ENRIQUE RUIZ DE LA SERNA
(1887-1956)
Poeta y ensayista colombiano .
TEXTO EN ESPAÑOL / TEXTO EM PORTUGUÊS
A EJEMPLO DE LOS ÁRBOLES DESNUDOS...
No es el otoño, no, quien a los árboles
arrebata sus hojas, que son ellos,
son los árboles mismos quienes ceden
sus hojas a los vientos….
Los árboles desdeñan
la estéril pompa del follaje muerto,
y, con viril austeridad, aguardan
desnudos los rigores del invierno.
¡Saben que sólo así la primavera
los vestirá de nuevo!
Alma mía: estos árboles desnudos
sean para ti ejemplo.
Renuncia, como ellos, a lo vano;
despójate, como ellos, de lo viejo.
Si en ti muere una idea, para siempre
arráncala de ti y échala al viento.
¡Porque son los cadáveres de ideas
la estéril pompa del follaje muerto!
No finjas pensamientos que no pienses,
no sientas con fingidos sentimientos.
Antes que así, desnuda,
resiste los rigores del invierno.
¡Que al cabo tornará la primavera
y a ti también te vestirá de nuevo!.
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de Solon Borges dos Reis
A EXEMPLO DAS ÁRVORES NUAS
Não. O outono não é, não, quem às árvores
arrebata suas folhas, pois, são elas,
são as árvores mesmas que cedem
ao vento suas folhas secas e amarelas...
As árvores desdenham
a pompa estéril da folhagem morta,
e com viril austeridade esperam nuas
os rigores de frio e de gelo do inverno.
Sabem que só assim a Primavera
as vestirá de novo!
Estas árvores nuas, minha alma,
sejam um exemplo vivo para ti.
Renuncia, como elas, ao que é vão,
despoja-te, como elas do que é velho.
Se em ti morre uma idéia, para sempre
arranca-a de ti e atira-a ao vento.
Porque são os cadáveres de idéias
a pompa estéril da folhagem morta!
Não finjas pensamentos que não penses,
não sintas com fingidos sentimentos.
Antes que assim,
resiste, sem roupagem, aos rigores do inverno.
Que voltará, por fim a Primavera
e a ti também te vestirá de novo!
Página publicada em abril de 2008 |