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AÍDA MONTEÓN

 

Originaria de Guadalajara, México. Licenciada em Homeopatía. Coordinó el Primer Foro de Traducción Literaria organizada por la Organización Mexicana de Traductores, 2004.

 

 

De
Aída Monteón
DECANTACIÓN
Tradução: Tiago Nené
Punta Umbria, España: Ayuntamiento, 2010
85 p.  ISBN 978-84-922374-3-2
“Premio Internacional de Poesía Palabra Ibérica 2010”

 

 

OCEANO-ÚTERO

 

Esse grande peixe absorvido em lágrimas.

Mar vermelho.

Mar de fluxos incorrigíveis. Saga

de memórias amnésicas.

Boca de tempo.

O meu afecto de criatura marinha me faz peixe. Falo

do regresso, do retorno ao paraíso líquido

e também do sal

preso à minha substância desde a primeira vez

que saí da água.

 

 

OCEANO-ÚTERO

 

Ese gran pez empapado de lágrimas.

Rojo mar.

Mar de oleajes incurables. Saga

de amnésicas memórias.

Boca de tiempo.

Mi afición de criatura marina me vuelve pez. Hablo

del regreso, del retorno al paraíso líquido

y también de la sal

prendida a mi sustancia desde la primera vez

que salí del agua.

 

MAR DE NARVAIS

 

O enorme sonho que abriu o Mar, a enorme queda que prolonga

este voo germinal. Aonde o anjo em cuja ausência me levanto com

um embrião de sóis para o acaso? A ti esta noite, noite marinha,

porta de auroras: já começou. Quanta luz contém o mundo, quanta
trisca sopra o aquilão.

 

Serão os filhos invisíveis que brotam do meu costado ou é a brisa

de Sal-o-ma que entoa os narvais para nos salvaR?

Não te vejo.

O mar decanta o impuro, apenas ele.

 

 

MAR DE NARVALES

 

El enorme sueño que abrió el Mar, la enorme caída que prolonga

este vuelo germinal. ¿Dónde el ángel en cuya ausencia me levanto

con un embrión de soles para el ocaso? A ti esta noche, noche marina, puerta de auroras: ya comenzó. Cuánta luz contiene el mundo,

cuánta trisca sopla el cierzo.

 

¿Acaso son los hijos invisibles que brotan de mi costado o es la

 

brisa de la Sal-o-ma que entonan los narvales para salvaRnos?

No te veo.

 

El mar decanta lo impuro, solo él.

 

 

 

Ejemplar gentilmente cedido por Uberto Stabile, página publicada em marzo 2011.


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