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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


ENRIQUE GONZÁLEZ MARTÍNEZ

 

ENRIQUE GONZÁLEZ MARTÍNEZ

 

(1871-1952) 

 

 

Nació en la ciudad de Guadalajara (capital del estado de Jalisco) el 13 de abril de 1871. Estudió en el Seminario y en la misma ciudad se recibió de médico en 1893, poco antes de cumplir los veintidós años. en el seno de su familia principió su educación literaria, y desde joven publicó versos en periódicos y revistas. A poco de recibirse fue profesor adjunto de Fisiología. Después de dos años y medio de práctica en Guadalajara partió con su familia a Culiacán, donde su padre fue contratado para dirigir un colegio. Ejerció como médico quince años en diversos lugares del estado de Sinaloa. En Mocorito dirigió, con Sixto Osuna, la revista literaria Arte. En 1911 se radica en México, donde fundó la revista literaria Argos (1912) y más tarde Pegaso; fue editorialista de El Imparcial (1912), presidente del Ateneo de la Juventud (1912), subsecretario de Instrucción y Bellas Artes por corto tiempo, secretario del Gobierno del estado de Puebla, profesor de Literatura Francesa en la Escuela de Altos Estudios, jefe de clases de Literatura y Gramática, y profesor de Literatura Mexicana

en la Escuela Nacional Preparatoria. En 1920 ingresó al servicio diplomático y ocupó los puestos de ministro en Chile, Argentina y España. En 1931 regresa a México.

 

Fue miembro de la Academia Mexicana correspondiente de la Española, y perteneció al extinto Liceo Altamirano. En 1944 recibió el Premio Avila Camacho:

"Su obra –decía el dictamen- por su extensión y su sinceridad, por su profundo sentido humano y altísimas cualidades literarias, lo señala como uno de los valores más representativos, o acaso el más representativo de la sensibilidad y el espíritu mexicano en la hora actual".

 

Su obra fue influida por la poesía simbolista francesa, se sitúa en las postrimerías del modernismo. Falleció este gran poeta en la ciudad de México, el año de 1952.

 

Fuente: www.los-poetas.com

 

 

TEXTO EN ESPAÑOL / TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

MAÑANA LOS POETAS

 

Mañana los poetas cantarán en divino

verso que no logramos entonar los de hoy:

nuevas constelaciones darán otro destino

a sus almas inquietas con un nuevo temblor.

 

Mañana los poetas seguirán su camino

absortos en ignota y extraña floración,

y al oír nuestro canto, con desdén repentino

echarán a los vientos nuestra vieja ilusión.

 

Y todo será inútil, y todo será en vano;

será el afán de siempre y el idéntico arcano

y la misma tiniebla dentro del corazón.

 

Y ante la eterna sombra que surge y se retira,

recogerán del polvo la abandonada lira

y cantarán con ella nuestra misma canción.

 

VIENES A MÍ

 

Vienes a mí, te acercas y te anuncias

con tan leve rumor, que mi reposo

no turbas, y es un canto milagroso

cada una de las frases que pronuncias.

 

Vienes a mí, no tiemblas, no vacilas,

y hay al mirarnos atracción tan fuerte,

que lo olvidamos todo, vida y muerte,

suspensos en la luz de tus pupilas.

 

Y mi vida penetras y te siento

tan cerca de mi propio pensamiento

y hay en la posesión tan honda calma,

 

que interrogo al misterio en que me abismo

si somos dos reflejos de un ser mismo,

la doble encarnación de una sola alma.

 

 

 

 

ARIAS DE LA CANAL, Fredo, org.  Veinte poemas para Alfonsina.  Ciudad de México:          Frente de Afirmación Hispanista, A. C., 2016.  40 p.  14x21 cm.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

        EL ÁSPID

 

        Nos visitó la muerte y se ha quedado
        entre las azucenas escondida.

        En el pie de mi blanca jardineira
        dejó la doble maraca purpurina.

 

        Mordió después el seno que volcaba
        leche de amor en rosas de la vida:

        plegó sus garfios, se enrosco de nuevo;
        acecha inmóvil, em silencio atisba.

 

        No pases por allí, tú la que corres
        tras de la mariposa fugitiva.

        ¡ No pases por allí, que está la muerte
        entre las azucenas escondida!

 

 

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TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

Traduções de Sólon Borges dos Reis e Manuel Bandeira

 

 

AMANHÃ, OS POETAS…

 

           Tradução de Sólon Borges dos Reis

 

 

Cantarão, amanhã, os poetas, divino

verso que agora não chegamos a compor:

novas constelações darão outro destino

às suas almas em cisma, ante um novo fervor.

