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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




RUBÉN BAREIRO SAGUIER

Diplomata com larga folha de serviços a seu país, é autor de A la Víbora de
 la Mar
, Literatura Guaraní del Paraguay, El Séptimo Pétalo del Viento, Ojo
 por Diente
, entre outras.

TEXTO EN ESPAÑOL y/e TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de José Jeronymo Rivera


REVISTA DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL. Ano 3, jan./jun. No. 5 – jan./jun. 2021. Editor: Flavio R. Kothe. Brasília, DF: Editora Cajuína, Opção editora, 2023. 168 p. ISSN 2674-8495

 

 

TRADUÇÃO de  FERNANDO MENDES VIANNA
                       e  ANDERSON BRAGA HORTA

 

 


DESPERTAR 

 Porque alguém teceu a madrugada
 De sereno flamante
 E de limão dormido

 Porque alguém foi bordando alternos peixes
 Sobre o dorso do rio
 E desenredando o novelo de folhas neblinosas

 Porque alguém despertou as fibras do rocio
 O vaivém do zodíaco
 E esmagou as estrelas como bichos de luz

 Porque alguém foi desfolhando de silêncios a torre
 E povoando de cristal a campana
 A ramagem

 Porque alguém foi arvorejando de olhos a memória
 Ao levantar os lençóis de linho

 Porque alguém teceu a madrugada
 Com fios de pasto úmido
 Porque alguém tocou a trompa do dia.



DESPERTAR

 Porque alguien tejió la madrugada
 De sereno flamante
 Y de limón dormido

 Porque alguien fue bordando alternos peces
 Sobre el lomo del río
 Y desenredando el ovillo de hojas neblinosas

 Porque alguien despertó las fibras del rocío
 El vaivén del zodiaco
 Y aplastó las estrellas como bichos de luz

 Porque alguien fue deshojando de silencios la torre
 Y poblando de cristal la campana
 El ramaje

 Porque alguien fue arbolando de ojos la memoria
 Levantando las sábanas de lino

 Porque alguien tejió la madrugada
 Con hilos de pasto húmedo
 Porque alguien sonó el cuerno del día.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TRILCE – Uma revista de poesia: creación y reflexión. TERCERA ÉPOCA  No. 25. /  Poesía paraguaya contemporánea. Antología.] Portada : Enrique Careaga.              Diretor OMAR LARA.  Asunción, Paraguay: 2009.   ISSN 0717-9561.    
                                       Exemplar na biblioteca de Antonio Miranda

       

       
FRUCTUOSO

      
El viento trae el olor de las frutas
       maduras.
       Los pájaros picoteadores
       pudrieron el verano
       caído en la humedad de la tierra.


      
MI PAÍS

       
El verano corre largamente entre            
       los árboles cómplices.
       atraviesa la tierra sin montañas.

 

       IMPRESIÓN

     
 Desde lo alto de la loma veía volar
       un pájaro.
       Una nube se me metió en los ojos,
       mis ojos que lluevan.

 

        DESCAMPADO

      
Bajo las estrellas,
       con un ojo apagaba el cielo.
       Con el otro soñaba.


       ADOLESCENCIA

      
Me balanceo, desnudo,
       en el río del verano.
       El caballo nada bajo tu piel.


        SIESTA

       
El sol despiadado de las cigarro           
        quema el maizal y mi sangre.
 

 

       TARDECITA

       
Dibujo en la inmensa pizarra,
        Al poner un punto, aparece la primera estrella.



      PLENILUNIO

     
El jazminero moja el patio sediento.
      la tierra reseca del verano clarísimo.

 

 

TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA


 

        FRUTÍFERO
      
     
O vento traz o cheiro das frutas maduras.
      Os pássaros picadores
      apodreceram no verão
      caído na umidade da terra.

      
      MEU PAÍS 

      
O verão corre longamente entre
      as árvores cúmplices,
      atravessa a terra sem montanhas.


      IMPRESSÃO   

     
Desde o alto do monte vi um pássaro voar
      Uma nuvem meteu-se nos olhos
      que chovam os meus olhos.


       DESCAMPADO 

      
Sob as estrelas
       com um olho apagava o céu.
       Com o outro sonhava.


       ADOLESCÊNCIA

      
 Me balanço, despido,
       no rio do verão.
       O cavalo nada debaixo tua pele.


       SESTA

       O sol sem piedade das cigarras
       queima o milharal e meu sangue.

 

 

  DE TARDE

 
Desenho no imenso quadro,
  Ao colocar um ponto, aparece a primeira estrela.  
      

 
PLENILUNIO

 El jazminero moja el patio sediento,
 la tierra reseca del verano clarísimo.

*

PÁGINA ampliada e republicada em maio de 2024.

 

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