Fonte: www.cubaliteraria.com/
EFRAÍN RODRÍGUEZ SANTANA
Poeta, prosador e crítico literário cubano, nasceu em Palma Soriano, em 1953. É autor dos seguintes livros de poesia: El hacha de miel (Havana, Ministério da Cultura de Cuba, 1980), Otro ía va a comenzar (S.l.,Verbum, 2000), Arqueros (Havana, Unión, 2000), Un país de agua (Havana, Letras Cubanas, 2003), entre outros. Editou uma antologia de Gastón Baquero, intitulada La patria sonora de los frutos (Havana, Letras Cubanas, 200?), e é também autor da novela La mujer sentada (Havana, Letras Cubanas, 2002). No momento, alterna residência entre Havana e São Paulo.
TEXTOS EN ESPAÑOL / TEXTOS EM PORTUGUÊS
POEMAS CURTOS
Inéditos, extraídos da revista SIBILA 12, ano 7, 2007.
Para ler outros textos da excelente revista SIBILA entre em
http://www.sibila.com.br/Home.html
Alambrada
Alguien espera en la noche,
dos almohadas sucias
y unos papeles escritos y invocados.
Alguien espera una noticia,
una noticia para todos,
que darán las emisoras al amanecer.
El amanecer, el amanecer, el amanecer.
Mudos
Pueblo de mudos
mientras más se habla
más se enmudece
un pueblo de mudos
unas banderas de papel.
Un no decir
Yo no diré nada públicamente,
ese parece ser un problema de conciencia,
repito que no diré nada,
y es mi decisión a pesar de las evidencias
no es que me quede callado por falta de argumentos,
es que no diré nada a nadie.
El dedo indica
Subir es el pánico de los recién llegados a la Isla,
allí em las alturas tendrán que demostrar su destreza,
a cambio recibirán como cada uno de los participantes
la famélica sonrisa, la mano fría, una invitación de los perros.
En la Isla hay una corte de perros y un coro de ladridos.
Se trata de subir y de llegar a la cúspide,
al azul de Mitilene, a la balaustrada de yeso impoluto.
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TEXTOS EM PORTUGUÊS
Traduções: Régis Bonvicino
Cerca de arame
Alguém espera durante a noite,
dois travesseiros sujos
e uns papéis escritos e invocados.
Alguém espera uma notícia,
uma notícia para todos,
que as emissoras darão ao amanhecer.
O amanhecer, o amanhecer, o amanhecer.
Mudos
Povo de mudos
quanto mais se fala
mais se cala
um povo de mudos
umas bandeiras de papel.
Um não dizer
Não direi nada publicamente,
esse parece ser um problema de consciência,
repito que não direi nada,
é minha decisão final apesar das evidências,
não é que fique calado por falta de argumentos,
é que não direi nada a ninguém.
O dedo indica
Subir é o pânico dos recém-chegados à Ilha,
lá nas alturas terão que demonstrar sua destreza,
em troca receberão como cada um dos participantes
o sorriso famélico, a mão fria, um convite dos cachorros.
Na Ilha há uma corte de cachorros e um coro de latidos.
Trata-se de subir e de chegar ao cúmulo,
ao azul de Metilena, à balaustrada de gesso impoluto.
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