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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


IRMA PINEDA

IRMA PINEDA


Poeta e tradutora originária de Juchitán, Oaxaca, México. Autora de vários poemarios bilíngües em espanhol e em zapoteca. Participamos juntos das sessões da 6º Festival Mundial de Poesia da Venezuela, em Caracas, maio de 2009. Figura sorridente, plena de simpatia e segurança, foi um dos pontos altos do evento. Antonio Miranda

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  /   TEXTOS EM ZAPOTECO  /  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

De
XILASE QUI RIÉ DI´SICASI RIÉ NISA GUIIGU

La nostalgia no se marcha como el agua de los rios

México, DF: Escritores de Lenguas Indígenas A.C., 2007
ISBN  978-968=5166-11-9

 

Si al menos mis lágrimas sirvieran
para humedecer los campos
y hacer que de nuevo
como uma flor se abra la vida

MIEDO

Me asustan los días
puede ser que el sol incendie la memoria
         y borre los recuerdos
Me dan miedo aquellos que están Allá
         los que enseñan miel en su boca
         y clavan su filosa lengua
Teno miedo de que sus palabras entren
en tu corazón

 

NOSOTROS

Nuestra palabra seguirá siendo canto
         somos hijos de los árboles
que darán sombra a nuestro camino
         somos hijos de las piedras
que no permitirán el ovido

 

VOLVERÉ

En médio de la noche me voy
         con la trémula luz de las estrellas

Un beso les dejo
y el dolor de mi corazón

Me llevo en la memoria
sus sonrisas
y los sueños que compartimos
sobre un futuro mejor

Cargado de alegría
con la pequeña luz del alba
         un día volveré

===============================================

TEXTOS EN ZAPOTECO

 

Neca nisa ni ruuna' di niquime

ti nuguu igudxa layú

ti ñanda lu sti bieque

sica ti guie' guendanabani ñaleru'

 

 

DXIIBI

 

Ruchibi ca dxi ca naa

zandaca gubidxa gucaaguí guendabiaani'

         ne guxiá guendaredasilú

Ridxibe' binni nuu cherica'

         cani rului' nanaxi ruaaca

         ne rutaabica' ludxica' naduxhu'

Ridxibe' chu' ladxilu' xtiidxacabe

ne guchou'

 

                   gacalu' stobi

 

 

LAANU

 

Zadundarunu xtiidxanu

         xhiiñi yaga nga laanu

laaca' gudiica' bandá' neza ziuunu

         xhiiñi guié nga Jaanu

laaca' gunica' qui gusiaandanu

 

 

ZABIGUETA´

 

Galaa gueela nga chaa

         ne biaani' racaditi lu ca beleguí

Ti bixidu' ne yuuba ladxidua'

cusaanania' Jaatu

 

Ziniá xa íque'

xquendaruxidxitu'

ne ca bacaanda' ni guninu

chu' dxi' nazaaca guibaninu

 

Ne guendanayeche nuaya'

ne xpiaanihuiini' ti telayú

         ziuu dxi zabigueta'

=====================================================================

         TEXTOS EM PORTUGUÊS
                Tradução de Antonio Miranda

Se ao menos as lágrimas servissem
para umedecer os campos
e fazer que outra vez
como uma flor se abra a vida.

MEDO

Me assustam os dias
pode ser que o sol incendeie a memória
         e apague as lembranças
Tenho medo daqueles que estão lá
         os que ensinam mel em sua boca
         e cravam sua fibrosa língua
Tenho medo que suas palavras entrem
em teu coração      

                   e te façam outro

NÓS

Nossa palavra seguirá sendo canto
         somos filhos das árvores
que darão sombra em nosso caminho
         somos filhos das pedras
que não permitirão o esquecimento

REGRESSAREI

No meio da noite me vou
         com a trêmula luz das estrelas

Um beijo lhes deixo
e a dor de meu coração

Levo na memória
seus sorrisos
e os sonhos que trocamos
sobre um futuro melhor

Carregado de alegria
com a pequena luz do alvorecer
                   um dia regressarei
        

Reencontro de Antonio Miranda com seus amigos

Irma Pineda (México, zapoteca) e Humberto Ak´Abal (Guatemala,

maya-quiché) que estiveram antes juntos no

Festival Mundial de Poesia da Venezuela em 2009.

