma música profética.


         sentir o tempo

         escrever é sentir o tempo
         imperdoável sobre a vida de quem pensa
         as imagens que entram em minha casa
         são luzes ambiciosas que se esgotam na razão de as sentir
         não desconheço que hajam forças que se temem
         como simplesmente contemplar uma idéia destruída
         um rascunho de medo transportado até ao limite

         o tempo é um assunto de deus e do silêncio
         assim como a escrita que provoca em cada acto
         a construção do sofrimento.


         teatro

         havia o teatro das mãos postas em deus
         não digo teatro para sufocar o teu acto de existires
         antes glorifica a cenografia do sagrado
         a tua presença a decorar o que é verdadeiro

         um caminho amplo revela-se neste acto
         de unir o medo e a convicção

         no interior desse tempo criminoso
         eu fazia o estudo dócil de uma escrita

         inocente no teu perigo a abraçar uma escuridão.

 

 

POEMAS INÉDITOS

 

Um sistema de relação

 

Considere-se o caso em que A é igual a 1.

Obtém-se a função ípsilon igual a X à vida inteira

partindo da convicção que nenhum amor é para sempre

sendo A o mínimo absoluto do que és capaz de amar

e 1 uma falha de expressão comum ao tempo

em que sofrias fechada num quarto

a sentir uma régua de luz com origem sobre o teu rosto

a definir a região inundada do teu espaço

à medida que o tempo ocupa uma parte da cidade

e a tua situação representada numa estação de comboios

onde o esquema da vida se define por perpendiculares

aos dias cruzados na tua memória

sendo cada dia um gesto que te posiciona

em relação a todos os medos

mentiras de origem abjectas

e a proporção de ípsilon na mais estranha irracionalidade

no centro de um jardim onde se passeia geometricamente

apenas com o pensamento intimamente ligado

por símbolos de circunferência e dimensões harmoniosas

comparando o valor da vida à mais bela arquitectura

da experiência e da perda

um processo prático desenvolvido no laboratório

das horas mais simples e gráficas

ordenadas de uma forma circular

no teu caso um valor compreendido

entre duas questões humanas

por comparação do que foi destruído

pois há uma maior concentração de tristeza nos teus olhos

se designarmos por sofrimento algumas atitudes provocadas por 1

e se traçarmos duas rectas de amor paralelas à desigualdade de amar

e que passem pelos dias intuitivamente felizes

nesse quarto classificado de nuvens pesadas

onde a tua vida é agora inferior à média da felicidade

se concluirmos que o estado de ser feliz é um ponto diário

que varia de predominância e influência

nos tempos nulos condenados e negativos

na figura mínima encostada ao balcão do álcool

numa noite de cubos de gelo

e o que uma bebida especial

servida à mistura com a estratégia das palavras fez dos teus planos

calculando agora o valor referente aos lucros do amor e das promessas

introduz as marcas do teu corpo e obténs as medidas do teu prejuízo

define o tempo correspondente a cada acto de amor

seleccionando o menu da tua experiência

e tens uma lista que confirma o historial da tua personalidade

para que função o problema X tem significado

se o volume da tua casa tem todas as janelas fechadas

e o teu corpo é um fio de comprimento que mede a solidão dos dias

ou se os teus braços já não traçam uma recta de prazer abaixo da cintura

ou ainda se o teu sexo é um foco distante que se fecha em curva

e não há intersecção nem arco entre dois corpos

considerando as arestas da tua vida propriedade de defesa

uma estimativa do tempo ao fim do qual tudo se perde

e tens deste modo um amor protagonizado pelo desespero

sujeito às regras da obediência e da ilusão.

 

 

O tempo

O tempo é a esperança dos inactivos.

Uma cadeira de baloiço onde o pensamento adormece.

Atravessava os dias como se enchesse sacos de paciência

preciosidades existenciais para servir de cultura aos amigos.

Colecções de ódios sobre a mesa da discórdia.

As razões que reclamava para si

eram tão válidas como antiguidades falsas.

Tudo estava avariado na sua mente de relógio.

Os amigos escutavam-no pacientes à volta das palavras

que aprisionavam a temática da vida e do amor.

Não por medo mas por respeito pelo calendário das ideias apresentadas.

