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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto extraída de
sanmiguelwritersconference.org


HERNÁN BRAVO VARELA

 

Nació en la Ciudad de México el 10 de noviembre de 1979. Poeta, ensayista y traductor. Profesor del Programa de Escritura Creativa de la Universidad del Claustro de Sor Juana. Jefe de Prensa de la Casa del Poeta 'Ramón López Velarde'. Premio Nacional de Poesía Joven Elías Nandino 1999 por Oficios de ciega pertenencia.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL
 TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

 ESCLARECIMIENTO

 

         A Darío Jaramillo Agudelo

 

 

Cómo se aleja lo que nos levanta,

el misterio de nunca propagarse.

Cómo se borra lo que está por darse

y no se da porque la luz lo espanta.

 

Cómo salir del canto a lo que pasa

si no se sabe lo que está allá afuera.

Cómo pasar la voz cuando uno espera

una palabra grave como casa:

 

cadáver vuelto a la respiración,

al esclarecimiento de su infancia;

nube de ayer, tormenta presentida.

 

Cómo acercarme al fin de la oración

si en un principio hablé de la distancia,

si voy de lo que pasa a lo que olvida.

 

          De Comunión (2002 y 2013)

 

 

         ESCLARECIMENTO

 

                   A Darío Jaramillo Agudelo

 

         Como se distancia o que nos levanta,
         o mistério de nunca propagar-se.
         Como se apaga o que está por dar-se
         e não se dá porque a luz o espanta.

 

         Como sair do canto ao que passa
         se não sabemos o que está lá fora.
         Como passar a voz quando se explora
         uma palavra grave como casa:

 

         cadáver de volta à respiração,
         ao esclarecimento de sua infância;
         nuvem de ontem, tormenta pressentida.
        

         Como aproximar-me ao fim da oração
         se no início eu falei da distância,
         se vou do que passa o que se olvida.
        

                   Tradução de Antonio Miranda

 

 

RESACA

 

A Washington Cucurto

 

"En cuanto a ti, el desierto.

Suelta la música,

ábrete la carencia,

dolor, la duna franca;

cansado de pensar

lo húmedo y lo seco,

separados;

la playa o la creación

y tu cabeza.

¿No escuchas

las reverberaciones,

la bilis en el blanco

por obra de la luz

o de su espectro

que no alcanzas

porque lo de la abuela

no se toca?

Pues sí, lo que parece

un vómito

común, tu soledumbre,

su nana por la noche

del lavabo

—así de blanca y doble

tu desaparición,

así

de inútilmente puros

cráneo y hemisferios

que a fuerza de pensar

te brillan fuera—,

tan sólo fue

tu propio llamamiento.

En cuanto a ti,

que confundes

escala y escalera,

lo único

posible es el comienzo."

 

 

 

RESSACA

 

          A Washington Cucurto

 

"Com relação a ti, o deserto.
Solta a música,
liberta a carência,
dor, a duna franca;
cansado de pensar
o úmido e o seco,
separados;
a praia ou a criação
e tua cabeça.
Não escutas
as reverberações,
a bílis no branco
por obra da luz
ou de seu espectro
que não alcanças
porque o que é da avó
não se toca?
Pois bem, o que parece
um vômito
comum, tua soledade,
seu ninar noturno
do lavabo
— assim de branca e dupla
tua desaparição,
assim
de inutilmente puros
crânio e hemisférios
que a força de pensar
te brilham pro fora—,
foi apenas
teu próprio chamamento.
Com relação a ti,
que confundes escada e escadaria,
o único
possível é o começo."

          Tradução de Antonio Miranda

 

 

 

CALDERÓN,  Ali, dirección.  La luz que va dando nombre.  Veinte años de poesía en México 1965-1985. Selección de José Antonio Escobar, Jorge Mendonza y Alvaro Solís.  Prólogo de Jorge Mendonza y Ali Calderón.  Puebnla, México: Gobierno del Estado de Puebla, Secretaría de Cultura, 2007.  208 p.  13 x 21 cm   ISBN 978-968-5122-90-0   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

       Ramas      

Entender el follaje significa traduciar una imprecisión de
destellos a verde evidencia,
hacer una pausa ante la música que arriba,
sugerir el verano em sus avances,
conjurar su luz a modo de ventanas posteriores.

 

         Lengua anterior 

       Una astilla de fiesta,
un oboe impostergable,
tañido de alcatraz sobre la lengua.
Un repicar de campanas que a manera de brazos me sorprende.
 

        Son las diez de la mañana.

  

Sin nombres
(fragmentos)

 

Hasta el momento final la luz nos pertenece: es coartada
perfecta para ocultar instrucciones de zozobra (la iluminación
que há sido constante permite afirmar que toda consunción
es acertada).
 

Alguien ama a oscuras, pretendendo debilmente con los ojos
dividir el cuarto en dos mentiras: el centro de la alcoba y el sepelio.
 

        Hasta el momento final todo es ceguera.

 

 

  (Traduções de Antonio Miranda):

 

 

                Ramagem  

 

       Entender a folhagem significa traduzir uma imprecisão
de clarão em verde evidência,
fazer uma pausa diante da música que se eleva,
sugerir o verão em seus avances,
conjurar sua luz no jeito de janelas posteriores.
 

 

        Língua anterior 

 

       Um estilhaço de festa,
um oboé inadiável,
tangido de pelicano sobe a língua.
Um repicar de sinos que à maneira de braços me surpreende.
São as dez da manhã.

  

 

Seus nomes
(fragmentos)

 

 

          Até o momento final a luz nos pertence: e o álibi;
perfeito para ocultar instruções de soçobra
(a iluminação que era constante permite afirmar
que todo desgaste é acertado).
 

        Alguém ama às escuras, pretendendo com os olhos
dividir o quarto em duas mentiras: o centro
da alcova e o enterro.
 

        Até o momento final tudo é cegueira.

 

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2018;         Ampliada em novembro de 2019


 


 

 

 
 
 
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