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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

                                                               Foto y biografia: http://elem.mx/autor/datos

LUÍS DE LA PEÑA MARTÍNEZ

Nació en la ciudad de México el 17 de noviembre de 1958. Poeta. Estudió filosofía en la FFyL de la UNAM y lingüística en la ENAH. Ha sido profesor de la ENAH; coordinador de Confabulario. Cuaderno de talleres; redactor y editor de La Jornada Semanal y Los Universitarios; coordinador de talleres literarios en la Casa del Lago, Casa de la Primera Imprenta en América, INBA y AEM; presidente de la mesa directiva de la Red Nacional Autónoma de Talleres Literarios A. C. Colaborador de Casa del Tiempo, La Jornada Semanal, Los Universitarios, Periódico de Poesía y Revista Mexicana de Cultura. Becario del INBA, en poesía, 1988; del FONCA, apoyo a la edición de revistas independientes Edmundo Valadés, 1999 y 2001; y de la Secretaría de Cultura de la Ciudad de México, apoyo a la difusión de obras literarias y artísticas, del programa "Artes por todas partes", 2001 y 2004. Premio Nacional de Poesía Ciudad de la Paz 1989.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL   -   TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

ELEGÍA MUERTA

 

(A los estudiantes muertos

y a los desaparecidos)

 

Anoche soñé con muertos

que de sus tumbas salían:

desgajados, desollados,

y sin embargo vivientes.

Un país de muertos vivos

y de vivos que están muertos,

eso somos: triste patria,

poco a poco asesinada.

No cabe tanto dolor

ni tanta pena en el alma,

hay tanta muerte en el aire

que el sentimiento está muerto.

Mueren la paz y el reposo,

la alegría y el encanto:

la muerte desnuda baila,

la muerte callada canta.

Qué pueblo puede vivir

si antes de nacer ya muere,

dónde irá el amor si nadie

puede amar a nadie en casa

porque lo han desaparecido.

Mueren la rosa y el llanto,

la palabra y el silencio,

la foto de un estudiante

que nunca volvió a la escuela

y su nombre destazado.

Hay que aprender a morir

para poder seguir vivos.

 

 

 

 

BESTIARIO INMEDIATO – muestra de poesia mexicana contemporânea. Prólogo y compilación César Arístides.  Ciudad de México: Ediciones Coyoacán, 2000.  129 p. +7 hojas. 13x21 cm.  Ilustraciones: Juan Manuel Ramos López.  ISBN 970-633-171-9  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

         EL SI(G)NO DEL ESCORPIÓN

Huye de la luz
como del amor
(esa outra luz
que también lo ciega)
Infatigable, acomete
hasta en su contra:
él puede ser su peor inimigo
Cruza las fronteras
donde el otoño muere
en busca de la negrura
del invierno,
sin saber que la soledad
es su destino.
Tal es su terrible
y magnífica tarea:
destruir aquello que
su memoria há edificado
para intentar
conocerse a sí mismo.

 

         PALOMAS

Sobre las bancas
dejan verdes excrementos
los blancos vuelos.

 

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Portal de Poesía Iberoamericana: 
http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/mexico/mexico.html

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução: Antonio Miranda

 

ELEGIA MORTA

 

(Aos estudantes mortos

e aos desaparecidos)

 

Ontem à note sonhei com mortos
que de seus túmulos saíam:

Destroçados, esfolados,
e no entanto viventes.
Um país de mortos-vivos
e dos vivos que estão mortos,
isso somos: triste pátria,
pouco a pouco assassinada.
Não cabe tanta dor
nem tanta pena na alma,
há tanta morte no ar
que o sentimento está morto.
Morrem a paz e o repouso,
a alegria e o encanto:
a morte nua dança,

A morte calada canta.
Que povo pode viver
se antes de nascer já morre,
onde irá o amor se ninguém
pode amar a ninguém em casa
porque está desaparecido.
Morrem a rosa e o pranto,
a palavra e o silêncio,
a foto de um estudante
que nunca voltou à escola
e seu nome despedaçado.
Há que aprender a morrer
para poder seguir vivo.

 

 

 

A LUZ E O FOGO

 

(Marcha "Una luz por Ayotzinapa")

 

 

Somos luz
Somos foto
Somos milhares
E milhares que marcham
Iluminados
Acesos
Pela ira e a dor
Somos luz
Somos fogo
Mas não somos todos
Faltam 43

Ou mais
Muitos mais
Desaparecidos
Assassinados
Rotos
Calcinados
Esfolados
Enterrados
Quem sabe onde
Na serra
Sob sombras
Somos muitos aqui
Somos milhares e milhares
Mas não estão todos
Somos luz
Somos fogo
E também cantamos
E também rimos
Gritamos
Bailamos
Para que nossa tristeza
Se converta em força
Em união
Para que nossas vozes
E nossos silêncios
Iluminem
Queimem
As ruas
As cidades
Os povoados
Todos os rincões do mundo
Em busca dos que não estão
Aqui e agora conosco
Em busca de uma vida melhor
Somos luz
Somos fogo
Brilhamos
Ardemos
Marchamos em silêncio
E com gritos
Com ternura
E rebeldia
Com imagens
Com palavras
Com cantos
Com letras
Com bandeiras

Com passos de luz
E de fogo
Que se dirigem
Para onde estão
Os que não estão conosco
Mas também para um lugar
Onde apenas a luz
E o fogo da liberdade
Haverão de nos conduzir.

 

 

O SI(G)NO DO ESCORPIÃO

Foge da luz
como do amor
(essa outra luz
que também o cega)
Infatigável, acomete
até contra si:
ele pode ser seu pior inimigo
Cruza as fronteira
onde morre o outono
em busca da escuridão
do inverno
sem saber que a soledade
é seu destino.
Tal é sua terrível
e magnífica tarefa:
destruir aquilo que
sua memória edificou
para tentar
conhecer a si mesmo


         POMBAS

Sobre os bancos
deixam verdes excrementos
os brancos voos.

 

Página publicada em julho de 2017


 
 
 
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