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ROSENDO GARCIA IZQUIERDO

 

 

Poeta cubano.

 

 

TEXTO EN ESPAÑOL – TEXTO EM PORTUGUÊS

 

 

NORTE. REVISTA HISPANO-AMERICANA – Quinta época No. 505-506  Mayo – Agosto 2014.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 



        SOMBRAS EN MÍ

 

        Se corren las cortinas del tiempo
mis pulmones acarician suspiros artificiales
sonando campanas de sombras
como árboles azotadas por la plaga.
Sombras en mí congelan
mi pronosticada partida,
nadie corre extravagante lo escarlata
de mis tinieblas,
agrias salivas congeladas de silencio
y muero tendido en el impacto de la pena
se derrumban los pulmones tras el alma,
adelgaza mi cuerpo discrepando el miedo,
no es el suicídio lo que anhelo,
no es el recuerdo de mi infancia
quien recorre las mariposas
perdidas de mis ojos,
pierden el brillo la fumigante mirada
de mis pupilas,
soy un muerto, que está muriendo todavía,
que lo asusta dejar lo hermoso del mundo,
ese elemento cósmico del polvo
sobre el funeral de los dioses.
Me estoy muriendo,
no sabía que la muerte fuera tan indiscreta
impetuosa con lo mágico del suspiro,
con la eternidade de la belleza.
Un perro como un Cristo
lame mis pies
y no le agradezco al cielo
el tormento astuto de los elefantes;
es la hora del vino
frente a la cruz de mi carne,
me estoy muriendo:
quiero ser polvo más que recuerdos
sin tumba, sin llanto, sin amonestaciones.
Quiero ser viento que besa el margen
del mar
velero de mi padre
abrazándome el interior de mi niño.

 

                        (Batabanó, Cuba, Nov. 2014)
       .

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

 

 

 

       SOMBRAS EM MIM

 

 

        Correm as cortinas do tempo
meus pulmões acariciam suspiros artificiais
soando sinos de sombras
como árvores açoitadas pela praga.
Sombras em mim congelam
minha prognosticada partida,
ninguém corre extravagante o escarlate
de minhas trevas,
ágrias salivas congeladas pelo silêncio
e morro estendido no impacto da pena
desmoronam os pulmões
depois da alma,
emagrece o meu corpo contradizendo o medo,
não é o suicídio o que anseio,
não é a saudade de minha infância
que recorre as mariposas
perdidas de meus olhos,
perdem o brilho a fulmiante mirada
de minhas pupilas,
sou um morto, que está morrendo ainda,
que o assusta deixar o belo dos mundo,
esse elemento cósmico do pó
sobre o funeral dos deuses.
Estoy morrendo,
não sabia que a morte seria tão indiscreta
impetuosa com o mágico de um suspiro,
com a eternidade da beleza.
Um cão como um Cristo
lambe meus pés
e eu não agradeço ao céu
pelo tormento astuto dos elefantes;
é a hora do vinho
diante da cruz de minha carne,
eu estou morrendo:
quero ser pó mais do que lembranças
sem túmulo, sem pranto, sem proclamas.
Quero ser vento que beija o litoral
do mar
veleiro de meu pai
abraçando o interior de minha criancice.

 

                        (Batabanó, Cuba, Nov. 2014)

 

      

      

 

 

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