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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 


 

FELIX PITA RODRIGUEZ

(1909-1990)

 

A obra de Félix Pita Rodríguez, escrita entre as décadas de vinte e trinta, é considerada representativa do vanguardismo em Cuba. Pita Rodríguez viajou pela América e Europa, e em 1948 editou em Cuba Cor­cel de fuego. Participou no Congresso pela Defesa da Cultura em plena Guerra Civil Espanhola; teve vínculos com o surrealismo francês, que dei­xou marcas em sua obra. Nessa época, o autor dedicava-se também ao conto, sendo considerado um contista importante. Em 1961, publicou Las crónicas e Poesía bajo consigna que influenciou o movimento coloquialista por seu estilo conversacional ao tratar a temática social revo­lucionária. Suas outras obras poéticas são: Las noches (1966), Historia tan natural (1971), Tarot de la poesía (1976) que influíram na supera­ção do coloquialismo. Sua obra Poesía apareceu em 1978. Em 1985, lhe foi outorgado o Prêmio Nacional de Literatura .

VIRGILIO LÓPEZ LEMUS

 

 

TEXTO EN ESPAÑOL / TEXTO EM PORTUGUÊS

 

 

 

NO SÉ SI CON PALABRAS

 

No sé si con palabras, pero sé que está escrito.

 

Este mundo que tengo tan nuevo entre las manos,

viene desde la hondura nebulosa del tiempo. Ayer tú eras.

Y eras también mañana. No sé cómo explicarlo.

Pero el futuro ayer da de pronto a tus ojos

algo tan conocido, algo tan conocido,

que voy sabiendo lenta, lento, muy lentamente,

que mi ceniza estuvo donde durmió la tuya

y que jugaron juntas el mismo amargo juego.

 

No sé si con palabras, pero tampoco supe

nunca de qué color tiene la luna el pelo.

 

¿De dónde surge ahora, si sabes, el paisaje,

que me pone las manos débiles como ramas,

como ramas dobladas en el viento?

No sé si con palabras. Pero sé que está escrito

allí donde te apoyas, allí donde te duermes en el viento.

 

Hay un barco que llega donde boga tu pecho.

Hay una luz quebrada de cristales cada vez que me quejo.

Hay algo más, hay algo más, hay un surco de fuego

que me dice vibrante en tu frente de almendro,

dónde puse otra vez mi firma de silencio.

 

No sé si con palabras. No sé. Cuesta trabajo

mantener en su sitio lo que a fuerza de muertes

ya no tiene remedio.

 

Pero me es conocido ese coral. La luna y el velero

me son desde otro tiempo residentes del pecho.

No sé cómo explicarlo. No sé.

 

Pero tú que ahora estás, ya estabas otra noche,

otra noche distante, entre los brezos.

Todo tiene la helada profundidad lejana

de una niña entrevista, caminando, dormida, en un espejo.

 

Hay un lago también, que vuelve y vuelve, también,

bajo tu pecho. No sé. No reconozco, no puedo, su reflejo,

pero si alzas los párpados, estás,

estás si vuelan, repitiéndose, en el aire, tus dedos.

 

¿De dónde esta fatiga? ¿Por qué tan prisioneros

nadie sabe de quién, esos que no se pueden llamar,

siquiera, apenas, casi, recuerdos de recuerdos?

 

Este mundo que tengo tan nuevo entre las manos,

viene desde la hondura nebulosa del tiempo. Ayer tú eras,

Y eras también mañana. No sé cómo explicarlo.

Tal  vez pueda decirte solamente esta noche

que el zumo de otras noches es su mismo silencio,

que cinco muertes antes tu mano ahondó en mi pecho,

que cinco muertes antes me dijiste gimiendo

lo que gimes ahora, repitiendo, gimiendo.

Tal vez pueda tan sólo decirte en esta noche

en que glacial, extraño, cálido, bien amado,

un aire fatigado gira junto a mi cuello,

tal vez pueda decirte tan sólo, no sé con qué palabras,

no sé cómo, sin poder explicarlo,

que eres la misma, que eres,

no sé, pero recuerdo.

