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ARMANDO ALANIS PULIDO

 

ARMANDO ALANIS PULIDO

 

 

(Monterrey, 1969)

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL     /     TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

Lo corporal y otros asuntos de los años ochentas

 

Yo soñaba que la secu se derrumbaba

         o le caía un rayo

Michael Jackson era negro como sus discos.

 

Un degenerado (dos años mayor que yo

me dijo que el placer estaba en el cuerpo

y que de la cintura para abajo descubriría

         al mundo

así es que, revista en mano, usé mi otra mano

         y me hice hombre.

 

 

Vivir herido

 

Lejos de la memoria, renuevo la máquina de mis intentos.

(Nadie me dijo que el amor tenía algo que ver con todo esto)

Entonces confiado fijé un límite, estaba a la deriva.

Yo sé sufrir, yo sé sufrir, pero desmiénteme.

 

 

Personal

 

No me vine bien vestido porque pensé que al poco

tiempo estariamos desvestidos.

El anuncio decía: mujer soltera busca joven
desinhibido y discreto, de pensamientos modernos.

Yo sé, son mis anteojos...

¿Y si tuviera pensamientos modernos me querrías más?
          (pienso em internet, em caricaturas japonesas, em um
         horno de microondas)

Tal vez cometi el erros al leerte mis poemas.

 

 

(Extraído de LA LUZ QUE VA DANDO NOMBRE -  veinte anos de la última poesia mexica. Antología. Ali Calderón, org.; Jorge Mendoza, Álvaro Solis, Antonio Escobar.  Puebla: Secretaría de Cultura, Gobierno del Estado  Puebla, 2007.)

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                  TEXTOS EM PORTUGUÊS
                                Tradução de Antonio Miranda

O corpo e outros assuntos dos anos oitenta

Eu sonhei que a secu desmoronava
         ou lhe caía um raio
Michael Jackson era negro como seus discos.

Um degenerado (dois anos mais velho do que eu)
 me disse que o prazer estava no corpo
e que da cintura para baixo descobriria
          o mundo
assim é que, revista na mão, usei a outra mão
         e me tornei homem.


Viver ferido

Longe da memória, renovo a máquina de minhas tentativas.
(Ninguém me disse que o amor tinha algo que ver com tudo isso).
Então confinado fixei um limite, estava à deriva.
Eu sei sofrer, eu sei sofrer, mas desminta-me.


Pessoal

Não vim bem vestido porque pensei que logo depois
         estaríamos despidos.

O anúncio dizia: mulher solteiro busca jovem
desinibido e discreto, de pensamentos modernos.

Já sei, são meus óculos....

E se tivesse pensamentos modernos gostaria mais de mim?
    (penso em internet, em caricaturas japonesas, num forno de microondas)

Talvez cometi um erro ao ler-te meus poemas.

 

Página publicada em setembro de 2009


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