POESÍA ESPAÑOLA
Coordinación de AURORA CUEVAS CERVERÓ
Fonte> http://www.fishousepoems.org
CARLOS PARDO
(Madrid, 1975) Finalista del IX Premio Internacional de Poesía Generación del 27.
TEXTOS EM ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
PARDO, Carlos. Echado a perder. Madrid: Visor Libros, s.d. 60 p.
ISBN 978-84-7522-648-4
AL ENFOCAR cada detalle
aislado impongo
una visión miope.
La vida de una rama
de la estadística,
la vida
de una clínica
a otra.
Divido cada plano
en sombra y luz:
y la luz en colores,
y la sombra en poemas,
porque así
me lo enseñaron.
;Ay escolasticismo
dame más
de lo mismo!
EL ACORDE de tanta retención,
la risa,
ablanda la sutura:
lo llamo posibilidad.
Pero si digo una vida privada de vida.
El perro con pañuelo de cowboy,
el anuncio de dúplex,
las antenas, el cielo.
EN SUS TRAYECTOS de un destino a otro,
transnacionales, los aviones.
La indiferencia es mutua.
Regreso. No a un hogar.
Y ella aún no ha llegado
para hacérmelo evidente.
Adoquines. Atávica
la hierba. Vaho de ropa.
Cuando me desperté
ella miraba por la ventana.
¿Qué tal día hace?
Hace un día tal cual.
(FRAGMENTOS)
Hemos tomado fórmulas prestadas
del viaje épico, del auto-
conocimiento a pie, del folk,
del rock,
de los documentales susurrantes,
del apólogo esdrújulo,
del cosmos homeopático.
No partir, no llegar. Retardar para cuando
realicemos de forma pleni-
potenciaria el placer
sin que éste nos consuma,
más digno por la confianza, más
aséptico sin duda
por haber olvidado la emergencia,
por haber esperado
—si el deseo era auténtico
hablando en jerga de autenticidad—
un deseo que luego
luego será mejor.
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TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda
AO FOCALIZAR cada detalhe
separado imponho
uma visão míope.
A vida de um ramo
da estatística,
a vida
de uma clínica
a outra.
Divido cada plano
em sombra e luz:
e a luz em cores,
E a sombra em poemas,
porque assim
me ensinaram.
Ai, escolasticismo
quero mais
do mesmo!
O ACORDE de tanta retenção,
o riso,
abranda a sutura:
intitulo possibilidade.
Mas se digo uma avida privada de vida...
O cão com lenço de cowboy,
o anúncio do duplex,
as antenas, o céu.
E TUDO TEM um ar pré-sexual.
O mar fede a ondas
hormonais, e para despistar
os pedreiros
cortavam os ladrilhos das ruas.
Era primavera, e segue
uma enumeração.
EM SEUS TRAJETOS de um destino a outro,
transnacionais, os aviões.
A indiferença é mútua.
Regresso. A um lar não.
E ela ainda não chegou
para tornar-se evidente.
Paralelepídpedos. Atávida
a grama. Bafo de roupa.
Quando despertei
ela olhava pela janela.
Que dia tal faz?
Faz um dia tal qual.
(FRAGMENTOS)
Tomamos fórmulas emprestadas
da viagem épica, do auto-
conhecimento a pé, do folk,
do rock,
de documentários sussurrantes
do apólogo esdrúxulo,
do cosmos homeopático.
Não partir, não chegar. Retardar para quando
realizarmos de forma pleni-
potenciaria o prazer
sem que ele nos consuma,
mais digno pela confiança, mais
asséptico sem dúvida
por haver esquecido a emergência,
por ter esperado
— se o desejo era autêntico
falando pela gíria da autenticidade —
um desejo que logo
logo será melhor.
Falar para sairmos airosos da vida
pelos caminhos da linguagem.
E aqui termina a insatisfação.
Página publicada em dezembro de 2012
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