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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

PABLO ARMANDO FERNÁNDEZ

(1930)

 

Salterio y lamentación (1953) apresenta este poeta, oriundo de um meio provinciano que se assombra diante do bosque humano da cidade grande. Em 1955 Eugenio Florit faz o prólogo de Nuevos poemas. Um contato rápido com o origenismo na década de 1950 talvez lhe tenha oferecido recursos para Toda la poesía (1961) e para Himnos (1962), tão distantes, no entanto, do círculo do famoso grupo de poetas. O tom elegíaco entremeado com o conversacional ama­durece em Libro de los héroes (1964). Em 1970 aparece Un sitio permanen­te, depois compilado em Campo de amor y de batalla (1984). O mais impor­tante de sua obra poética se encontra em El sueño, la razón (1988). Pablo Ar­mando é um importante romancista e membro destacado do coloquialismo cubano.

VIRGILIO LÓPEZ LEMUS

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  /  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

LO SÉ DE CIERTO PORQUE LO TENGO VISTO

 

Mi amor son estas islas y cayos

que el sol, los vientos, el aguacero acosan.

Mi amor son estos trazos de líneas imprecisas

— aves y aperos, reptiles o ramajes —

en un mapa pequeño.

 

Amar estas imágenes

que reducen a límites menores

mi mirada, mi voz y mi memoria,

nadie lo dude, duele

hasta tocar el fondo de uno mismo.

 

¿y es que frente a este esbozo

de contornos geográficos

no se siente otro amor por las distancias?

¿No nos atraen lejanas otras lindes?

 

Miro el mapa que mis niñas dibujan

en un cuaderno nuevo.

Cuán mayores ya son estas abuelas

Que, en sillones de mimbres, entre almohadones

nos relatan memorias de sus luchas:

las guerras, los ciclones, la familia.

 

¿Qué antiguas e inocentes estas islas,

que mi razón exaltan,

para que no queramos oírles otra historia?

Mi amor son estas tierras

y son también mi angustia.

 

(De: Campo de amor y de batalla, 1963-1982)  

 

 

APRENDIENDO A MORIR

 

Mientras duermen mi mujer y mis hijos

y la casa descansa del ajetreo familiar;

me levanto y reanimo los espacios tranquilos.

Hago como si ellos — mis hijos, mi mujer —

­estuvieran despiertos, activos

en la propia gestión que les ocupa el día.

 

Voy insomne (o sonámbulo) llamándoles, hablándoles;

pero nadie responde, nadie me ve.

Llego hasta donde está la menor de mis niñas:

ella habla a sus muñecas, no repara en mi voz.

El varón entra, suelta su cartapacio de escolar;

de los bolsillos saca su botín:

las artimañas de un prestidigitador.

Quisiera compartir su arte y su tesoro,

quisiera ser con él. Sigue de largo:

no repara en mi gesto ni en mi voz.

¿A quién acudo? Mis otras hijas, ¿donde están?

Ando por casa jugando a que me encuentren:

¡Aquí estoy!

Pero nadie responde, nadie me ve.

Mis hijas en sus mundos siguen otro compás.

¿Dónde se habrá metido mi mujer?

En la cocina la oigo; el agua corre,

huele a hojas de cilantro y de laurel.

Está de espaldas. Miro su melena,

su cuello joven: ella vivirá ...

Quiero acercármele pero no me atrevo

—huele a guiso, a pastel recién horneado —:

¿y si al volver los ojos, no me ve?

Como un actor que olvida de repente

su papel en la escena,

desesperado grito:

¡Aquí estoy!

Pero, nadie responde, nadie me ve.

Hasta que llegue el día y con su luz

termine mi ejercicio de aprender a morir.

 

(De: Campo de amor y de batalla, 1963-1982)

 

 

SU NOMBRE PARA SIEMPRE: HAYDEE SANTAMARÍA

 

Yo creía conocer todos tus nombres

antiguos de mujer, imaginaba

saberme sus historias de memoria,

pero cada mañana, o cada atardecer,

te revelabas diferente

a las mujeres de las mitologías,

distinta a otras mujeres de la historia.

Eres, lo sé, la mujer que faltaba en los libros,

con su ternura y cólera,

su amor, su intransigencia, con su sueño,

mezclados en la hora cuando la vida exige

violenta cura que remedie o mate.

No eres un personaje de las fabulaciones,

yo sé que eres humana, inmortal y distinta.

Siempre te sentí patria.

Una vez te lo dije, recuerdo tu mirada

a nuestro alrededor, queriendo señalarme

algo que yo creía reconocer,

y sólo hallaba agreste en ti:

en la fronda y raíces de los árboles nuestros

donde viven confiados los celosos orishas,

algo que anda en los ríos y en sus márgenes

y que no llega al mar.

