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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

FRAY ALBERTO PEDRERO

 

 

Extraído de

 

 

ALBAREDA, Ginés de; GARFIAS, Francisco.  Antología de la poesia hispano-americana – Colombia.  Madrid: Biblioteca Nueva, 1957. 571 p.. 

 

 

TEXTO EN ESPAÑOL  -  TEXTO EM PORTUGUÊS

 

EPIGRAMA

 

(1589)

 


   Hasta agora faltaba quien cantase,
el verso sonoroso castellano,
las tierras que halló gente de España,
y tienen ya rendidas a su Marte
con hechos dignos de inmortal memoria.
No suelen ser ansí los extranjeros,
pues aunque sus hazañas son menores
procuran levantabas hasta el cielo,
como fizo Virgilio las de Eneas,
y con heroico verso y elegante
Homero celebró las de los suyos,
y con decir allí cosas fingidas
pudo bien merecer eterno nombre.
Según esto, quien canta cosas ciertas,
a luz sacando hechos olvidados
y los celebra con hermosos versos,
no se le debe menos alabanza.
Tal es nuestro poeta Castellanos,
pues va cantando hechos excelentes,
trabajos increíbles y sucesos
que sobrepujan cuantos pinta Homero,
y exceden los naufragios del troyano.
Porque no canta los angostos mares
del que huyó de Troya, ni de Ulises,
ni pinta a Gerión con tres cabezas,

ni la serpiente Hidra con sus ciento,

ni el dragón que guardaba las manzanas,

ni aquel de quien Jasón sembró los dientes;

mas canta el gran dragón del Océano

que ciñe con sus roscas todo el orbe,

a quien el español tiene sujeto,

hollando sus riberas y sus playas,

sus amplísimos reinos, campos, ríos,

y sus feroces gentes ya domadas,

con otras increíbles maravillas

de todos los pasados nunca vistas.

Las cuales aquí cuenta Castellanos,

que como validísimo guerrero

de muchas cosas es fiel testigo.

Recíbelo, lector, con rostro claro,

para que sin temor de lo contrario

deleite tus oídos con historias

que va pintando con heroica mano.

 

 

 

TEXTO EM PORTUGUÊS
Trad. Antonio Miranda

 

 

 

         EPIGRAMA


(1589)

 

Até agora faltava quem cantasse       
o verso vibrante castelhano,
nas terras que encontrou gente de Espanha,
e agora já rendidas a seu Marte
com feitos dignos de imortal memória.
Nos acostumam ser assim os estrangeiros,
pois embora suas façanhas sejam menores
tentam levantá-las até o céu,
como fez Virgílio as de Eneias
,
e com heroico verso e elegante
Homero celebrou as dos seus
e ao dizer ali coisas fingidas
pôde bem merecer eterno nome.
De acordo com isso, quem canta coisas certas,
à luz salvando feitos esquecidos
e os celebra com formosos versos,
não lhes devemos menos louvor.
Tal é o nosso poeta Castellanos,
pois vai cantando feitos excelentes,
trabalhos incríveis e acontecimentos
que sobrepujam quantos pintou Homero,
e excedem os naufrágios do troiano.
Porque não canta os limitados mares
de que fugiu de Troia, nem de Ulisses,
nem pinta Gerión com três cabeças,
nem a serpente Hidra com sua centena,
nem o dragão que cuidava das nações,
nem aquele de quem Jasão  semeou os dentes;
mas canta o grande dragão do Oceano
que cerca com sua roscas toda a terra,
a quem o espanhol sujeita,
pisando suas margens e suas praias,
seus vastíssimos reinos, campos, rios,
e suas ferozes gentes já domadas,
com outras incríveis maravilhas
de todo o passado nunca vistas.
As quais aqui conta Castellanos,
que como legítimo guerreiro
de muitas coisas é fiel testemunha.
Receba-o,. leitor, com rosto iluminado,
para que sem temor do contrário
deleite teus ouvidos com histórias
que vai pintando com heroica mão.

 

 

Página publicada em julho de 2018

 

 

 
 
 
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