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 ELOY  FARIÑA NÚÑEZ (1885-1929)     Poeta paraguaio, nasceu em Humaitá e morreu em Buenos Aires.  Expoente do modernismo, é autor de Cármenes, Las vértebras de Pan y Canto secular, que é em realidade o de  seu pais e os antigos  guaranis que o  habitavan. Também escreveu obras narrativas, teatro e ensaio.     A SERPENTE               Tradução de Sólon  Borges do Reis     Meu coração é uma vasta fogueira: arde, crepita, verte luz, se inflama e em torrentes de fogo se derrama, como o sol na metade da carreira.   É luz que nos altares reverbera e que em fulgor celestial se esparrama, e é serpentina e corrosiva chama que em satânico incêndio degenera.   Sobre meu coração, vulcão ardente, põe tua mão devagar, suavemente, e escuta que é furioso o seu latejo.   Talvez, por tuas virtudes escolhida, fique a teus pés, arfando, retorcida, a maldita serpente do Desejo.       Página publicada em  Nov. 2007 
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