| POESÍA ESPAÑOLA  -  POESIA ESPANHOLA  Coordinación / Coordenacão de AURORA  CUEVAS CERVERÓ    
 JOAN NAVARRO  
 
 Nació en Oliva, País Valanciano (España_) en  1951.  Profesor de Filosofía graduado em  la Universidad de Valencia en 1973. Gana el prémio de poesia Vicent Andrés  Estellés  de los Premis de Octubre  (1973). En 1975 edita L´ou de la gallina fosca, publicado en la antología La nova  poesia catalana (1980), punta de lanza de la llamada Generació dels 70. En  1981 gana la Viola d´Or i Argent de los Jocs Florais de Barcelona com Coltell  al cap. “La paüra dels crancs” 1095. Em 1992, Tria personal (1973-1987), y en  2004, Magrana, Premio de la crítica de los escritores valencianos, 2005     NAVARRO, Joan.  BWV.  São Paulo: Dulcinéia Catadora, 2013.  s.p.   Tradução para o português: Joan Navarro. capa de papelão pintado a mão.   Col. Bibl. Antonio Miranda     TEXTOS EM VALENCIANO   -  TEXTOS EM PORTUGUÊS           25 Tomba  el dia damunt les canoes flotants del riu. La vida retorna ala  vida callada, es desfà del pés del cos i les nervadures de l'aires'esfumen.  Òxid i vigília i la humida fusta damunt la planícia silenciosa:  El naufragi de la llum al final de l'ombra.   25   O dia curva-se sobre as canoas  flutuando no rio. A vida retoma àvida calada, desfaz-se do peso do  corpo e as nervuras do aresfumam-se. Óxido e vigília e a  úmida madeira sobre a planíciesilenciosa: O naufrágio da luz no  fim da sombra.   26   L'ordre dei moviment. L'equació que  el recol-lector resol per a orientar-se. Aquesta insistència en  acumular dades, una i una altra. Aquests palets de riera i  l'aigua que els renta, que els treu lacam i descobreix l'esquelet  resplendent. Així la mirada. Així la perspectiva de l'ull. Així el  pensament. Així la neu que cau tota la nit. Les corbes flsiques de Ia  blancor. El còdol.   26   A ordem do movimento. A equação que  o lavrador resolve paraorientar-se. Esta insistência em  acumular informações, um eoutro. Estes calhaus de rio e a água  que os limpa, que tira deles acarne e descobre o esqueleto  resplandecente. Assim o olhar.Assim a perspectiva do olho. Assim o  pensamento. Assim a neve que cai durante a noite. As curvas  físicas da brancura. O calhau.   . 
 
   TEXTOS EN  ESPAÑOL  /   TEXTOS EM PORTUGUÊS     LUNA DE TIERRA
 iEste es el otoño: -que te  romperá un día el corazón!
 Friedrich NIETSCHE
 
 El otoño se enbosca en la habitaciones  de las mansardas como un fugitivo,
 lejos de todo peligro, a la vez que el espejo se llena el rostro de estrellas,  cometas de cabellos rizados.
 
 Las ciudades de Europa ven llegar  dentro del brumazón a las naves de locos. En Schleswig-Holstein, tiempo atrás,  habían trazado ya el círculo sagrado, el seto de fuego.
 
 Una araña desfallecía sobre un  tapiz de nieve, terreno de la palabra, y más allá de los cristales los árboles  del ferial flotaban en médio de un gran desierto de nubes.
 El agua de los grifos roe la pilas milenárias, barreño de halcones que han
 perdido los planos de los cielos.Un rumor de nueces y pasas se  enfia por las escaleras>
 
 ¿Quién tiene la palabra, tiena  la espada?
 
 Las frutas del invierno ya  hacía tiempo que morían encima de las mesas envueltas con manteles tatuados de  lunas y datileras.
 iAlgún aprendiz de  equilibrista, oxidándose los astros, había colgado de las palmeras de la piel  del cincelador!
 En médio del bosque el tritón  da el último grito del dia.
 Una inmensa playa murmura entre  espumas.
 
 II
 
 Gatos enfurecidos se pelean en los garajes  desiertos donde navios remotos navegan en charcos de petróleo. La luna del  tiempo, encaramada en la torre, me vigila el vuelo de una garza: agradecido, he  enfilado la mirada a los tatuajes del cielo y he ofrecido a los dioses tres  piedras, uva, agua y miel. He ordenado que me cerraran la ventana, pues el lobo  de la noche ya murmura por las esquinas.
 
 En los tabiques de la cochera  alguien había escrito mi nombre: me llaman A.
 
   III
 Ya lo sabeis, yo soy el  Outro, aquel que arroja mil máscaras y araña paredes cuando siete círculos de  fuego rodean la ciudad. Me dieron un nombre y me asesinaron, hube de inventarme  otros a fin de renacer del barro de las palabras.
 
 Ya lo sabeis, me llaman A, y  me crucifican en las paredes, junto a las manchas de humedad, y en los papeles  que ellos guardan en los secretos archivos.
 
 La barca de mi nombre fondea  la isla: yo soy la isla.
 
