JAVIER IGLESIAS
Javier Iglesias Alfonso. Cidade da Havana, Cuba, 1963. Poeta, narrador e roteirista, têm publicado o livro de poemas “Mapa de Solidão”, tradutor do livro de Lúcio Costa “Registro de uma Vivencia”, antologado em Cuba e no estrangeiro. Tem textos seus publicados em revistas e jornais de Brasil, Argentina, Estados Unidos, Etc.
“Obtive o 1º Premio no Concurso de Roteiros “Filma Brasília” – Brasil, com O Comendador”, assistente de direção do “O Futuro e Eu”, documental 35 mm.
TEXTOS EN ESPAÑOL / TEXTOS EM PORTUGUÊS
AGONÍA
Letras que llenan
la pobreza de esta existencia
marchitadas por los golpes.
Palabras que brotan
detrás del pecho
como lágrimas de impotencia.
Blanco papel que desafía
cada amanecer de agonía.
Ideas que se derrumban
mapas cambiando de color
muros que cayeron
como suvenires de un símbolo.
Mujer que no alcanza
para limpiar el alma,
no importa, amor,
la lucha es entre
una consigna y tú.
LA OSCILACIÓN DEL PÉNDULO
Es la duda no la soledad
el misterio de la espera,
ese punto
donde no hay retorno
porque no quiero perdonar
sus errores.
Estos años no he hecho más
que observar los puentes
pero las puertas siguen cerradas.
Fui carpintero en otra vida
cuando solo necesitaba una vela
y el aire para navegar.
Juan descubrió el tiempo,
murió de viejo
y siempre pensó
que le faltaba tiempo.
Sabio los faraones que al nacer
empezaban la construcción de su tumba,
ya era valorado cada segundo
por la cantidad de esclavos que morían
de su muerte futura.
El tiempo,
no es más que una línea
entre abrir y cerrar los ojos
sin saber que es otra mentira.
Me dejo engañar por el alcohol
y alguna que otra planta más saludable,
todos saben lo que hablo,
pero a los diferentes,
se les llaman de locos
por la capacidad de inventar
historias.
Créanme, no estoy en la Mancha
aunque el Quijote sigue batallando
contra inventados enemigos
y todos Sanchos sin Panzas
esperan.
Pero mi tiempo,
el mío,
está en otra parte.
LA GIRALDILLA Y YO
Esta ciudad muere lentamente,
hay muertos que no hacen ruido,
la Fe salió al pasado
se extravió entre las columnas
y el aire con olor a consigna.
Esta ciudad de música
sólo escucha su réquiem
y el sonar de vasos de ron
ahogando vidas.
Esta ciudad que amo
porque me enseñó a caminar
me preñó de amor y odio
se escapa de mis manos
ahora que los sueños pesan.
Esta ciudad muere
Y yo me niego a abandonarla.
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TEXTOS EM PORTUGUÊS
Traduções do Autor)
AGONIA
Letras que preenchem
a pobreza desta existência,
fenecidas pelos golpes.
Palavras que brotam
detrás do peito
como lágrimas de impotência.
Branco papel que desafia
cada amanhecer de agonia.
Idéias que se derrubam,
mapas mudando de cor,
muros que caíram
como souvenirs de um símbolo.
Mulher que não alcança
para limpar a alma,
não importa, amor,
a luta está
entre uma palavra de ordem, e você.
A OSCILAÇÃO DO PÊNDULO
É a dúvida e não a solidão
o mistério da espera,
esse ponto
onde não há retorno
porque não quero perdoar
seus erros.
Nestes anos não tenho feito mais
que observar as pontes, mas
as portas seguem fechadas.
Fui carpinteiro em outra vida
quando só necessitava uma vela
e ar para navegar.
João descobriu o tempo,
morreu de velho
e sempre pensou
que faltava-lhe tempo.
Sábios os faraós que, ao nascerem,
começavam a construção de suas tumbas,
já era valorizado cada segundo
pela quantidade de escravos que morreriam
de sua morte futura.
O tempo,
não é mais que uma linha
entre abrir e fechar os olhos
sem saber que é outra mentira.
Deixo-me enganar pelo álcool
e alguma outra planta mais saudável,
todos sabem o que digo,
mas aos diferentes,
nos chamam de loucos
pela capacidade de inventar histórias.
Creiam-me, não estou na Mancha
mesmo que Quixote siga batalhando
contra inventados inimigos
e todos Sanchos sem Panças
esperem.
Mas meu tempo,
o meu,
está em outra parte.
HAVANA E EU
Esta cidade morre lentamente,
Há mortos que não fazem barulho,
a Fé foi ao passado,
extraviou-se entre as colunas
e o ar cheirando à política.
Esta cidade de música
só escuta seu réquiem
e o som de copos de rum
afogando vidas.
Esta cidade que amo,
porque ensinou-me a caminhar,
emprenhou-me de amor e ódio
fugiu de minhas mãos,
agora que os sonhos pesam.
Esta cidade morre
e eu me nego a abandoná-la.
Página publicada em dezembro de 2007
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