POESÍA COLOMBIANA
Autor indicado por Carlos Enrique Sierra
JAIME JARAMILLO ESCOBAR
Vivió su infancia y juventud en varios pueblos antiquismos especialmente en Alta mira y Andes, donde fue compañero de Gonzalo Arango. Cuando, en 1958, su antiguo condisos del judaísmo en Medellín, Jaramillo Escobar, quien a la sazón vivía en Cali, decidió sumarse al movimiento, encubriendo su verdadero nombre bajo el seudónimo X-504. "La X es también para preguntar quién soy. Es una interrogación. El desconocido que te interroga. El que pasa por tus manos sin darse a conocer y se va después de haberte dado todo, menos su nombre. Soy el nombre falso de la verdad [...] X-504, número de presidiario [...]. X-504 existe para que Jaime Jaramillo Escobar pueda vivir libremente, sin el peso de la literatura y de la admiración", explica Jaramillo Escobar.
En contraposición con el carácter incendiario y revulsivo del nadaísmo, la discreción de X-504, paradójicamente, resultaba casi escandalosa. Gonzalo Arango lo describió como el más raro de los nadaístas, pues paga religiosamente el arriendo el último día de mes, gira cheques con fondos, usa chaleco, todas las mañanas a las 8 en punto le da los "buenos días" al patrón, etc. No obstante, el poeta más parco del nadaísmo terminaría siendo reconocido como el mejor de todos. El premio Cassius Clay de poesía nadaísta que obtuvo en 1967 con su libro Los poemas de la ofensa, así lo demuestra. Este libro, junto con Los elementos del desastre, de Alvaro Mutis, Morada al sur de Aurelio Arturo y Baladas de Mario Rivero, es considerado como lo más logrado de la poesía colombiana escrita entre 1950 y 1975. En los 44 poemas que conforman el libro, Jaramillo Escobar despliega los rasgos característicos de su escritura: poemas extensos dispuestos en frases a manera de versículos; adopción de un tono sentencioso propio de tradiciones épicas y bíblicas, matizado con humor e ironía; y, sobre todo, un contrapunto exultante entre las grandes y colectivas cosas con las pequeñas y personales:
"Os preocupáis demasiado de que vuestra casa esté limpia, /y de que vuestros negocios estén sucios. / Lo importante es mantenerse ocupado todo el día, / porque no sabéis qué hacer con el tiempo libre. / Y por eso vivís inventando cosas permanentemente. / Pero yo os digo: / Hay que hacer esta noche una fiesta privada en casa de cada cual, / porque hoy es víspera de la muerte. / Apuráos" ("Comentario de la muerte").
X-504 ha publicado, además, Sombrero de ahogado (1984) y Poemas de tierra caliente (1985), con los que ganó, respectivamente, los Premios Nacionales de Poesía Eduardo Cote Lamus y Universidad de Antioquia, en 1983. En su antología Selecta (1987), incluye poemas de dos libros inéditos: Poesía revelada y Poesía pública [Ver tomo 4, Literatura, "El nadaísmo", pp. 271-274].g JOHN JAIRO GALÁN
Fuente: wikipedia
“(...) el lirismo de Jaime es ágil, directo, racional como el de Borges, y tiene, como el de éste, el mismo peligro de caer em la prosa/ o es una prosa tan fina que se convierte en poesia.” PAULO HECKER FILHO
“Alcanzaste un estilo tan propio que prodrías dejar de firmar los poemas y siempre se reconocería al autor. Es una poesia perdurable.” GERALDINO BRASIL
TEXTOS EN ESPAÑOL Y PORTUGUÉS
JARAMILLO ESCOBAR, Jaime. Poesía sin miedo. Medellín, Colombia: Tragaluz Editores; Alcaldía de Medellín, 2011. 106 p. (Colección Letras Vivas de Medellín) ISBN 978-958-8562-44-5
MANERAS DE GASTAR EL TIEMPO
El empresario que lo gasta en fabricar cosas, dice a las gentes que lo
gasten en consumir sus cosas.
No hay sucesión de días, sino el mismo día que se repite, y por eso los antiguos afirmaron que el tiempo no existe.
Pero el sacerdote nos pide devolvérselo a Dios, que es su legítimo
dueño.
Y los autores de libros quieren que lo empleemos en leer lo que todos
ellos han escrito.
Y los productores de cine nos dicen que la imagen es lo único que
merece nuestro tiempo.
Y los músicos creen que no nos va a alcanzar el tiempo para escuchar
toda la música que se ha compuesto.
Pero los agentes de viajes ponen avisos en las revistas diciendo que
viajar es la mejor manera de gastar el tiempo.
El gobierno cree, sin embargo, que la patria es la única acreedora de
nuestro tiempo, con derecho y ley.