Muitas mentiras a brilhar nas folhas

que protegiam do calor o pátio em ruínas.

O riso do tempo ouvia-se no silêncio de quem o escutava

e a verdade voava dali para fora num alívio de liberdade.

Tão pura como as aves que pousavam desconfiadas

nos ramos da sabedoria humana.

E ele falava para que o tempo fugisse com ele para sempre.

Porque seria o tempo o transporte da sua imobilidade crónica

o grande mestre da loucura que ele representava

em sessões de rotinas para criar tonturas nos dias que passavam.

Como uma doença dizia ele como uma doença.

Chegavam os amigos e rodeavam-no com perguntas sobre o tempo.

Jovens mulheres com o ciclo do juízo atrasado

encantadas por verificar que o tempo é uma mente sem corpo.

E depois sentiam-se abstractas e dominadas pelo artifício da lição.

Os corpos expostos numa expectativa burlesca.

O tempo que ele sempre imaginara a ganhar forma humana

porque o tempo que marcava as fases da sua vida eram os outros.

Prisioneiros amarrados com palavras num sufoco de atenção.

Nem esperança nem tempo numa cadeira de morte

em face dos seus esquemas de empreendedor em acções imaginárias.

e o tempo a adormecer-lhe a vida se um dia a sua mente o abandonasse.

TEXTOS EN ESPAÑOL
Traducción de Eva Lacasta Alegre

FERNANDO ESTEVES PINTO

Nació en Cascais en 1961. Colaboró en el  DN Jovem y en Jornal de Letras. En 1990 recebió el Prémio Inasset Revelação de Poesia del Centro Nacional de Cultura. Ha publicado en España en revistas literarias y editores independientes. En 1998 obtuvo una beca de creación literaria del Ministério da  Cultura /Instituto Português do Livro e das Bibliotecas. Está representado en la Antologia DN Jovem, 1990. 

Libros publicados: Na Escrita e no Rosto (poesia) Editora Europresas; Siete Planos Coreográficos (poesia, edição bilíngüe) Editora 1900, Huelva; Ensaio Entre Portas (poesia) Editora Almargem; Conversas Terminais (romance) Editora Campo das Letras; Sexo Entre Mentiras (romance) Editora Leiturascom.Net.
Blog do autor: www.escritaiberica.weblog.com.pt


            mirada sin distancia

         ocurre que a veces el no encontrar una mirada
         que sirva de depósito para mis sentimientos
         un rostro que aguardase el tiempo oscuro de mi vida
         o un campo corporal que rescatase lo verdadero de mis actos
         escucho siempre el movimiento de alguien rastreando en mi dirección
         como si las palabras que indican sus pasos enloquecidos
         no encontrarn mi corazón

         porque hay palabras que se pierden en la forma de pensarlas
         y porque uma mirada sin distancia
         es la ceguera natural de la humanidad.


         música profética

         la escritura es un juego de precipicios
         es mi infancia en un campo de soledad
         es el miedo de dar un bello paseo a favor del tiempo
         estas palabras abren el paño de mi existencia
         me expone como si yo fuera una inscripción memorial

         marsalis es un acumulador de emociones
         escucho un sonido que viene como una ola
         la ola se prolonga además de aquello que siento
         estoy en caída libre en el horror de las palabras sufribles
         la infancia es una música profética.

         sentir el tiempo

         escribir es sentir el tiempo
         imperdonable sobre la vida de quien piensa
         las imágenes que entran en mi casa
         son luces ambiciosas que se agotan en la razón de sentirlas
         no desconozco que hayan fuerzas que se temen
         como simplemente contemplar una idea destruida
         un bosquejo de miedo transportado hasta el límite

         el tiempo es un asunto de dios y del silencio
         así como la escritura que provoca en cada acto
         la construcción del sufrimiento.
 

            teatro

         había teatro de las manos puestas en dios
         no digo teatro para sofocar tu acto de existir
         antes glorificar la escenografía del sagrado
         tu presencia decorando lo que es verdadero

         un camino amplio se revela en ese acto
         de unir el miedo y la convicción

         en el interior de ese tiempo criminal
         ya hacía el estudio dócil de una escritura
         inocente de tu peligro abrazando una oscuridad.

 

Página publicada em janeiro de 2009.

 



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