 

 

 

 

 

 

II BIENAL INTERNACIONAL DE POESIA DE BRASÍLIA – Poemário. Org. Menezes y Morais.  Brasília: Biblioteca Nacional de Brasília, 2011.  s.p.  Ex. único.

 

 

Cabe ressaltar: a II BIP – Bienal Internacional de Poesia era para ter sido celebrada para comemorar o cinquentenário de Brasília, mas Governo do Distrito Federal impediu a sua realização. Mas decidimos divulgar os textos pela internet.

 

 

Una espina

 

Una espina adentro de la carne

es el dolor

Quiero abrir mi piel entera

para dejarlo aquí

         debajo de esta tierra

         la misma que abriga la olla de barro

                            casa de mi ombligo

         la tierra que sostiene el cordel de mi vida

         la que habrá de jalar mis riendas

para volver  con flores

                   y poner en  la mesa de los santos

                   y  llevar a las tumbas de mis muertos

Pero una espina bien metida

adentro de la carne es el dolor

 

                                      Partiré con él aunque me pese

 

 

 

Uma espinha

 

Uma espinha dentro da carne

é a dor

Quero abrir minha pele interior

para deixá-la aqui

debaixo desta terra

a mesma que abriga a panela de barro

casa de meu umbigo

a terra que sustenta a corda de minha vida

a que fará tragar minhas forças

para regressar com flores

e colocar na mesa dos santos

e levar aos túmulos de meus mortos

Mas uma espinha bem enfiada

dentro da carne é a dor

 

Partirei com ele embora me custe

 

 

Soy la mujer tierra que rasgaste para depositar tu semilla

 

 

Soy la mujer tierra que rasgaste para depositar tu semilla

Lavo mi cuerpo para ahuyentar el miedo

Limpio las huellas de pétalos rojos

 sobre la tierna palma del petate

No soy más la niña capullo 

que esperaba el día en que las manos de su amado

la hicieran florecer

Te llevaste mi flor

¡Soldado!

Sin piedad la arrancaste

Mis ramas no tuvieron fuerzas para detenerte

La lluvia de mis ojos no será suficiente

para humedecer el suelo

y hacer que mi flor renazca

 

 

 

Sou a mulher terra que rasgaste para depositar tua semente

 

Sou a mulher terra que rasgaste para depositar tua semente

Lavo meu corpo para afugentar o medo

Limpo as marcas de pétalas vermelhas

sobre a tenra palma da esteira

Não sou mais a menina botão de flor

que esperava o dia em que mãos de seu amado

fizeram-na florescer

Levaste minha flor

Soldado!

 

Arrancaste-a sem piedade

meus ramos não tiveram forças para te deter

 

A chuva de meus olhos não será suficiente

para umedecer o solo

e fazer com que minha flor renasça

 

 

 

Viene a mí

 

Viene a mí

despacio

Me inunda

 me llena toda de sal y furia

 

Sus dedos de agua recorren mi limpia desnudez

 

Quiero su líquida piel para beberla

  despacio y en silencio

 

Con su espuma bajando entre mis piernas

            se aleja

Regresa a mí

   con su andar preciso y lento

 

Acaricia de nuevo                    

besa mis tobillos

avanza por mis muslos

                                      macerados

                                      lánguidos

Humedece mi vientre

      se marcha

Vuelve 

viene con ira

me arroja en la arena

 

Estalla

Moja mi sexo

Me inunda

 me llena toda de sal y furia

 

El mar me agota

 

 

 

Venha a mim

 

Venha a mim

                       devagar

                       Me inunda

encha-me toda de sal e fúria

 

Seus dedos de água recorrem minha limpa nudez

 

Quero sua pele limpa para sorvê-la

                            devagar e em silêncio

 

Com sua espuma descendo pelas minhas pernas

                                                                  se afasta

Regressa a mim

                        com seu andar preciso e lento

Acaricia outra vez

         beija meus tornozelos

         avança por meus músculos

macerados

lânguidos

 

Umedece meu ventre

                            vá embora

Regresse

vem com ira

lança-me na areia

 

Estala

         Molha meu sexo

                   Me inunda

encha-me toda de sal e fúria

                                              

O mar me esgota

 

 

Página publicada em setembro de 2009, ampliada em fevereiro de 2013. Ampliada em abril de 2019

 


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