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RUBÉN BONIFAZ NUÑO
Nasceu em Còrdoba, Estado de Veracruz, México, em 1923.Graduado em Dirfeito e doutor em Letrs pela Universidad Autónoma de México. Recebeu o Prêmio Nacional de Letras 1974 e outros prêmios importantes em anos seguintes. Autor deuma vasta obra no campo poético.
TEXTOS EM ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
FUEGO DE POBRES
Nadie sale. Parece
que cuando llueve en México, lo único
posible es encerrarse
desajustadamente en guerra mínima,
a pensar los ochenta minutos de la hora
en que es hora de lágrimas.
Es que es el tiempo de ponerse,
encenizado de colillas fúnebres,
a velar con cerillos
algún recuerdo ya cadáver;
tiempo de aclimatarse al ejercicio
de perder las mañanas
por no saber que hacerse por las tardes.
Y tampoco es el caso de olvidarse
de que la vida está, de que los perros
como gente se anublan en las calles,
y cornudos cabestros
llevan a su merced tan buenos toros.
No es cosa de olvidarse
de la muela incendiada, o del diamante
engarzado al talón por el camino,
o del aburrimiento.
A la verdad, parece.
Pero sin olvidar, pero acordándose,
pero con lluvia y todo, tan humanas
son Ias cosas de afuera, tan de filo,
que quisiera que alguna me llamara
solo por darme el regocijo
de contestar que estoy aqui,
o gritar el quién vive
nada más por ver si me responden.
Pienso: si tu me contestaras.
Si pudieras hablar en calma con mi viuda.
Si algo valiera lo que estoy pensando.
Llueve en México; Llueve
como para salir a enchubascarse
y a descubrir, como un borracho auténtico,
el secreto más íntimo y humilde
de la fraternidad; poder decirte
hermano mío si te encuentro.
Porque tu eres mi hermano. Yo te quiero.
Acaso sea punto de lenguaje;
de ponerse de acuerdo con el tipo
de cambio de Ias vocês,
y en la serial para soltar la marcha.
Y repetir ardiendo hasta el descanso
que no es para llorar, que no es decente.
Y porque la verdad, no es para tanto.
9.
Era también de fuego:
sobre el tizón, hirientes, casi diáfanas
violetas duras a los ojos,
coronadas de oro. De esto era,
de esto se construía bajo el humo.
También como de alas en asalto;
pluviales hojas enjambradas,
arboladuras de reloj a vela.
Y en vela yo, sumiso y vigilante
a la corriente en que me estoy hundiendo.
Buscando quién me soy cuando soy este
sabor labiodental, que sobrenada
entre las redes dei aroma;
estos golpes de tacto en sonolientas
aguas desembocando; quién me nace
—póstumo ya— si la serpiente
de música enjoyada quiebra
el cascarón, y adelgazándose
—sensual, bicéfala y exacta-—
cruza la puerta doble del oído.
15.
No me ilusiono, admito, es de mi gusto,
que soy un hombre igual a todos.
Trabajo en algo, cobro
un sueldo insuficiente; me divierto
cuando puedo, o me aburro hasta morirme;
hablo, me callo a veces, pido
mi comida, y a ratos
quisiera ser feliz gloriosamente,
y hago el amor, o voy y vengo
sin nadie que me siga. Tengo un perro
y algunas cosas mías.
En general, no estoy conforme
ni me resigno. Quiero mi derecho,
de hombre común, a deshacerme
la frente contra el muro, a golpearme,
en plena lucidez, contra los ojos.
ACASO UNA PALABRA
(fragmento)
Acaso una palabra
tan solo, sé decir: ai despedirme,
lo más mio de mi se precipita
afuera, y busca y toma lo que amo.
Decir adiós, hablar para perderte,
y saber que un instante,
el anudado instante en que lo digo,
puedo tenerte asida y te detengo.
Abro luego las manos, quedas libre.
Y el corazón te grita que te quedes
y no lo entiendes. Nunca
lo pudiste entender. Estamos solos.
