Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


ENRIQUE VERASTEGUI

Fonte: www.revista.agulha.nom.br/

 

ENRIQUE VERASTEGUI

 

Enrique Fidel Verástegui Peláez (Cañete (Perú), 24 de abril de 1950), es un poeta, ensayista, cuentista, novelista, dramaturgo, guionista, matemático y lógico peruano.

 

Autor de una vastísima obra poética y académica.

 

 

TEXTO EN ESPAÑOL    /    TEXTO EM PORTUGUÊS

 

 

PRIMER ENCUENTRO CON LEZAMA

 

Llevo un sol en mis bolsillos

pero ya no tengo nada en mí

no puedo soñar cantar pensar en cosas concretas

no puedo soñar cantar escribir ese poema para ti mi gatita

          arañándome el hombro

y mis vecinos me tienen controlado

me ven llegar como una peste

y hablan de mí

entre comillas soy el ocioso el paria el que llega tarde en la noche

y corro por estas calles de Lima

buscando recordando a Vívian

cayéndome en pedazos consumido por mí mismo y tu no hacías nada

          por mí, viejo Lezama, estás ya viejo, pero te guío por estos

          sitios

Vívian solía aparecer desnuda con sus enormes muslos de cedro

y mira acá esta foto: es Jericó devastada por el mal uso de los sebos,

          por la droga, las flores de plástico

y sal un poco de tus paginas, de esos aires, Lezama, sé que el asma

          es tu paraíso

pero comparando nuestros árboles, nuestra sana manera de

          tendemos en la yerba

yo habito mas que el infierno

y debo caminar pudriéndome por quedar bien contigo mientras

          vamos paseando por Tacora

entre prostitutas y ladrones

que no logran robarnos nada porque nada tenemos pero tenemos

          hambre y comemos ciruelas

y corremos fugándonos sin cancelar la cuenta

y otra vez estamos en la plaza San Martín frente al caballo inmovilizado

          por las cámaras de los turistas

sin saber dónde ir ni qué ómnibus tomar

sin saber cómo ni cuándo apareciste en Lima sorpresivamente como

          esas pocas lluvias que llegan para lavamos de la duda

y ahora estamos contigo en el café Palermo

ahora ya puedo decir que tus palabras huelen a manzano y los

          manzanos son gente sencilla que ignora el uso de la palabra

          gente que ignora el mal uso de la palabra

ahora sé que nada se perdió

y aprendí que el verso más claro está garabateado sobre la pared

          de los baños

y voy recitándolo con voz sonora en medio de la calle

mientras me alejo y llevo a Lezama prendido como un laurel sobre

          el ojal de mi camisa

          yo no quiero brillar con esa intensidad de aviso Phillips

            yo tengo un brillo en las pupilas

tan claro como el verso más claro que ahora voy gritando por estas

          páginas sórdidas

y somos arrojados uno al lado de otro sobre esta gran ciudad caminan

          un par de iguanas

reptando y comiéndose la luna

          uno más joven que el otro

uno más flaco y pálido y callado y con las alas cortadas por la

          rutina de estar continuamente dando batallas a la rutina

dando vueltas

          y más vueltas encima de los cables

otra vez solo

sin nadie con quien cruzar unas palabras, una idea,

y los ojos están ardiéndote,

todo lo que miras es alcanzado por el fuego,

como en la hora del Juicio Final,

he llegado a mí después de haber gritado en las praderas porque

          todos huían de ti pero ya tu habías huído de todos

y el corazón te quema más que un buen vaso de brandy en el

          estómago

más que todos los fogones ardiendo juntos de noche sobre los campos,

el corazón es mi palabra y más que mi palabra soy yo ardiendo de

          noche sobre los corazones que aún no han conocido el amor

y están desesperados gimiendo arrancándose los cabellos.

 

 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

 

TEXTO EM PORTUGUÊS

 

 

PRIMEIRO ENCONTRO COM LEZAMA

 

Carrego um sol em meus bolsos

mas já não tenho nada em mim

não posso sonhar cantar pensar em coisas concretas

não posso sonhar cantar escrever esse poema para ti minha gatinha

          arranhando meu ombro

e meus vizinhos me têm controlado

me vêem chegar como uma peste

e falam de mim

entre aspas sou o ocioso o pária o que chega tarde à noite

e corro por essas ruas de Lima

buscando recordando Vívian

caindo em pedaços consumido por mim mesmo e tu nada fazias

          por mim, velho Lezama, já estás velho, mas te guio por esses

          lugares

Vívian costumava aparecer nua com suas enormes coxas de cedro

e olha aqui esta foto: é Jericó devastada pelo mau uso das gorduras,

          pelas drogas, flores de plástico

e sal um pouco de tuas páginas, desses ares, Lezama, sei que a asma

          é teu paraíso

mas comparando nossas árvores, nossa maneira sã de

          deitarmos na relva

habito mais que o inferno

e devo caminhar apodrecendo para ficar bem contigo enquanto

          vamos passeando por Tacora

entre prostitutas e ladrões

que não conseguem nos roubar porque nada temos mas temos

          fome e comemos ameixas

e corremos fugindo sem pagar a conta

e outra vez estamos na praça San Martín diante do cavalo imobilizado

          pelas câmeras dos turistas

sem saber aonde ir nem que ônibus tomar

sem saber como nem quando apareceste em Lima de surpresa como

          essas poucas chuvas que caem para nos lavar da dúvida

e agora estamos contigo no café Palermo

agora já posso dizer que tuas palavras cheiram a subúrbio,

          cheiro de gente simples que ignora o uso da palavra

          gente que ignora o mau uso da palavra

agora sei que nada se perdeu

e aprendi que o verso mais claro está rabiscado na parede

          dos banheiros

que vou recitando com voz sonora no meio da rua

enquanto me afasto e levo Lezama preso como um laurel na

          casa de botão de minha camisa

          já não quero brilhar com essa intensidade de anúncio da Phillips

                     eu tenho um brilho nas pupilas

tão claro como o verso mais claro que agora vou gritando por essas

          páginas sórdidas

e somos jogados um ao lado do outro sobre esta grande cidade caminham

          um par de iguanas

rastejando e comendo a lua

                   um mais jovem que o outro

um mais magro e pálido e calado e com as asas cortadas pela

          rotina de estar continuamente porfiando com a rotina

dando voltas

                   e mais voltas sobre os cabos

outra vez sozinho

sem ninguém com quem trocar umas palavras, uma idéia,

e teus olhos estão ardendo,

tudo o que olhas é tomado pelo fogo,

como na hora do Juízo Final,

cheguei depois de ter gritado nas pradarias porque

          todos fugiam de ti mas tu já havias fugido de todos

e o coração te queima mais que uma boa taça de brandy no

          estômago

mais que todas as fogueiras ardendo juntas de noite sobre os campos,

o coração é minha palavra e mais que minha palavra sou eu ardendo de

          noite sobre os corações que ainda não conheceram o amor

e estão desesperados gemendo arrancando os cabelos.

 

 

*Poemas selecionados e extraídos de :  EL RÍO HABLADOR – Antología de la Poesía Peruana (1950-200)  Rio de Janeiro: 7Letras; Recife: Ensol, 2007.   Texto bilíngüe español/português.
ISbs 85-7577-349-6   Patrocínio da CHESF e apoio da Facultad de Letras y Ciencias Humanas/ Universidad Nacional Mayor de San Marcos. 

Página publicada em abril de 2009.

 

 

 


Topo da Página Voltar à página do Perú Click aqui


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar