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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CARLOS RAFAEL DUVERRÁN

1935-1995

 

Nació en Costa Rica en 1935.

Es licenciado en Letras y Filosofía por la Universidad de Costa Rica, de la que es profesor de Lengua y Literatura de 1972 a 1988. En España, en 1973, realizó estudios de su especialidad en el Instituto de Cultura Hispánica y en el Instituto de Investigaciones Científicas. Una de las figuras centrales de la poesía surgida durante el período de 1947-1959. lapso decisivo en la historia lírica costarricense. Publica por primera vez en 1953, en que aparece 'Paráiso en la tierra', obra a la que siguen 'Lujosa lejanía' (1958), 'Ángel Salvaje' (1959), 'Poemas del corazón hecho verano y tiempo delirante' (1963); 'Vendaval de tu nombre' (1967), 'Estación de sueños' (1970), 'Redención del día' (1971), premio nacional de poesía "Aquileo J. Echeverría", 1971. Por su libro 'Tiempo grabado' (1981), mereció mención honorífica en la versión de 1979 del Certamen 'Una Palabra' de la Universidad Nacional y el premio nacional de poesía "Aquileo J. Echeverría", de 1981. 'La bruma clandestina' (1992), 'Tal vez en dura tierra. Obra recobrada' (1953-1989), que contiene "un recabamiento de las piezas poéticas más reveladoras" según la tensión lírica mayor y la intención cualitativamente más logrado, plus minusive -1953-. 'El canto me conduce' (1998), 'Piedra de origen' (1998). Todavía inédito, también de poesía, el libro 'Cuestión de tiempo y de palabras' (1992-1993), además de creación de varias -poemas, cuentos-. Es autor asimismo de la antología 'Poesía contemporanea de Costa Rica' (1973) y de 'Notas para una reseña de literatura costarricense, trabajo editado por la facultad de Lengua y Literatura Extranjera de la Universidad de los Estudios de Venecia.

 

Extraído de 

POESIA SEMPRE.  Revista da Biblioteca Nacional do RJ.   Ano 3 – Número 5 – Fevereiro  1995.          Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional / Ministério da Cultura – Departamento Nacional do Livro.   ISSN 0104-0626 Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

Ocaso

De torre en torre, manso, tu largo vuelo tiende
las cuerdas y los vértigos en la tarde violeta.
Derramas la tristeza brillante y apacible
que cae lloviznando desde el cielo a los campos.

¿Eres eso que vuela de campanario en campanario?
¿Esa voz de agua muerta que solloza en la bruma?
¿Eso que van llevando las espumas aéreas
como tenues burbujas empañadas de alma?

 

Tú tejes en el aire tu lamento invisible,
telarañas azules que se enredan al viento.
Tú caes rauda en alas y apacientas las fugas,
llevándote una pura corriente iluminada.

 

Agitando por ti divinas transparencias,
breves luces te siguen a orillas de la sombra.

 

Ocaso

De torre em torre, manso, teu longo voo tende
as cordas e as vertigens na tarde violeta.
Derramas a tristeza brilhante e aprazível
que cai chuviscando desde o céu pelos campos.


És isso que voa de campanário em campanário?
Essa voz de água morta que soluça na neblina?
És isso que as espumas aéreas vão levando
como tênues borbulhas embaçadas de alma?

 

Tu teces no ar teu lamento invisível,
teias de aranha azuis que se embaraçam no vento.
Tu cais veloz em asas e pastoreias as fugas,
levando-te uma pura corrente iluminada.

 

Agitando por ti divinas transparências
breves luzes te seguem pelas margens da sombra.

                /Tradução de Antonio Miranda/

 

 

Obsesión de la fuga

Nesta tarde,
con tu universo al lado,
em este diminuto paraíso terrestre,
no sé qué abismo ante mis ojos pone
lo infinito.

 

Y estoy solo
a pesar de tu cuerpo.

 

        Obsessão de fuga

        Nesta tarde,
        com teu universo ao lado,
        neste diminuto paraíso terrestre,
        não sei o que o infinito coloca
        ante os teus olhos.

 

        E estou sozinho
        apesar do teu corpo.

                   /Tradução de Antonio Miranda/

 

REVISTA DE POESIA E CRÍTICA – Ano VI  No. 8 – Brasília 1982.  Diretor responsável: José Jezer de Oliveira.