Hay en todas las tardes una espina
extrana. Un soplo de ceniza ardiendo
tiembla en los corazones y las calles.
Es antes de la noche.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Zenilton de Jesus Gayoso Miranda
e Antonio Miranda
FOGO DE POBRE
Ninguém sai. Parece
ao chover no México, que a única
possibilidade é refugiar-se
desajustadamente em guerra mínima,
a pensar os oitenta minutos da hora
em que é hora de lágrimas.
E então é tempo de recolher-se
em cinzas de guimbas fúnebres
a velar com fósforos
alguma lembrança já defunta;
tempo de ajustar-se ao exercício
de perder as manhãs
por não saber o que fazer com as tardes.
E tampouco é o caso de esquecer
que a vida consiste em que os cães
como gente se anuviam nas ruas,
e os cornudos cabrestos
leve à sua mercê tão altivos touros.
Não é questão de esquecer
a mola incendiada, ou do diamante
cravado no calcanhar pelo caminho,
ou do aborrecimento.
Em verdade, parece.
Mas sem esquecer, mas recordando,
mas com chuva e tudo, tão humanas
são as coisas de foram, tão a fio,
que quisera que alguma me chamasse
apenas para dar-me o prazer
de responder que estou aqui,
ou gritar que a quem vive
nada mais que por ver se me respondem.
Penso: se tu me respondesses.
Se pudesses falar calmo com minha viúva.
Se algo valesse o que estou a pensar.
Chove no México; chove
como para sair a encharcar-se
e a descobrir, como um bêbado autêntico,
o segredo mais íntimo e humilde
da fraternidade; para poder dizer-te
meu irmão se te encontro.
Porque tu és meu irmão. Eu te amo.
Acaso seja tema de linguagem;
de estar de acordo com o tipo
de mudança das vozes,
e no sinal para o ponto de partida.
E repetir ardendo até o descanso
que não é para chorar, que não é decente.
E porque a verdade, não é para tanto.
9.
Era tempo de fogo:
Sobre a brasa, que ferem, quase diáfanas
violetas duras aos olhos,
coroadas de ouro. Disso era,
disso se construía sob a fumaça.
Também como de asas em assalto;
folhas pluviais entrelaçadas.
armação de relógio à vela.
E na vela eu, submisso e vigilante
na corrente em que estou afundando.
Buscando quem sou quando sou este
sabor lábio-dental, que flutua
entre as redes do aroma;
estes golpes de tato em sonolentas
águas desembocando;
quem nasce
póstumo já se a serpente
de música enfeitada rompe
a casca, e adelgaçando-se
— sensual, bicéfala e exata —
cruza a porta dupla do ouvido.
15.
Não me iludo, admito, ser de meu gosto,
que sou um homem igual a todos.
Trabalho em algo, recebo
um salário insuficiente; me divirto
quando posso, ou me aborreço até morrer;
falo, me calo às vezes, peço
minha comida, e às vezes
quisera ser feliz gloriosamente,
e faço amor, ou vou e volto
sem nada que me siga. Tenho um cão
e algumas coisas minhas.
Em geral, não estou satisfeito
nem me resigno. Exijo meu direito,
de homem comum, a desfazer-me
de frente contra o muro a golpear-me,
em plena lucidez, contra os olhos.
ACASO UMA PALAVRA
(fragmento)
Acaso uma palavra
tão somente, se disser: ao despedir-me
o mais meu de mim se precipita
fora, e busco e tomo o que amo.
Dizer adeus, falar para perder-te,
e saber que um instante,
e o ajustado instante em que o digo,
posso tê-la retida e te detenho.
Abro então as mãos, ficas livre.
E o coração grita que permaneças
e não entendes. Nunca
pudeste entender. Estamos sós.
Há em todas as tardes um espinho
estranho. Um sopro de cinza ardendo
treme nos corações e nas ruas.
Antes da noite.
Página publicada em dezembro de 2008
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