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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESÍA NICARAGUENSE
Coordenação de Milagros Terán

 

I

BLANCA CASTELLÓN

 

(Managua, 1958) Ha publicado Ama del espíritu (1995), Flotaciones (1998), Orilla opuesta (2000) por el cual obtuvo el Primer Premio Internacional Instituto de Estudios Modernistas, Valencia España;  y Los juegos de Elisa (2005).

 

Su obra aparece en más de veinte antologías nacionales e internacionales. Ha sido traducida al francés. Su poesía aparece en revistas y suplementos culturales en Latinoamérica, Estados Unidos y España.

 

Participa de la organización del Festival Internacional de Poesía de Granada.

 

 

 

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL    -    TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

 

 

 

LOS  MORIDORES

 

“El que cierra los ojos , se convierte en morada de todo el universo” Olga Orozco

 

          A Francisco Ruiz Udiel

 

 

Todos nos vamos a morir

 

sin orden alfabético

sin mayor organización

que el antojo del altísimo

 

los que ayer bailábamos felices

en la boda de Andrea

 

cada uno con su risa

 

con sus ojos y sus cabellos

en diferentes tonos

 

los visitantes del facebook

 

los que viajan en buses

los que duermen desnudos

los que escriben poemas

los que contemplan fuentes

musicales en las plazas

los que comen salteado

los que escuchan su i pod

 

los que abusan  de las flores

de los ríos y del libre albedrio

de los arboles

 

todos nos vamos a morir

 

te lo digo

lo he venido notando

 

en la agenda de mi celular

nombres que hay que borrar

 

en los álbumes de fotos

fotos que hay que enmarcar

con especial nostalgia

 

amigos íntimos

lejanos

conocidos

ya no giran conmigo alrededor del sol

 

todos nos vamos a morir

 

más hondo que como morimos cada día

más largo que como morimos cada noche

 

más abrazados a la tierra

más reclinados al silencio

 

créemelo

todos nos vamos a morir.

 

 

 

ADIOS TRISTEZA

 

Quiero que estrenes esta noche

la risa que te regalé en tu cumpleaños

 

vamos

suelta el lazo blanco

 

abre la caja de cristal con fieltro al fondo

 

toma la risa y úntala en tu boca

yo sonaré el manojo de llaves

 

agitaré el vaso con monedas de a centavo

vestiré las líneas de tu mano

 

enroscaré en mi cuello tus huellas digitales

 

será una noche larga y ancha

como el rio San Juan

 

al final

como sorpresa me pincharé

con una aguja el corazón

 

hasta que brote sangre

y pinte en rojo tu tristeza.

              

              

LOS MUERTOS

 

Los muertos destilan humo

y asuntos pendientes

 

se instalan en la corona

de arterias moradas

que cercan el corazón

 

los muertos no son

tan nobles en su reposo

 

aprovechan el tiempo libre

para interponerse en la sana

 

costumbre de sonreír

que tenemos los vivos

 

luego abren la llave

de agua en los ojos

 

y nos hacen llorar.

 

 

 

CASTELLÓN, Blanca.  Cactus body   with translations by Roger Hickin.  Littelton, New Zealand: Cold Hub Press, 2013. s.p.   ISBN 978-0-473-26533-5   

 

 

CHAPUZÓN

 

Qué ganas de hundirse

en el corazón tuyo

 

que no tienes

 

eso también es poesía

 

andar buscando

lugares que no existen.

 

 

ALUMBRAMIENTO

 

Ha nacido un poema

en la muerte de hoy

 

solo

muy solo

 

tiene cuerpo de cactus

 

almacena agua

para los días de la sed.

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Trad. de Antonio Miranda e Milagros Terán

 

 

 

OS PERTINAZES

Vamos todos morrer
em orden alfabética
sem muita organização
pela vontade de Deus.

 

Os que ontem dançávamos felizes
no casamento de Andreia
cada quem com seu riso

com seus olhos e seus cabelos
em diferentes tons

os vistantes do Facebook

os que viajam de ônibus
os que dormem nus
os que escrevem poemas
os que contemplam fontes
musicais nas praças
os que comem um dia sim um dia não
os que escutam seu i-pod

os que abusam das flores
dos ríos e do libre arbitrio
das árvores

vamos todos morrer

eu te digo
já venho notando

nomes na agenda do celular
que devo apagar

nos álbuns de fotos
fotografías que devo emoldurar
com muita saudade

amigos íntimos
distantes
conhecidos
que já não andam comigo
                    arredor do sol

 

vamos todos morrer

mais fundo do que morremos a cada dia
mais longo do que morremos cada noite

mais abraçados à terra
reclinados no silêncio

creía-me
vamos todos morrer.

 

 

ADEUS TRISTEZA

Quero que estreies esta noite
o sorriso que te dei no teu aniversario

vamos
desata a fita branca

abre a caixa de cristal com feltro no fundo

toma o riso e passa nos lábios
eu soarei o molhe de chaves

agitarei o copo com centavos de moedas
vestirei as linhas de tua mão

enroscarei no pescoço tuas linhas digitais
será uma noite longa e larga como o rio San Juan

no final
como surpresa me fisgarei com uma agulha meu coração
até que brote sangue e pinte de vermelho tua tristeza

 

 

OS MORTOS

 

Os mortos destilam humo
e assuntos pendentes

se instalam na coroa
de artérias púrpuras
que envolvem o coração

os mortos não são
tão nobres em seu repouso

aproveitam o tempo livre
para intrometer-se no costume

sadio de sorrir
que nós vivos temos

depois abrem a torneira
de água nos olhos

e nos fazem chorar.

 

 

 

Traduções de Antonio Miranda

 

 

MERGULHO

 

Que vontade de penetrar
no teu coração

que não tens

isso também é poesia

andar buscando
lugares que não existem.

 

 

ALUMBRAMENTO

E nasceu um poema
na morte de hoje

solitário
bem solitário

 

com corpo de cacto

armazena água
para os dias de sede.

 

 

IX FESTIVAL INTERNACIONAL DE POESÍA DE GRANADA, Nicaragua 2013.  Memoria Poética. 121 Poetas / 56 países.  Managua, Nicaragua:  Fundación Festival Internacional de la Poesía de Granada, 2014.  220 p.  ISBN 978-99964-896-2-4

 

Na capa: reprodução do cartaz do evento.  Inclui poemas dos convidados e uma foto coletiva. Inclui os poemas brasileiros: Thiago de Mello e Floriano Martins. 
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

                        Alumbramento

 

 

                    Há nacido un poema

 

                    en la muerte de hoy

 



solo

muy solo




tiene cuerpo de cactus




almacena agua

para los dias de la sed.

 

 

 

 

TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

 

                     Parto

 

 

                    Nasceu um poema

 

                    na morte de hoje

 



sozinho

muito só




tem corpo de cactus




armazena água

para os dias de sede.

 

 

 

 

 

 

*

 

 VEA y LEA otros poetas de NICARAGUA en nuestro Portal:

 

http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/nicaragua/nicaragua.html

 

 

Página publicada em abril de 2021

 

 

 

Página publicada em fevereiro de 2014. AMPLIADA e republicada em março de 2014.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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