Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


POESIA PERUANA
Coordinacíon: Jorge Alania - jorgealania@terra.com.pe
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------



FERNANDO OLEA

 

Sem pretender uma comparação, o peruano Fernando Olea elabora versos livres com a sutileza, a malícia e até a crueldade dos “antipoemas” e os “artefatos” do chileno Nicanor Parra. Sua relação com o teatro e a visão despiedada do mundo calibram este jovem poeta de refinado humor e sensibilidade à flor da pele.

                                                                                            Antonio Miranda

 

 

Poemas extraídos de CAJÓN DESASTRE (PRIMEIRA PRUEBA).  Lima: AR LIENT, 2002.  sp. (Colección de lupa)

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL    /   TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

CONCHA EL APUNTADOR

 

No sé a partir de qué momento

empecé a repetirle las cosas más extrañas a los demás

con cierta pasíón incomprensible

Ni tampoco

Después de que ocasión comencé a ser

inmutable

parco

al punto que mi ropa también sufrió cambios

Ahora me visto de negro

y sigo comprando o tiñendo algunas prendas

 

Desde que hicieron hincapié

en algunos ademanes muy míos

calificándolos de finos

me propuse darles gusto

 

Aunque todavía no soy lo que ellos quieren

he iniciado la triste labor de prestar

por enésima vez

todas mis pertenencias para siempre

 

Todas las mañanas frente al espejo

birlo alguna mueca de mi pasado

y me la trago

para no llevarla nunca más en la cara

y si quisiera hacerla en algún momento

ya la habré olvidado

No limaré mi tabique

No borraré mi lunar de la sien

y no esconderé mi cicatriz de la frente

 

Llegar a la sonrisa que tengo ahora

me demandó mucha práctica

y constancia

Ensayos, ya se entiende

 

Todo esto ocurrió

cuando en plena actuación

los espectadores escucharon levemente mi nerviosismo

al decir implorándole al apuntador

(aprovecho mi posición de rodillas)

¿en qué me quedé?

 

 

MUÑECA FEA

 

Los poetas dejan de serlo cuando escriben

cuando una de las muñecas danza sobre el papel

Cuando no escriben si lo son. Habría que verlos.

Si no pregúntenles a los analfabetos

que lo dicen todo

sin un papel de por medio

que se puede quemar, perder, arrugar, olvidar

o no leer jamás.

 

 

ALMOHADA PARA UNA CABEZA

 

Durante toda mi vida

viví con el mito

de creerme un gran amante

 

Hoy,

a mis tantos años

sigo creyendo lo mismo

al igual que mi almohada

que hacía saltos mortales

 

No hay sitio para más

Una amante más

y moriría mi memoria

mi única fiel compañera

que nunca me dice que no

 

 

OBSEQUIO

 

Te regalo todas mis cicatrices

que juntas deben medir

más de seis metros

 

Todo el alcohol que he bebido en mi vida

Te alcanzaría para muchas fiestas

 

Ninguna navidad

 

Todo lo que he comido a lo largo

de mis treintaiún años

por si te vuelves pobre

 

Mis lecturas en el idioma que elijas

 

También,

ese retrato que me regalaste

y en donde apareces risueña

antes de conocerme

 

Te regalo todos los próximos obsequios

que recibirás de los demás

incluido algún hijo

que no me tocará la puerta

porque las carpas no las tienen

 

sólo tienen a payasos sin función

que como yo

ya no necesitan maquillarse

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Traduções de Antonio Miranda 

 

 

PONTO DE PALCO

 

Não sei a partir de que momento

comecei a repetir as coisas mais estranhas

com certa paixão incompreensível

Nem tampouco

depois de que ocasião comecei a ser

imutável

parco

ao ponto em que meu vestuário mudou

Agora me visto de negro

e continuo comprando ou tingindo algumas peças

 

Desde que notaram

alguns gestos muito pessoais

qualificando-os de refinados

decidi realçá-los

 

Embora ainda não sou o que eles querem

já iniciei a triste tarefa de emprestar

pela enésima vez

todos meus pertences para sempre

 

Todas as manhãs diante do espelho

surrupio alguma careta de meu passado

e a engulo

para não levá-la nunca mais na cara

e se quisesse fazê-la em algum momento

já a terei esquecido

Não limarei meu tabique

Não apagarei meu sinal da têmpora

Não esconderei minha cicatriz da face

 

Chegar ao sorriso que tenho agora

exigir de mim muita prática

e persistência

Ensaios, vocês entendem

 

 

Tudo isso aconteceu

quando em plena atuação

os espectadores perceberam levemente meu nervosismo

ao dirigir-me implorando ao apontador

(aproveito estar de joelhos)

o onde é mês que estava?

 

 

BONITA FEIA

 

Os poetas deixam de sê-lo quando escrevem

quando uma das bonecas dança sobre o papel

Quando não escrevem, sendo-o. Há que vê-los.

Se não, perguntem-lhes aos analfabetos

que dizem tudo

sem valer-se de papel

que se pode queimar, perder, enrugar, esquecer

ou não ler jamais.

 

 

ALMOFADA PARA UMA CABEÇA

 

Durante toda a minha vida

vivi com o mito

de julgar-me um grande amante

 

Hoje,

nos meus tantos anos

sigo ainda acreditando

assim como meu travesseiro

tal qual meu coração acrobata

que dava saltos mortais

 

Não mais lugar para mais

Uma amante mais

e morreria minha memória

minha única fiel companheira

que jamais me disse não

 

 

OBSÉQUIO

 

Te dou todas as minhas cicatrizes

que juntas devem medir

mais de seis metros

 

Todo o álcool que consumi em minha vida

—suficiente para muitas festas

 

Nenhum Natal

 

Minhas leituras no idioma que preferir

 

Também,

esse retrato que me presenteaste

onde apareces sorridente

antes de conhecer-me

 

Te dou todos os próximos obséquios

que receberás dos demais

inclusive algum filho

que não baterá em minha porta

porque as barracas não as têm

 

somente têm os palhaços sem função

que, como eu

já não necessitam maquiagem

 

 

Poema inédito

 

DEPRESSÃO

 

Tradução de Antonio Miranda

 

 

Dizem que eu nunca chorei.

Quando perguntei me disseram que não,

que nem mesmo chorei ao nascer.

Mas eu sim provoquei prantos. Muitos.

Quiçá choro nos olhos dos outros,

ou talvez quando me brotam as lágrimas,

mas a isso não podemos chamar de choro.

Sei que os homens não choram,

mas nem mesmo sou um homem,

e menos um menino,

porque não há menino que não chore.

E o pranto, esse que faz um nó inglês na garganta

e q não deixa falar, eu tampouco conheço.

Dizem que os poetas pranteiam pelas palavras.

E pareceria que as minhas não são lacrimais,

o que me exclui também como poeta,

porque não há poetas que não façam rir,

talvez apenas sorrir, de pena ou por pena.

Será que nasci sem olhos,

e ainda não me precatei,

ou será que todas as lágrimas estão reservadas

para quando me abandones,

e neste caso

tampouco me verás chorar

porque estarei longe,

buscando um ombro,

que pode ser o meu próprio.

 

 

Fernando Olea recibe Antonio Miranda en su casa de Barranco, Lima, Peru, el pasado mes de abril de 2013, para “matar saudades” y una entrevista en vídeo. Al fondo un detalle de su relicario de inscripciones de sus amigos.

 

 

Página ampliada e republicada em março de 2008

 

 

Topo da Página Voltar à página do Perú Click aqui

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar