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Sobre Antonio Miranda
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

MARITA TROIANO

 

Nace en Chincha Alta, Departamento de Ica, Perú, el 13 de febrero de 1953. Estudió en la Facultad de Ciencias Sociales de la Pontificia Universidad Católica del Perú, donde obtuvo los títulos de Socióloga y Cientista Política. También estudió Guión de Cine y Televisión en el Instituto Toulouse Lautrec, de Lima.

 

Editora de la Editorial Carpe Diem, ha publicado “Mortal in Puribus” (1996); “Poemas Urbanos” (1998); “Extrasístole” (1999); “La  noche anterior” (2000); “Secreto a voces” (2003); “La historia según la poesía” (2005). Autora de la obra teatral “Manos voladoras” y “Medea unlimited”; publicó en 1997 una antología de poetas peruanas titulada “Mujer y poesía”, Reside en Lima y Nueva York.

 

 

Poemas extraídos de la revista chilena LA PATA DE LIEBRE, dirigida por el poeta Aristoteles España: www.lapatadeliebre.cl 

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  /  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

POEMAS URGENTES

 

 

ALGUNAS SUGERENCIAS CON QUE ESCRIBIR POESÍA

 

Si no existiera el papel,

Ni los papyros de ayer,

los pergaminos las tintas  o las piedras…

¿De qué forma escribiría poesía?

 

Tal vez

sobre una espalda tibia con mi lengua humedecida por tus besos

Contra una pared blanca con los bordes ondulantes de tu sombra

En la piel violenta de tus muslos con una aguja imantada

En las lisas piedras del jardín con mi sudor y mis lágrimas

En la curvada cáscara de un huevo con trozos de carbón

Sobre la arena clara con el temblor de mis dedos cuando miras

En la indescifrable palma de mi mano izquierda

moviéndose sus líneas hacia tu destino

En tus nalgas con mis uñas largas

Sobre la corteza de los árboles con el viento de mayo y un cuchillo

En aguas cristalinas jugando con tu reflejo

En tu boca con la mía

En tu nuca con mi aliento

En el aire con mis alas

En mi barriga blanca con tus sueños.

 

 

 SIN TI

                          a Guido

 

Cuando me quede sin ti

no me crecerán más las uñas

ni el cabello

 

Sin ti

congelaré para siempre el firmamento

en un eterno gris

/colores de lamento/

 

Sin estrellas

Sin luna

Sin un sol

Olvidaré masticar y decir buenos días

a la gente que más quiero

 

Cuando no estés conmigo ni a mi lado

incendiaré mi balsa

se secarán mis ríos

morirá mi verde

todo me será ajeno

vulgar

inútil

 

Sin ti no tendré más destino

 

Perderé mi nombre

Y creo que en cuclillas

me he de quedar  flotando para siempre

en un limbo frío

Sacudida y sin habla

Espectando mi enloquecido drama

 

Cuando no estés más a mi lado

seré una solitaria sola

Y  alguien caritativo me inventará una vida

Pero tendrá que hacérmela creer  cada mañana.

 

 

SOLO UN BESO

 

Cualquier cosa por un beso de tu boca

De esa tu boca que invento siendo mía

Un beso húmedo

Entibiado

Un beso hirviendo

Un beso lento

Insomne

Apresurado

Irreverente

Sendas de perlas llamando a viva voz la sangre

con los labios

Un tormento de glándulas por excesiva adrenalina

Cualquier cosa por un beso de tu boca

Con colores del geranio

Teñidos de ternura

Con aromas de sándalo y textura de piel de los duraznos

Un himno indostánico sin fatigas

Un beso simple

Complicado

Largo

Entrecortado

Un beso- halcón    beso -paloma

Entrelazados los alientos

Perdida en el vacío la cordura

Cualquier cosa por un beso de tu boca

Un beso que hable lenguas vivas   lenguas muertas

sumidas lenguas en un ritmo inverosímil

¡Un beso pronto!

Antes de la censura de los jueces

Antes de que me borres de tu vida.   

 

 


TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução de Antonio Miranda

 

 

ALGUMAS SUGESTÕES DE COMO ESCREVER POESIA

 

Se não existisse o papel,

Nem os papiros de antes,

Os pergaminhos as tintas ou as pedras...

De que maneira escreveria poesia?

 

Talvez

sobre as costas mornas com minha língua umedecida por teus beijos

Contra uma parede branca com as bordas ondulantes de tua sombra

Na pele violenta de teus músculos com uma agulha imantada

Nas pedras lisas do jardim com meu suor e minhas lágrimas

Na cascara curva de um ovo com pedaços de carvão

 Sobre a areia clara com o tremor de meus dedos quando miras

Na indecifrável palma de minha mão esquerda

movendo suas linhas na direção do destino

em tuas nádegas com minhas longas unhas

sobre a cortiça das árvores com o vento de maio e um punhal

Nas águas cristalinas jogando com teu reflexo

Em tua boca com a minha

Em tua nuca com meu hálito

No ar com minhas asas

Em minha barriga branca com teus sonhos.

 

 

SEM TI

                          a Guido

 

Quando eu ficar sem você

não crescerão minha unhas

nem meu cabelo

 

Sem você

Congelarei para sempre o firmamento

em um eterno cinza

/cores de lamento/

 

Sem estrelas

Sem lua

Sem um sol

Esquecerei mastigar e dizer bom dia

às pessoas que mais quero

 

Quando não estiver mais comigo nem ao meu lado

incendiarei minha balsa

os rios vão secar

vai morrer o verde

tudo se tornará alheio

vulgar

inútil

 

Sem você não terei mais destino

 

Perderei meu nome

E creio que de cócoras

deverei ficar flutuando para sempre

no limbo frio

Estremecida e sem fala

Expectando meu enlouquecido drama

 

Quando não esteja mais ao meu lado

serei uma só solitária

E alguém caridoso me inventará uma vida

Mas terá que levar-me a crer nela cada manhã.

 

 

APENAS UM BEIJO

 

Qualquer coisa por um viejo de tua boca

Desta boca que invento sendo minha

Um beijo úmido

Morno

Um beijo fervendo

Um beijo lento

Insone

Apressado

Irreverente

Caminhos de pérolas chamando em viva voz o sangue

com os lábios

Um tormento de glândulas por excesso de adrenalina

Qualquer coisa por um beijo de tua boca

Com cores de gerânio

Tingidos de ternura

Com aromas de sândalo e textura da pele dos pêssegos

Um hino hindustânico sem fadigas

Um simples beijo

Complicado

Longo

Entrecortado

Um beijo-falcão  beijo-pomba

Os hálitos entrelaçados

Perdida no vazio da cordura

Qualquer coisa por um beijo de tua boca

Um beijo que fale línguas vivas  línguas mortas

línguas sumidas no ritmo inverossímil

Um beijo ligeiro!

Antes da censura dos juizes

Antes que me apagues de tua vida.

 



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