 

 

(De: Corcel de fuego, 1935-1940)

 

 

CEDULA

 

No sé si alguna vez fui un cerezo silvestre.

Tal vez fui nieve, mirto, vilano, lluvia fina;

acaso un verde, trémulo, insecto del rocío.

 

No sé si alguna vez fui un cerezo silvestre,

pero a veces un ámbito de ramas en el viento,

cierta expresión de alturas debatiéndose.

 

Acaso allí.

 

No digo que no fuera, ni digo que es posible:

estoy contando cosas que no tienen remedio.

 

 

(De: Historia tan natural, 1970)

 

 

 

MI CASA

 

Una de cal y otra de luna,

esta es la fórmula precisa,

una de cal y otra de luna.

 

Sobre la puerta, la divisa

en el escudo del frontón.

Sobre la puerta la divisa:

 

“En lo más alto el corazón.”

Nada lo estorbe ni lo impida:

En lo más alto el corazón.

 

Que él ponga el precio y él decida

- si es contra mí, tanto peor -,

que él ponga el precio y él decida:

 

Siempre diré: tuvo razón.

 

(De: Tarot de la poesia, 1971-1972)

 

CONTRlBUCION AL ESTUDIO DE LA BRUMA

 

A Gustavo Eguren

que las ha visto

 

Las gaviotas nocturnas son de austeras costumbres.

Generalmente anidan en las ramas más altas

de los cierzos perdidos del invierno. Se alimentan de escarcha,

 de los frutos maduros de la niebla, y de las taciturnas

flores de la esperanza. Son calladas y mueren con frecuencia

 víctimas de esa fiebre de incurables nostalgias

que diezma a los delfines más australes.

No tienen descendencia.

 

Se reproducen solas,  de las plumas que pierden

las tormentas que a veces se extravían,

cuando imprudentes cruzan, sin las cartas de ruta,

por las noches polares.

Jamás hablan de amor,

desconocen la guerra, y tienen la costumbre de la duda.

 

Su extinción causaría danos irreparables,

pues sólo ellas conocen las fórmulas secretas

de las destilaciones del sudor de agonía,

recogido en las frentes de aquellos que murieron,

víctimas de la cólera de las grandes tormentas,

en las noches más frías.

Sudor que destilado según las viejas fórmulas

que custodian severas las gaviotas nocturnas,

produce los aceites esenciales

con los que gota a gota se fabrica la bruma.

 

(De: Historia tan natural, 1970)

 

 

 

 

Extraídos de VINTE POETAS CUBANOS DO SÉCULO XX; seleção, prefácio e notas de Virgilio López Lemus. Trad. Alai Garcia Diniz, Luizete Guimarães Barros.  Florianópolis: Editora de UFSC, 1995.

 

 

 

 

TEXTO EM PORTUGUÊS

Traduções de

Alai Garcia Diniz e Luizete Guimarães Barros 

 

 

NÃO SEI SE COM PAIAVRAS

 

Não sei se com palavras, mas sei que está escrito.

 

Este mundo que tenho tão novo entre as mãos,

vem do fundo nebuloso do tempo. Ontem você era.

E você era também amanhã. Não sei como explicar.

Mas o futuro ontem te joga na cara

algo tão conhecido, algo tão conhecido,

que vou sabendo lenta, lento, muito lentamente,

que minha cinza esteve onde dormiu a sua

e que jogaram juntas o mesmo jogo amargo.

 

Não sei se com palavras, mas também não soube

nunca de que cor é o cabelo da lua.

 

Me diga de onde surge, agora, a paisagem

que me põe as mãos débeis como ramos,

como ramos dobrados no vento?

Não sei se com palavras. Mas sei que está escrito

ali onde você se apóia, ali onde você dorme no vento.

 

Há um barco que chega onde voga seu peito.

Há uma luz quebrada de cristais cada vez que me queixo.

Há algo mais, há algo mais, há um sulco de fogo

que me diz vibrando em sua fronte de amêndoa,

onde lavrei outra vez minha firma de silêncio.

 

Não sei se com palavras. Não sei. Custa tanto

manter em seu lugar o que por causa de mortes

já não tem remédio.

