CRISTINA RASCÓN CASTRO
Cristina Rascón Castro Escritora, economista y traductora literaria nacida en Sonora, México, 1976.
TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
(Tradução: Antonio Miranda)
2 poemas extraídos de
http://cristinarascon.com.mx/cuentos-y-poemas/
MIGRACIÓN
de pronto sé que el reflejo es de otra persona
de una mujer más bella
más vieja
o más ingenua
pero no soy
la yo que conozco está hecha ovillo al fondo de mi
(habla otro idioma y ha cambiado la chapa de una llave que cuelga de su cuello)
hace tiempo escribía y tenía gorriones en el sexo
no está en el espejo
no está en ninguna palabra evocable
dicen que vive en otro país
MIGRAÇÃO
De repente sei que o reflexo é de outra pessoa
de uma mulher mais bonita
mais idosa
ou mais ingênua
mas não sou
a que eu conheço está feita novelo detrás de mim
(fala outro idioma e trocou o serrilhado de uma
chave dependurada de seu pescoço)
antes escrevia e tinha pardais no sexo
não aparece no espelho
não está em nenhuma palavra evocável
dizem que vive em outro país
ESTA NO ES UNA LAGUNA CUALQUIERA
Es una laguna diez años después
Hay ojos de muerto flotando bajo el cántico lunar
Hay bebés extirpados como algas malignas del vientre colosal
Hay ojos hinojos cerrojos y una que otra siboli si te fijas bien
Hay una garza tumor blanco nadie sabe de dónde salió
Hay tortugas cancerígenas y patos que no dejan de hacer el amor
Esta no es una laguna cualquiera
Yedró mi dermis con el temor a las bicicletas
envejece camina por dentro de quienes la transitan
Duerme también
A veces
Sueña con luces que se prolongan orgásmicas y escalonadas
Sueña conmigo
Cuando no encuentro mi espíritu bestia afilada
ESTA NÃO É UMA LAGOA QUALQUER
É uma lagoa dez anos depois
Existem olhos de morto flutuando com o cântico lunar
Existem bebês extirpados como algas malignas do
ventre colossal
Existem olhos de rodilha forquilha e uma que outra rã se
observas melhor
Existe uma garça tumor branco ninguém sabe de onde veio
Existem tartarugas cancerígenas e patos que não deixam
de fazer amor
Esta não é uma lagoa qualquer
Desmedrou minha dermis com o temor das bicicletas
envelhece caminha por dentro de quem as transitam
Dorme também
Ás vezes
Sonha com luzes que se prolongam orgásmicas e escalonadas
Sonha comigo
Quando não encontro meu espírito besta afilada
Página publicada em julho de 2016
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