 

Amanhã, eles hão de seguir seu destino

empolgados por nova e estranha inspiração,

e ao ouvir nosso canto, em desdém repentino,

 

aos ventos jogarão nossa velha ilusão.

 

Inútil será tudo e tudo será vão,

será o afã de sempre, aquele mesmo arcano:

as mesmas trevas haverá no coração.

 

Ante a sombra eternal que surge e se retira,

levantarão da poeira a abandonada lira,

para cantar, por fim, nossa mesma canção.

 

 

A PIEDADE QUE PASSA

 

          Tradução de Sólon Borges dos Reis

 

Caiu sobre a areia uma pétala de rosa...

para que não a esmaguem os pés do peregrino,

minha mão recolheu da via o ser franzino

e lhe cavou no musgo a tumba silenciosa.

 

Sob rosal materno a pétala repousa.

Sobre o rincão que guarda seu sonho e destino

da mais próxima fonte o jorro cristalino

fará crescer a erva e ocultará a fossa.

 

Dos pássaros do horto, a asa para e cala...

A vesperal penumbra no jardim instala

sua indecisão de tintas qual funérea oferenda...

 

Quando caiam os véus em que a noite flutua,

a Piedade vestida com roupa de lua

e um dedo sobre os lábios, cruzará a senda.

 

DOR

         Tradução de Manuel Bandeira

O seu olhar varou-me a alma abismada,
Fundiu-se em mim, ao minha parecia,
Que não sei se este alento de agonia
è vida ainda ou morte alucinada.

Chegou o Arcanjo, desferiu a espada
Sobre o duplo laurel que florescia
No horto concluso...  E desde aquele dia
Voltei, dentro das trevas, ao meu nada.

Julguei que o mundo, para o humano assombro,
Ia rolar de súbito no escombro
Da ruína total do firmamento...

Mas vi a terra em paz, em paz a altura,
O campo tão sereno, a linfa pura,
O monte  azul e sossegado o vento!...

 

 

UMA TRADUÇÃO DE OSVALDO ORICO

 

 

A BIGORNA

 

Como canta a bigorna sonora!

Como faíscam chispas de ouro

ao compassado e certo golpe do martelo!...

 

Do ferreiro celebra o cântico sonoro.

 

O ferreiro respira fatigado,

enquanto a frágua ardente

fosforeia.

De suor cálido está cheia

a fronte do ciclope. Ferve o ambiente.

 

Arde o braseiro rubro

que os foles sopram continuamente;

e, no brumoso ambiente vespertino,

que traz a noite, esse braseiro é um olho

aceso no caminho.

 

O martelar é rudo;

mas o canto suaviza-lhe a aspereza.

Violáceo resplendor sobre a cabeça

e no torso desnudo

do ferreiro se prende... A tristeza

é o lar sombrio do trabalho mudo.

 

Por isso, como canta a bigorna sonora

ao compassado e certo golpe do martelo,

enquanto o estribilho

melodioso celebra o cântico sonoro!

 

Vida três vezes santa

a que na própria luz trabalha e canta!

 

 

 

TRADUÇÕES DE ANTONIO MIRANDA:

 

         VENS A MIM

 

 

Vens a mi, te aproximas e te anuncias

Com tão breve rumor, que meu repouso

não turvas, e é um canto milagroso
cada uma das frases que prununcias.

 

Vens a mim, não tremes, não vacilas,
e ao mirar-nos há uma atração tão forte,
que nós esquecemos tudo, vida e morte,
suspenso na luz de tuas pupilas.

E em minha vida entras e te sinto
tão perto de meu próprio recinto
e há na possessão tão profunda calma,

que interrogo o mistério em que me abismo
se somos dois reflexos de um ser que cismo
na dupla encarnação de um única alma.



             A ÁSPIDE

 

         Visitou-nos a morte que ficou
        entre as açucenas escondida.

        Ao pé de minha branca jardineira
        deixou marca dupla purpurina.

 

        Mordeu depois o seio que vazava
        leite de amor pelas rosas da vida:

        pregava seus  ganchos, enroscou-se outra vez;
        espreita imóvel, em silêncio espia.

 

        Não passes por ali, tu que corres
        detrás da mariposa fugitiva.

        Não passes por ali, que a morte está
        entre as açucenas escondida!
       

 

 

 

        
        

 

 

 

 

 

Página publicada em novembro de 2007. Ampliada e repubicada em fevereiro 2008; ampliada em julho de 2017


 

 



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