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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESÍA ESPAÑOLA
Coordinación de AURORA CUEVAS CERVERÓ
Universidad Complutense de Madrid

 

 

 

Foto: http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com/

 

 

JOSÉ ÁNGEL CILLERUELO

 

(Barcelona, 1960) es un poeta, narrador, traductor y crítico español.

Biografía completa em https://es.wikipedia.org/

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

 

MORA, Vicente Luis.  La cuarta persona del plural. Antología de poesía española contemporânea (1978-2015).  2ª. edición.   Madrid: Vaso Roto Ediciones, 2016.  548 p.  Grabado de cubierta: Victor Ramírez.   14 X 21 cm.  Ex. Antonio Miranda

 

 

 

        ALFAMA

 

Un hombre es la ciudad en la que vive.
La lluvia fina que traga sus pasos
cuando un sábado vuelve a casa
de madrugada, y estuvo tan cerca y
no fue feliz. Un hombre es la ciudad
en la que viven otros hombres
que conversan con sus palabras,
visten esos cuatro colores
y hasta pudieran ser él mismo.

 

 

 

       PINTURAS / 6

Un arco para entrar en ningún sitio,
un paisaje de helechos en el mármol,
un capitel sobre la hierba yerto,
una inscripción con la palabra tempus.

 

        El pedestal con unos pies descalzos
de la figura que no está, hornacinas
vacías, obeliscos derrocados,
arquitrabes que no sostienen nada.

En arenas que acumulan las lluvias
sobre plementos de las viejas bóvedas
prenden zarzas, higueras y hasta olivos.

Entonces el presente no se ve,
son su símbolo plantas trepadoras
entre muros, pilastras y columnas.


 

CLARO DEL  BOSQUE

En el sendero a veces
cae algún tronco que la hierba acoge
y el musgo hace suyo.

 

                                Las arañas
plantan su observatorio de silencios
y las larvas excavan sus ciudades.

 

Cada tronco abatido en la tormenta
se transforma en un canto de los bosques.
Pasan los caminantes sin siquiera

mirarlo. Sus poemas
en cuneiforme de insectos que muerden
la madera se escriben para nadie.

 

 

 

        LUGARES

Colores que se come
el polvo, y las molduras,
país de la corcoma. Abandonadas
ventanas con cristales

 

        rotos, puertas abiertas
al viento y la lluvia de diciembre,
reloj con manecillas
muertas, florero inútil,

sábanas blancas sobre la memoria.
Pero cuando las alzo
nada me dice nada,

 

        nunca estuve en la casa cuyas ruínas
habito. En mi presente
ya no queda pasado.  

 

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução: ANTONIO MIRANDA

 

 

       ALFAMA

 

Um homem é a cidade em que vive.
A chuva fina que traga seus pasos
quando em um sábado volta para casa
de madrugada, e estuve tão perto e
mão era feliz. Um homem é a cidade
em que vivem outros homens
que conversam com suas palavras,
vestem essas quatro cores
e até puderam ser ele mesmo.

 

 

 

 

       PINTURAS / 6

Um arco para entrar em lugar nenhum,
uma paisagem samambaias no mármore,
um capitel sobre a relva hirta,
uma inscrição com a palavra tempus.

 

        O pedestal com uns pés descalços
da figura que não está, nichos
vazios, obeliscos derrubados,
arquitraves que não sustentam nada.

Em areias que acumulam as chuvas
sobre acessórios das velhas abóbadas
prendem zarzas, figueiras e até oliveiras.

Então o presente não se vê,
seu símbolo são plantas trepadeiras
entre muros, pilastras e colunas.


 

CLARIDADE DO BOSQUE

Pelo caminho às vezes
cai algum tronco que a relva acolhe
e o musgo se apossa.

 

                                As aranhas
plantam seu observatório de silêncios
e as larvas cavam suas cidades.

 

Cada tronco abatido pela tormenta
transforma-se em um canto dos bosques.
Passam os caminhantes sem sequer

mirá-lo. Seus poemas
em cuneiforme de insetos que mordem
a madeira escrevemos para ninguém.

 

 

 

        LUGARES

Cores que o pó

        absorve, e as molduras,
país da curcuma. Abandonadas
janelas com cristais

 

        rotos, portas abertas
ao vento e a chuva de dezembro,
relógio com ponteiros  

        mortos, floreiro inútil,

lençóis brancos pela memória.
Mas quando as elevo
nada me diz nada,

 

        nunca estive na casa cujas ruínas
habito. Em me presente
já não resta passado.  

 

 

 

Página publicada em março de 2020

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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