Pero nuestra amada, nadie como ella para creer tener derecho a
nuestro tiempo.
Hasta nosotros mismos pensamos en disponer de un poco de tiempo,
el día que nos sea posible.
Y mi padre me dijo que no lo malgastara, sino que lo guardara para la eternidad.
MANEIRAS DE GASTAR O TEMPO
O empresário que gasta o tempo fabricando coisas, diz à pessoas que gastem consumindo suas coisas.
Não há sucessão de dias, pois o mesmo dia se repete e por isso os antigos afirmaram que o tempo não existe.
E os autores de livros querem que os empreguemos para ler o que todos eles escreveram.
E os cineastas nos dizem que a imagem é o único que merece o nosso tempo.
E os músicos creem que o tempo vai ser bastante para escutar toda a música que já foi composta.
Mas os agentes de viagem colocam anúncios nas revistas dizendo que viajar é a melhor maneira de gastar o tempo
O governo acredita, no entanto, que a pátria é a única merecedora de nosso tempo, com direito e lei.
Mas a nossa amada, ninguém mais que ela acredita ter direito sobre o nosso tempo.
Até nós mesmos pensamos em dispor de um pouco de tempo, quando isso for possível.
E meu pai me disse que não o desperdiçasse, senão que o guardasse para a eternidade.
|
JARAMILLO ESCOBAR, Jaime. Poemas ilustrados. Ilustrado por José Antonio Suárez Londoño. Medellín, Colombia: Tragaluz Editores, 2008.; 46 p. ilus. carátula de tela, incluye un CD.
RUEGO A NZAMÉ
Dame una palavra antigua para iar a Angbala
Con mi aatado de ideas sobre la cabeza.
Quiero echarlas a ahogar al agua>
Una palavra que me sirva para volverme negro,
Quedarme el día enterro debajo de uma palma,
Y olvidarme de todo a la orilla del agua.
Dame una palavra antigua para volver a Angbala,
La más vieja de todas, la palavra más sabia.
Una que sea tan honda como el pez en el agua.
¡Quiero volver a Angbala!!
ROGO A NZAMÉ
Dá-me uma palavra antiga para ir a Angbala
Com meu feixe de ideias na cabeça.
Quero lançá-las à água para que se afoguem.
Uma palavra que sirva para tornar-me negro,
Ficar o dia inteiro debaixo da palmeira<
E esquecer-me o dia todo às margens d´água.
Dá-me uma palavra antiga para regressar a Angbala,
A mais velha de todas, a palavra mais sábia.
Uma que seja tão profunda como o peixe na água.
Quero regressar a Angbala!
(Traducción: Antonio Miranda)
JARAMILLO ESCOBAR, Jaime. X-504, Jaime Jaramillo Escobar, poeta. Organização e tradução de Paulo Hecker Filho. Porto Alegre: tchê! Editora Ltda, 1986. 91 p.
APÓLOGO DO PARAÍSO
Eva, transformada em serpente, ofereceu a Adão urna maçã.
Foram expulsos do Paraiso, mas levaram sementes com eles
e encontraram outra terra e ali plantaram as sementes do Paraíso.
Podemos fazer sempre o Paraíso em volta de nós onde estivermos.
Basta para isso ficar nus.
COMENTÁRIO DA MORTE
Preocupam-se demais com a casa limpa
e os negócios sujos.
O importante é se manter o dia inteiro ocupado,
por não saber o que fazer com o tempo livre.
Vivem por isso inventando coisas sem parar.
Mas lhes digo:
Deve haver esta noite uma festa em cada casa,
porque hoje é véspera da morte.
Andem depressa.
AVISO AOS MORIBUNDOS
Aos que neste momento estão agonizando em todo o mundo,
aviso que amanha não terão café da manhã.
A xícara de cada um ficará quieta no armário como um gato sem dono,
fitando a eternidade com seu olho esmaltado.
Venho de parte da Morte para avisá-los que preparem suas ocultas decomposições,
pois todos os seus problemas serão em breve resolvidos
e não terão nada de que se queixar, príncipes deteriorados e próximos do pó!
Os vizinhos já não os perturbarão com visitas importunas.
Agora os visitantes serão vocês mesmos, vindos de um reino misterioso e lento.
Já as dívidas não os apertarão nem vão passar mais noites em claro por incertezas e dúvidas,
agora vão dormir, e de que maneira!
Agora os amigos já não vão prejudicá-los, bem-aventurados a quem o conhecimento deserda.
Nem ninguém vai lhes impor uma regra que os enraiveça, ó disciplinados e pacíficos habitantes da própria cova!
Por tudo isso venho anunciar que vai se abrir aos senhores uma nova época!
no subterrâneo coração do mundo a que serão solenemente levados
para escutar as palpitações da matéria.
