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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

JORGE GARCÍA USTA

 

Nació en Ciénaga de Oro, Córdoba, en 1960. Realizó estudios de Filosofía y Letras en la Universidad de Santo Tomás y de Derecho en la Universidad de Cartagena, donde dirige la Revista |Historia y Cultura. Ganó el Premio Nacional de Poesía Joven León de Greiff en 1984. Ha publicado los libros de poemas: |Noticias desde otra orilla (1984), |Libro de crónicas (1989), |El reino errante (1991) y |La tribu interior (1995).

 

 

TEXTO EN ESPAÑOL   /   TEXTO EM PORTUGUÊS

 

 

CRÓNICA DE GAUGUIN

 

Porque él conoció las ansias de ese mar

que hace de un hombre, por siempre,

un ángel endeudado,

o alienta el dios solidario

que silba por las noches

los rencores de las islas.

 

A cuatro patas del deseo,

fundó el amarillo del enigma,

labio a labio, robando la brasa primordial

que puede fundar varias iglesias en un párpado

y regala a cada día un animal milagroso.

 

Amarillo de amor,

entonces, el pobre pájaro,

el flanco de la muchacha que inventa vanidades

a partir de su trenza,

 

y amarillo augural

el grito del día

con su jeta cínica o cantante,

y amarillo de deleite

la perversión del girasol

y amarillo de tinaja

la paz del pubis de la tahitiana

que pensó en él

como un animal cansado

aaaaaque perfumar y servir.

Así fluía cada día suyo

trabajando por ser ofrenda,

trombón o rapsodia.

El cielo

era aquella vulgar contraseña de la arena.

 

Qué soñaba antes, indagan los pregoneros,

pintando azufres pueriles,

pero vinieron las islas y sus plegarias,

y un pájaro, como héroe mestizo,

funcionando en el mar.

 

Entonces, mal viejo,

si ya tenías mar y mujer a la mano

para qué París otra vez,

la deliciosa perfección de sus mugres.

 

Catedrales de ocio

en el otoño

producen espejismos de tul.

 

La mujer de la lluvia trae la brasa y el sonido

y hace resplandecer el tiempo,

y unos amores montunos

gimen y se eternizan, con patadas rotundas,

en los talleres de pintura.

 

Se sabe ahora que lejos de sus cartas

por las islas, quedó una forma de vida

lentamente distribuida en nalga briosa

y esa fértil lepra del mar

que salva del hombre

     sus espléndidas escorias.  

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução de ANDERSON BRAGA HORTA

 

CRÔNICA DE GAUGUIN

 

Porque ele conheceu as ânsias desse mar

que faz de um homem, para sempre,

um anjo endividado,

ou alenta o deus solidário

que assovia pelas noites

os rancores das ilhas.

 

A quatro patas do desejo,

fundou o amarelo do enigma,

lábio a lábio, roubando a brasa primordial

que pode fundar várias igrejas numa pálpebra

e presenteia a cada dia um animal milagroso.

 

Amarelo de amor,

então, o pobre pássaro,

o flanco da moça que inventa vaidades a partir de sua trança,

 

e amarelo augural

o grito do dia

com sua cara cínica ou cantante,

e amarelo de deleite

a perversão do girassol

e amarelo de tina

a paz do púbis da taitiana

que pensou nele

como um animal cansado

         que perfumar e servir.

Assim fluía cada dia seu

trabalhando por ser oferenda,

trombone ou rapsódia.

O céu

era aquela vulgar contra-senha da areia.

 

O quê sonhava antes, indagam os pregoeiros,

pintando enxofres pueris,

mas vieram as ilhas e suas preces,

e um pássaro, como herói mestiço,

funcionando no mar.

 

Então, mal velho,

se já tinhas mar e mulher à mão

para quê Paris outra vez,

a deliciosa perfeição de suas sujeiras.

 

Catedrais de ócio

no outono

produzem miragens de tule.

 

A mulher da chuva traz a brasa e o som

e faz resplandecer o tempo,

e uns amores montanos

gemem e se eternizam, com patadas rotundas,

nos ateliês de pintura.

 

Sabe-se agora que longe de suas cartas

pelas ilhas, ficou uma forma de vida

lentamente distribuída em nádega briosa

 

e essa fértil lepra do mar

que salva do homem

         suas esplêndidas escórias.

 

 

 

Textos extraídos da ANTOLOGIA POÉTICA BRASIL- COLÔMBIA para conocernos mejor / organizadores Aguinaldo Gonçalves (Brasil), Juan Manuel Roca (Colômbia). São Paulo: Editoral da Universidade Estadual Paulista; Santa Fé de Bogotá, Colômbia: Asociación de Editoriales Unversitarias de Colombia, 1996.  ISBN 85-7139-132-7 UNESP

 



REVISTA CASA SILVA   No. 20- 2006.  Director  Pedro Alejo Gomez Vila.  Bogotá: Casa de Poesia Silva, 2006.   400 p.
                                                               Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

DEL SILENCIO

Cuando ella puso la mano de él
en su sexo intacto
y él usó su mano como quien roza
un fuego nunca prometido
Cuando ella lamió su ombligo
con aquella sed súbita y antigua
y él vio brillar sus nalgas
como una zanja de pedernal en la
noche de la selva
ambos supieron que sus abuelos tenían
razón.
La mayor pobreza está en las
palabras.


 

DO SILÊNCIO

Quando ela pôs a mão dele
em seu sexo intacto
e ele usou sua mão com quem roça
um fogo nunca prometido
Quando ele lambeu seu umbigo
com aquela sede súbita e antiga
e ele viu brilhar suas nádegas
como uma vala de pederneira na
noite da selva
ambos souberam que seus avós
tinham razão.
A maior pobreza está
nas palavras.

 

*

 

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Página ampliada e republicada em maio de 2022

 

 

 

 

Página publicada em julho de 2008

 


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