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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PEDRO ARAYA

 

Pedro Araya (Valdivia, Chile, 1969).

Graduado em Estudos Latino-americanos, pesquisador em Antropologia da escritura. Professor adjunto da Universidad Austral, lecionou na Pontificia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Publicou a obra ArcoSanto (1991) e peRnoCto (2002). Traduziu e publicou, com Yankoa González, a obra de Charles Bukowskiao castelhano (1996) Reside em Paris (2005).

Sua poesia de feição neobarroca ou, como prefere, "zurda", de combinações inusitadas, às vezes grotescas, de uma potência desconcertante.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

SELVA OSCURA

De haber estado herido o condenado
de haber elegido el veneno: la araña
o el luto: pero no

No: —una pobre loba muerta yacía
junto a nosotros pariendo
en el barro de la calle:

y es quizás así siempre: de vez en cuando
una vida nos muerde (una noche
la boca) en medio del caminho

(a la luz oscura de la luz).

 

[SUBO TU CUERPO POR LA ESCALERA...]

Subo tu cuerpo por la escalera (y no hay luz
en la galería me tomo de la baranda/tu cuerpo
subo/mientras muerdo un poema para no oír
lo que disse tu cuerpo) que disse a orillas de la locura
y el alcohol esa fotografia breve que somos mientras
muerdo un poema poco antes de acariciar una página
a oscuras aún descrita, húmeda/subo por la escalera
tu cuerpo: com el corvo en los labios.

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

SELVA ESCURA

De haver estado ferido ou condenado
de haver escolhido o veneno: a aranha
ou o luto: mas não

Não: — uma pobre loba morta jazia
junto a nós parindo no barro da rua:

E talvez seja sempre assim: de vez em quando
uma vida nos morde (uma noite
a boca) no meio do caminho

(à luz escura da luz).

 

[SUBO TEU CORPO PELA ESCADARIA...]

Subo teu corpo pela escadaria (e não tem luz
na galeria sigo o corrimão/teu corpo
subo/enquanto mordo um poema para não ouvir
o que teu corpo disse) que disse no limite da loucura
e o álcool essa fotografia breve que somos enquanto
mordo um poema pouco antes de acariciar uma página
às escuras ainda descrita, úmida/subo pela escadaria
teu corpo: com o corvo nos lábios.

 

Página publicada em novembro de 2017

 

 

 


 

 

 
 
 
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