Algo que está en la cima de los montes,

como ancestros que bajan hasta el llano

y vuelven vigilantes a sus cumbres.

De repente es la luz y no la llama

la que descubre tu velado nombre.

 

(De: Campo de amor y de batalla, 1963-1982)

 

 

Extraídos de VINTE POETAS CUBANOS DO SÉCULO XX; seleção, prefácio e notas de Virgilio López Lemus. Trad. Alai Garcia Diniz, Luizete Guimarães Barros.  Florianópolis:Editora de UFSC, 1995. 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Trad. Alai Garcia Diniz, Luizete Guimarães Barros.

 

 

BEM O SEI PORQUE O TENHO VISTO

 

Meu amor são esta ilhas e recifes

que o sol, os ventos, o aguaceiro encurralam.

Meu amor são estes traços de linhas imprecisas

— aves e selas, répteis ou ramagens —

num mapa pequeno.

 

Amar estas imagens

que se reduzem a limites menores

minha memória, meu olhar, minha voz,

ninguém duvide, dói

até tocar o fundo de cada um de nós.

 

Será que diante deste esboço

de contornos geográficos

não se sente outro amor pelas distâncias?

Não nos atraem outras longínquas fronteiras?

 

Olho o mapa que minhas filhas desenham

num caderno novo.

Como estão velhas essas vovós

que, em poltronas de vime, entre almofadões

nos relatam memórias de suas lutas:

as guerras, os ciclones, a família.

 

Que antigas e inocentes estas ilhas,

que minha razão exaltam,

para que não queiramos ouvir delas outra história?

Meu amor são estas terras

e são também minha angústia.

(De: Campo de amor y de batalla, 1963-1982)

 

 

APRENDENDO A MORRER

 

Enquanto minha mulher e meus filhos dormem

e a casa descansa do burburinho familiar,

eu me levanto e animo os espaços quietos.

Faço como se eles — meus filhos, minha mulher —

­estivessem despertos, ativos

na própria lida que lhes ocupa o dia.

Vou sem sono (ou sonâmbulo) chamando, falando com eles;

mas ninguém responde, ninguém me vê.

Chego até onde está a menor de minhas filhas:

ela fala com as bonecas, não repara em minha voz.

O garoto entra, joga sua pasta escolar,

dos bolsos tira suas bugigangas:

artimanhas de um prestidigitador.

Quisera dividir com ele essa arte e esse tesouro,

quisera estar com ele. Continua distante:

não repara em meu gesto nem em minha voz.

A quem apelo? Minhas outras filhas onde estão?

Ando pela casa brincando de esconde-esconde:

Estou aqui!

Mas ninguém responde, ninguém me vê .

Minhas filhas em seus mundos seguem outro compasso.

Onde terá se metido minha mulher?

Ouço ela na cozinha; a água corre,

cheira a folhas de coentro e de louro.

Está de costas. Olho seu cabelo,

seu pescoço Jovem: ela viverá ...

Quero me aproximar dela mas não me atrevo

— cheira a guisado, a bolo saído agorinha do forno -;

E se ao virar a cabeça, ela não me vir?

Como um ator que esquece  seu papel na cena,

desesperado grito:

Estou aqui!

Mas ninguém responde, ninguém me vê.

Até que chegue o dia e com sua luz

termine meu exercício de aprender a morrer.

 

(De: Campo de amor y de batalla, 1963-1982)

 

 

PARA SEMPRE SEU NOME: HAYDEE SANTAMARIA

 

Eu achava que conhecia todos os seus nomes

antigos de mulher, imaginava

saber de cor suas histórias

mas a cada manhã, ou a cada entardecer,

você se revelava diferente

das mulheres das mitologias,

diferente de outras mulheres da história.

Você é, eu sei, a mulher que faltava nos livros,

com sua ternura e cólera,

seu amor, sua intransigência, com seu sonho,

misturados na hora em que a vida exige

violenta cura que remedie ou mate.

Você não é um personagem das fabulações,

eu sei que é humana, imortal e diferente.

Sempre te senti pátria.

Uma vez eu te disse isso, lembro que você olhou

a nossa volta, querendo me mostrar

algo que eu achava que conhecia,

e só achava agreste em você:

na copa e raízes de nossas árvores

onde vivem confiados os ciumentos orixás,

algo que anda nos rios e em suas margens

e que não chega ao mar.

Algo que está no cimo dos montes,

como ancestrais que descem até o chão

e voltam vigilantes a seus cumes.

De repente é a luz e não a chama

a que descobre seu velado nome.

 

(De: Campo de amor y de batalla, 1963-1982)

 

Extraídos de VINTE POETAS CUBANOS DO SÉCULO XX; seleção, prefácio e notas de Virgilio López Lemus. Trad. Alai Garcia Diniz, Luizete Guimarães Barros.  Florianópolis:Editora de UFSC, 1995. 



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