 

 

 

De “REDENCIÓN DEL DIA”

CARLOS RAFAEL DUVERRAN (Costa Rica)

 

 

Tradução de WALDEMAR LOPES

 

 

Ó terrestre harmonia, ó júbilo de formas

que se evaporam para ser outro assombro, ou não ser
mais que

um canto

na luz de ondulante e desnuda alegria.

Vê como as mãos querem ser outras mãos

mais ágeis e firmes, como querem os olhos

ser o vôo ou a chama, querem as cores ser música.

Escuta como as duras pedras querem ser canto sob a noite.

Sente as formas, aspira-as.

A terra quer ser apenas esse cheiro de verde,

ser essa emanação de montanhas dormidas:

esse olor mineral a mover-se no escuro

é um perfume de vida que se evola para o canto.

 

Às vezes as amadas transformam o silêncio,
convertem o instante em música sábia
e suas mãos repousam sobre formas distantes,
crescem sombras e imagens, urde-se o invisível.

 

Porque a luz erige e desvanece estátuas, rostos, edificações

                                                                        soberbas,

põe um véu sobre rostos antigos, uma evidência

                                                        insone nos espelhos.

 

E nós queremos gravar uma imagem na tela vibrante,
ou escrever de leve um nome na pele do verão.

 

 

Mas as coisas querem esvanecer-se, mudar, ser outros
rostos.

Fogem de nossas mãos como a água ou a areia.

Quem dará testemunho deste amor insondável,

que aroma de estações, que mensagens no vento?

Rastros, signos confusos, indícios que atraiçoam

o ser, a vida, a emoção que é mais nossa.

Aqui estive, aqui amei, aqui disse. Apenas isto recorda.

Tudo o mais é um jogo de luz no espelho,

um fio esplendente que se desfaz

quando o estendemos no formoso labirinto.

A cada instante, sonhos. Imagens nascidas de sua própria
visão,

rostos que são fantasmas, ânsias já com rostos,

pensamentos em forma de cor ou ruído

que doem no íntimo como se fossem sangue.

E em tudo estamos nós. Nascidas da ira

ou do amor, desterradas figuras,

fragmentos de um paraíso interior despedaçado,

ondas que reproduzem sem cessar a nossa vida.

 

 

Que anseio por fugir no tempo, mudar já de face

há em todas as coisas: para deixarem de ser concretas
e visíveis,

serem só um rumor no ouvido ressoando,

só uma vibração mais além de si mesmas.

Um movimento só de distância, a brisa;

a rosa, um pensamento da chama da rosa;

o homem, sua palavra; a paixão, sua agonia;

a árvore, sua estatura e o seu sonho;

o punhal, sua ferida, e a canção a sua aragem.

Ah, que secreto impulso para fugir e ocultar-se,

para fundir-se no signo, ser apenas palavra.

Ó terrestre harmonia, ó formas que se escondem

e desaparecem um instante para tocar o eterno,

e se integram, depois, em sua própria duração infinita.

 

Escuta como avança no tempo
o movimento das rosas futuras,
e entre os beijos e os êxtases extintos
da primavera essa canção obscura das mães antigas.

 

 

      (Do livro Vozes da poesia das Américas,
em colaboração com Yolanda Jordão, inédito.)

 

REVISTA DE POESIA E CRÍTICA    No.  6 – Brasília – São Paulo – Rio  -
Setembro  1979  Diretor  José Jezer de Oliveira.    120 p.
                                                       Ex. doação do livreiro Brito – DF

 

             Tradução de WALDEMAR LOPES:

 

       O DOM CELESTE

      
Eis aqui o primeiro olvido.
       Como a água que invade as ilhas silenciosas
       rodeando-as de espuma,
       de borbulhante amor e mistérios flutuantes.

       Porque tua hora mais doce
       foi só a secreta fugacidade radiosa:
       pelo esforço das vozes e perfumes,
       as dádivas das breve estações.

       Recolhe o sopro aromático que os deuses
       deixam cair na tua febre.
       Quando, sob as árvores, suas miradas te alcançarem
       aí receberás como ninguém os eflúvios da graça.

       Então, as tuas mãos vermelhas e brilhantes
       se alçarão para a noite como um adeus ou um grito.

       E levíssimas criaturas de azul te rodearão,
       fragrantes animais de fulgor e pureza.

 

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Página publicada e republicada em fevereiro de 2023

 

 

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Página ampliada em abril de 2021


 

Página publicada em dezembro de 2017


 

 

 
 
 
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