 IV
               Traficante de mistérios, comerciante de dados, vislumbraba, al romper el  dia, la luna de tierra, el ánade de plata, el cuerpo de la derrota de mi gran  amor. ¿Quién ha arrancado el árbol  que florecía en medio del Bosque?
 ¿Perdido el árbol, perdida la esperanza?
 
 V
 
 Te coroné con las flores del  equinoccio y me dijiste que el sol era una piedra, um tambor de fuego.  “Die Grenzen meiner Sprache” bedeuten die  Grenzen meiner Welt. Mas allá del fin del mundo, trás cortinajes de  inalcanzables selvas, te ame.
 
 Sol de piedra.  Luna de tierra.  Flor de equinoccio.
     TEXTOS EM  PORTUGUÊS      LUA DE TERRA       Trad. de Antonio Miranda  
 Este é o outono: -que te romperá  um dia o coração!
 Friedrich NIETSCHE
 
 O outono se embosca nos quartos  das águas-furtadas como um fugitvo, longe de todo perigo, enquanto o espelho  preenche a face de estrelas, cometas de cabelos riçados.
             As  cidades da Europa vêm chegar no nevoeiro as naves dos loucos. Em  Schleswig-Holstein, há tempos, haviam trazido já o círculo sagrado, a sebe de  fogo. Uma aranha desfalecida sobre um  tapete de neve, terreno da palavara, e para além dos cristais as árvores do feiral  flutuavam no meio de um grande deserto de nuvens.
 
           A  água das bicas rói as pias milenares, bacia de falcões que perderam os níveis  do céu.Um rumor de nozes e passas se  mete pelas escadas.
 
 Quem tem a palavra, tem a  espada?
             As  frutas do inverno já faz tempo que morriam sobre as mesas envoltas em toalhas  bordadas de luas e tamareiras.            Algum aprendiz de equilibrista, oxidando-se os astros, havia dependurado  das palmeiras da pele do cinzelador!No meio do bosque o tritão dá o  último grito do dia.
 Uma praia imensa murmura nas  espumas.
 
 II
 
             Gatos enfurecidos brigam nas garagens desertas onde navios remotos  navegam em charcos de petróleo. A lua do tempo, encimada na torre, vigia o vôo  de uma garça: agradecido, dirigi o olhar às tatuagens do céu e ofereci aos  deuses três pedras, uva, água e mel. Dei ordem para que fechassem a janela,  pois o lobo da noite já murmura pelas esquinas.
 Nos tabiques da cocheira havia  escrito meu nome: me chamam A.
 
 III
 Já sabes, eu sou o Outro,  aquele que lança mil máscaras e arranha paredes quando sete círculos de fogo  rodeiam a cidade. Me deram um nome e me assassinaram, tive que inventar-me  outros afim de renascer do barro das palavras.
 
 Já sabes, me chamam A, e me  crucificam nas paredes, junto às manchas de umidade, e nos papéis que eles  guardam nos arquivos secretos.
 
             A  barca de meu nome sonda a ilha: eu sou a ilha.
 IV
 Traficante de mistérios,  comerciante de dados, vislumbrava, ao romper o dia, a lua de terra, o cisne de  prata, o corpo da derrota de meu grande amor.
 Quem arrancou a árvore que  florescia em pleno Bosque?
 Perdida a árvore, perdida a  esperança?
 
 V
                Eu te coroei com as flores do equinócio e me disseste que o sol era uma  pedra, um tambor de fogo. “Die Grenzen meiner Sprache” bedeuten die Grenzen  meiner Welt. Para além do fim do mundo, detrás de cortinas de selvas  inalcançáveis, te amei.
 Sol de pedra. Lua de  terra.  Flor de equinócio.
   
                          Poema extraído  da Revista de Poesia Barataria. 2ª  época. Año 9, num. 21, agosto de 2008. (Buenos Aires, exemplar enviado por Ana  Guillot)       A PALAVRA NÃO É O SER   Tradução de Eduardo Sterzi           A  palavra não é o ser, mas é. O rio não fala, mas tem voz. O mar não é de água,  mas nos lava. O discurso não é a imagem do cisne ao espelho, é o espelho, a  bruma, o grito que se afoga nos canaviais, marulho de socorro, uma mão, um  corpo que se torna barco, pasto de vermes, os olhos que nos vigiam de trás dos  cortinados de matagal. É o espaço do truão, caixa de deus. Partiste à cidade torreada, a  dos toldos aos pórticos, a que não conhece o mar, nem os navios, nem os molhes.
 Partiste e deixaste a cidade  vazia de corsários.
 Ouvistes a voz dos abismos? A  voz das tílias?
 Ah, sois vós e não eles os  que falam. A noite não fala, nem os barrancos, nem as aves, nem tão só a  palavra fala.
 Já o diz o livro sagrado: Por  que perguntas pelo meu nome se é segredo? Os homens azuis do deserto não  conhecem o nome de Alá porque é segredo. Ninguém conhece o seu próprio nome.
 
 (Extraído de Cacto, poesia & crítica, núm. 2   São Paulo 2003. Reproduzido em: http://perso.wanadoo.es/lipmic/Pluricat/por/navarro.htm    Página publicada em outubro de 2008  
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