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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



JAVIER IGLESIAS

 

 

Javier Iglesias Alfonso. Cidade da Havana, Cuba, 1963. Poeta, narrador e roteirista, têm publicado o livro de poemas “Mapa de Solidão”, tradutor do livro de Lúcio Costa “Registro de uma Vivencia”, antologado em Cuba e no estrangeiro. Tem textos seus publicados em revistas e jornais de Brasil, Argentina, Estados Unidos, Etc.

“Obtive o 1º Premio no Concurso de Roteiros “Filma Brasília” – Brasil, com O Comendador”, assistente de direção do “O Futuro e Eu”, documental 35 mm.

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  /  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

AGONÍA

 

Letras que llenan

la pobreza de esta existencia

marchitadas por los golpes.

Palabras que brotan

detrás del pecho

como lágrimas de impotencia.

Blanco papel que desafía

cada amanecer de agonía.

Ideas que se derrumban

mapas cambiando de color

muros que cayeron

como suvenires de un símbolo.

Mujer que no alcanza

para limpiar el alma,

no importa, amor,

la lucha es entre

una consigna y tú.

 

 

LA OSCILACIÓN DEL PÉNDULO

 

Es la duda no la soledad

el misterio de la espera,

ese punto

donde no hay retorno

porque no quiero perdonar

sus errores.

Estos años no he hecho más

que observar los puentes

pero las puertas siguen cerradas.

Fui carpintero en otra vida

cuando solo necesitaba una vela

y el aire para navegar.

Juan descubrió el tiempo,

murió de viejo

y siempre pensó

que le faltaba tiempo.

Sabio los faraones que al nacer

empezaban la construcción de su tumba,

ya era valorado cada segundo

por la cantidad de esclavos que morían

de su muerte futura.

El tiempo,

no es más que una línea

entre abrir y cerrar los ojos

sin saber que es otra mentira.

Me dejo engañar por el alcohol

y alguna que otra planta más saludable,

todos saben lo que hablo,

pero a los diferentes,

se les llaman de locos

por la capacidad de inventar

historias.

Créanme, no estoy en la Mancha

aunque el Quijote sigue batallando

contra inventados enemigos

y todos Sanchos sin Panzas

esperan.

Pero mi tiempo,

el mío,

está en otra parte.

 

 

LA GIRALDILLA Y YO

 

Esta ciudad muere lentamente,

hay muertos que no hacen ruido,

la Fe salió al pasado

se extravió entre las columnas

y el aire con olor a consigna.

Esta ciudad de música

sólo escucha su réquiem

y el sonar de vasos de ron

ahogando vidas.

Esta ciudad que amo

porque me enseñó a caminar

me preñó de amor y odio

se escapa de mis manos

ahora que los sueños pesan.

Esta ciudad muere

Y yo me niego a abandonarla.

 

 

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TEXTOS EM PORTUGUÊS

Traduções do Autor)

 

 

AGONIA

 

Letras que preenchem

a pobreza desta existência,

fenecidas pelos golpes.

Palavras que brotam

detrás do peito

como lágrimas de impotência.

Branco papel que desafia

cada amanhecer de agonia.

Idéias que se derrubam,

mapas mudando de cor,

muros que caíram

como souvenirs de um símbolo.

Mulher que não alcança

para limpar a alma,

não importa, amor,

a luta está

entre uma palavra de ordem, e você.

 

 

A OSCILAÇÃO DO PÊNDULO

 

É a dúvida e não a solidão

o mistério da espera,

esse ponto

onde não há retorno

porque não quero perdoar

seus erros.

Nestes anos não tenho feito mais

que observar as pontes, mas

as portas seguem fechadas.

Fui carpinteiro em outra vida

quando só necessitava uma vela

e ar para navegar.

João descobriu o tempo,

morreu de velho

e sempre pensou

que faltava-lhe tempo.

Sábios os faraós que, ao nascerem,
começavam a construção de suas tumbas,

já era valorizado cada segundo

pela quantidade de escravos que morreriam

de sua morte futura.

O tempo,

não é mais que uma linha

entre abrir e fechar os olhos

sem saber que é outra mentira.

Deixo-me enganar pelo álcool

e alguma outra planta mais saudável,

todos sabem o que digo,

mas aos diferentes,

nos chamam de loucos

pela capacidade de inventar histórias.

Creiam-me, não estou na Mancha

mesmo que Quixote siga batalhando

contra inventados inimigos

e todos Sanchos sem Panças

esperem.

Mas meu tempo,

o meu,

está em outra parte.

 

 

HAVANA E EU

 

Esta cidade morre lentamente,

Há mortos que não fazem barulho,

a Fé foi ao passado,

extraviou-se entre as colunas

e o ar cheirando à política.

Esta cidade de música

só escuta seu réquiem

e o som de copos de rum

afogando vidas.

Esta cidade que amo,

porque ensinou-me a caminhar,

emprenhou-me de amor e ódio

fugiu de minhas mãos,

agora que os sonhos pesam.

Esta cidade morre

e eu me nego a abandoná-la.

 

 

Página publicada em dezembro de 2007




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