À sua volta vejo muitos que querem ajudá-los a bem morrer
e que nunca, no entanto, quiseram ajudá-los a viver bem.
Mas já não estão para se importar com ninguém,
submergidos em si como nunca estiveram,
que enfim lhes foi dado repousar
em sua maior intimidade, onde ninguém pode entrar para incomodá-los.
O que houve, não por ser conhecido, foi menos inesperado
e para alguns cruel, como não mereciam,
mas ninguém lhes dará consolo nem desculpas.
Vão ter agora de fazer a própria cama,
estarão sós e sem ajuda, para o bem ou para o mal.
Não suportavam os maus odores, e já ninguém os vais suportar.
Não podiam ver um morto, e já ninguém os poderá ver.
Chegou a vez de vocês, ó maravilhosos ofendidos na quietude da própria aristocrática feiura.
Tanto riram neste mundo, agora vão poder rir a toda boca, prontos a soltar
a gargalhada final que nunca se apaga!
Não terão mais que pagar impostos e desde este momento ficam isentos de
todas as suas obrigações, como vão folgar agora sem medida e sem
freio!
Vão se entregar á loucura da satisfação,
não como se revolviam no leito dos amantes,
porque agora serão deles mesmos o mais terno amante,
sem saturação nem remorso.
Tomem o seu último gole d'água e se despeçam dos parentes para celebrar o secreto concílio
em que serão eleitos para presidir sua própria desintegração e ruína definitiva.
Agora sim podem se gabar de não ser como os outros, pois serão únicos na inchada podridão,
agora sim podem alardear a sua presença!
Amanhã vão estrear roupa e casa e terão outros companheiros mais sinceros
e laboriosos, a travalhar dia e noite para limpar-lhes os ossos.
Ah, aos que aspiram outra vida porque não se deram bem com esta,
aviso que a ressurreição não vai estar fácil,
pois seus herdeiros vão enterrá-los tão fundo
que não conseguirão sair a tempo para o juízo final.
TENORIO, Harold Alvarado. Ajuste de cuentas. La poesia colombiana del siglo XX. Con un prólogo de Antonio Caballero. Palma de Mallorca, España: Agatha, 2014. 662 p. 16,5x21,5 cm. ISBN 978-980-6523-85-2
La búsqueda
El enamorado busca su amor aún allí
en donde sabe que no está,
como el aventurero busca su tesoro aún
allí en donde no se encuentra,
y así como el hombre busca a Dios en toda
parte y lugar sin hallarlo nunca,
aun apostado esperando en los huecos de la esquina
de la sala, por donde salen los ratones,
y muere con la sonrisa de quien no
encontró nada pero buscó mucho,
hasta morirse.
Así yo he venido hoy domingo y te espero
sentado en un pedazo de sol.
Días y noches de búsqueda por los más ignorados lugares,
preguntando en altas casas desde cuyos umbrales
se divisa a lo lejos la ciudad entre la bruma,
con el objeto de obtener un dato, una pista para
seguir tu rastro y dar con el lugar de tu paradero,
oh tú, por quien el pastor daría sus
noventa y nueve ovejas restantes.
Aquí pongo a secar al sol los paños de mi angustia más íntima.
Buscadora de ausentes mi soledad quiere
comerse su propio amargo vientre.
Y hoy domingo busco en tu nombre antiguo
y en tus ojos asiáticos el tiempo,
mientras los siglos pasados me levantan, con
peligro de Dios, en brazo inmenso.
Pero tus bellos ojos no aparecen... y me voy a cansar.
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução: Antonio Miranda
A busca
O apaixonado busca seu amor mesmo ali
onde sabe que não está,
como o aventureiro busca seu tesouro mesmo
ali onde ele não se encontra,
e assim como o homem busca a Deus em toda
parte e lugar sem jamais encontra-lo,
mesmo apostando, esperando no buraco do canto
da sala, por onde saem os ratos,
e morre com o sorriso de quem não
encontrou nada mas buscou muito,
até morrer.
Assim eu vim hoje domingo e te espero
sentado em um pedaço de sol.
Dias e noites de busca pelos mais ignorados lugares,
perguntando nas casas altas desde seus umbrais,
se divisa mais adiante a cidade na bruma,
com o propósito de obter um dado, uma pista para
seguir teu rastro e chegar ao lugar de teu paradeiro,
noventa e nove ovelhas minha solidão quer
comer seu próprio amargo ventre.
E hoje domingo, busco por teus nomes antigos
e em teus olhos asiáticos o tempo,
enquanto os séculos passados me levantem, com
perigo de Deus, em braço imenso.
Mas teus belos olhos não aparecem
Página publicada em abril de 2012. ampliada e republicada em abril de 2014
|