MARIA ELENA SOLÓRZANO
Poeta mexicana, professora de Biologia, é autora de muitos livros de poesia e colaboradora em muitos sítios na internet e em antologias de vários países.
Obra poética Ecos (1980), Poema inconcluso (1985), Arco íris de papel (1996), Sirimiris (1997), Eterna amante (1997), En un rincón... (1998), Trueque al alba (1999), Miradas del ayer (1999), Vida de obsidiana (2000), Vestigios de luz (2002), Gruta de espejos, 5ª. Edición 2004). Existem outras traduções da autora ao português.
Poema originalmente publicados na antologia CÍRCULO DE POESIA 7. Montevideo: Movimento aBrace, 2006, gentilmente cedidos pelos editores.
TEXTOS EN ESPAÑOL / TEXTOS EM PORTUGUÊS
TIEMPO DE HIGOS
XIV
Mi canto ya no hechiza a los marinos
ni a los hombres que caminan por la playa.
Ya no se enredan las algas en mis dedos
ni se pegan las medusas a mi piel.
La sal me seduce.
Cuando cierro los ojos en tardes de estaño,
la degusto en el centro de mi lengua.
Su sabor excita mis neuronas.
Bebo tu cuerpo de agua y sal.
XIX
Albas paredes,
- fulgurante lámpara – el quirófano.
A través de mi inflamado vientre
el médico aún escucha sus latidos.
Me paraliza el frío.
Ahora soy agua y quiero desbocarme,
ser árbol o granizo,
la corza que huye del tormento.
El parto se avecina,
Pero, ya no late su corazón de tierna hierba,
daré a luz entumecida carne.
Los jugos coagulados,
tulipanes rojos en su piel.
Mañana, vestida irá de blanco
Para ofrendarlo a los labios sedientos de la tierra.
XXX
El último santuario de la lluvia,
El último reducto de esta lágrima.
La misma huella líquida en la hoja.
La frescura seduce a los insectos,
brota de la piedra el borbotón,
la sed en la montaña se apacigua
(un vaho sacro penetra los ovarios,
culminan en estrellas las semillas).
XXVI
Los varones mis pócimas tomaron,
locos van por caminos cercados de alacranes,
a buscar el amor en cada puerta.
Durante tres años caminaron sin rumbo
con las piernas rotas y el corazón enfermo.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda
TIEMPO DE HIGOS
[Tempo de Figos]
XIV
Meu canto já não enfeitiça os marinheiros
nem os homens que caminham pela praia.
Não mais se enredam as algas entre os dedos
nem aderem as medusas `a minha pele.
O sal me seduz.
Quando fecho os olhos em tarde de estanho,
degusto-o no centro de minha língua.
Seu sabor excita meus neurônios.
Bebo teu corpo de água e sal.
XIX
Alvas paredes,
- lâmpada fulgurante – o quirófano.
Através de meu inflamado ventre
ainda escuta os médicos o seu pulsar.
O frio me paralisa.
Agora sou água e quero desbordar-me
ser árvore ou granizo,
a corça que foge da tormenta.
O parto é iminente,
Mas, já não bate seu coração de tenra erva,
darei a luz entumescida carne.
As seivas coaguladas,
tulipas rubras em sua pele.
Amanhã, vestida irá de branco
Para reverenciar os lábios sedentos da terra.
Mañana, vestida irá de blanco
Para ofrendarlo a los labios sedientos de la tierra.
XXX
O último santuário da chuva,
O último reduto desta lágrima.
O mesmo vestígio líquido na folha.
A frescura seduz os insetos,
brota da pedra ou borbotão,
a sede na monta se apazigua
(um vapor sacro penetra os ovários,
culminam em estrelas as sementes).
XXVI
Os varões sorveram minhas beberagens,
loucos vão por caminho infestados de escorpiões,
buscando amor em cada esquina.
Durante três anos caminharam sem rumo
Com as pernas rotas e o coração enfermo.
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