 

Mas conheço bem esse coral. A lua e o veleiro

residem desde outrora no meu peito.

Não sei como explicar. Não sei.

 

Mas você que agora está, já estava outra noite,

outra noite distante, entre brejos.

Tudo tem a gelada profundidade longínqua

de uma menina pressentida, caminhando, adormecida, num espelho.

 

Há um lago também, que roda e roda, também,

sob seu peito. Não sei. Não reconheço seu reflexo e nem posso,

mas se alça as pálpebras, você está,

se seus dedos tamborilam e tamborilam no ar, você está.

 

De onde vem esta fadiga? ?Por que tão prisioneiras,

ninguém sabe de quem essas lembranças que não se podem chamar, sequer, apenas, quase, lembranças de lembranças?

 

Este mundo que tenho tão novo entre as mãos,

vem do fundo nebuloso do tempo. Ontem você era,

e era também amanhã. Não sei como explicar.

Talvez possa dizer-lhe somente esta noite

que o sumo de outras noites é seu próprio silêncio,

que cinco mortes antes sua mão afundou em meu peito,

que cinco mortes antes você me disse gemendo

o que geme agora, repetindo, gemendo.

Talvez só possa te dizer nesta noite

em que glacial, estranho, cálido, bem amado,

um ar fatigado gira junto a meu pescoço,

talvez possa te dizer somente, não sei com que palavras,

não sei como, sem poder explicar,

que você é a mesma, que você é,

não sei, mas me lembro.

 

(De: Corcel de fuego, 1935-1940)

 

 

CEDULA

 

Não sei se alguma vez fui uma cerejeira silvestre.

Talvez fosse neve, mirto, flor de cardo, chuva fina;

quem sabe um verde, trêmulo, inseto do orvalho.

 

Não sei se alguma vez fui uma cerejeira silvestre,

mas às vezes um âmbito de ramos ao vento,

certa expressão de alturas se debatendo.

 

Quem sabe ali.

 

Não digo que não fosse, nem digo que é possível:

estou contando coisas que não têm remédio.

 

(De: Historia tan natural, 1970)

 

 

 

MINHA CASA

 

Uma de cal e outra de lua,

esta é a fórmula precisa,

uma de cal e outra de lua.

 

Sobre a porta, a divisa

no escudo do portão.

Sobre a porta a divisa:

 

"No mais alto o coração."

Nada o estorve nem o impeça:

no mais alto o coração.

 

Que ele ponha o preço e ele decida

 - se é contra mim, tanto pior-,

que ele ponha o preço e ele decida:

 

Sempre direi: teve razão.

 

 

(De: Tarot de la poesia, 1971-1972)

 

 

 

CONTRIBUIÇÁO AO ESTUDO DA BRUMA

 

A Gustavo Eguren

 que as viu

 

As gaivotas noturnas têm costumes austeros.

Geralmente se aninham nos ramos mais altos

dos ventos perdidos do inverno. Alimentam-se de geada,

dos frutos maduros da névoa, e das taciturnas

flores da esperança. São caladas e morrem com freqüência

vítimas dessa febre de nostalgias incuráveis

que dizima os delfins mais austrais.

Não têm descendência.

 

Reproduzem-se sozinhas, das plumas que perdem

às tormentas que às vezes se extraviam,

quando imprudentes cruzam, sem bússola,

pelas noites polares.

Jamais falam de amor,

desconhecem a guerra, e têm o costume da dúvida.

 

Sua extinção causaria danos irreparáveis,

pois só elas conhecem as fórmulas secretas

das destilações do suor de agonia,

recolhido nas frontes daqueles que morreram,

 vítimas da cólera das grandes tormentas,

nas noites mais frias.

Suor que destilado segundo as velhas fórmulas

que guardam severas as gaivotas noturnas,

produz os azeites essenciais

com os que gota a gota se fabrica a bruma.

 

(De: Historia tan natural, 1970)

 

 

Extraídos de VINTE POETAS CUBANOS DO SÉCULO XX; seleção, prefácio e notas de Virgilio López Lemus. Trad. Alai Garcia Diniz, Luizete Guimarães Barros.  Florianópolis: Editora de UFSC, 1995.

 



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