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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MARCELO NOVOA

 

Nació em Viña del Mar, Chile, em 1964.  Estudió Licenciatura y Pedagogía en Literatura.  Há publicado  Minorías (1988) y Arte Cortante (202). Se há desempeñado como professor, crítico literário y produtor de programas culturales.

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL   -   TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

 

 

GONZÁLEZ, Yanko; ARAYA, Pedro.  Zurdos: última poesía latinoaericana. Antología. Epílogo de Edgardo Dobry.  Madrid: Bartleby Editores, Fundación Domingo Malagón  2005.   344 p.  16x23 cm.  ISBN 84-95408-36-8  

 

 

 

ELLAS VUELVEN FEMENINA MI GRAMÁTICA

 

la calle se desperdicia entera a su paso, insolencia de hembras, incluso la peste canta.

 

i fuimos desafiantes torres de tensión donde se estrellaron

las sonrisas, paseo de ojos por el eclipse de pieles, impun—

tuales conejos cayendo al abismo del sombrero.

 

porque permanecieron intactas, como la cebra bajo las
ruedas, tarde las he reconocido, porque son mordedura de
la víbora más seductora, como pistolas aceitadas por el cri¬
men, todo en ellas nos acerca a la muerte.

 

 

 

 

CUENTAGOTAS CON ÉTER CEGANDO A RENÉ CHAR

 

a través de la centella negra, te oí
llegar, segura invisibilidad.

 

sólo con los ojos pero tampoco
son los ojos

 

la luz

justo al cerrarlos.

 

                        (De Arte Cortante, 1996)

 

 

 

 

ESCRIBO INDISTINTAMENTE PROSA I POESÍA

 

nunca he aplaudido un poema: aire para aplacar las
manos, estallido fuera de lugar.

 

déjenme cerrar el libro vibrante como navaja, pues ha cau-
sado suficiente daño, late el corazón, se sonrojan las meji¬
llas, alguien a solas se ríe en nuestra cara.

 

porque la voz no es la mano ni nadie a quien guiar, me
paseo por sus vidas como aquella canción que tarde recor¬
damos, sólo una cosa no olvido, es el dolor.

 

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

 

 

 

ELAS FAZEM FEMENINA MINHA GRAMÁTICA

 

a rua se desperdiça inteira quando ela passa, insolência de fêmeas, até a peste canta.

 

e fomos desafiantes torres de tensão onde se chocaram

os sorrisos, passeio de olhos pelo eclipse de peles, impon—

tuais coelhos despencando no abismo do chapéu.

 

porque permaneceram intactas, como a zebra debaixo das
rodas, bem tarde eu as reconheci, porque são uma mordedura de víbora muito sedutora, como pistolas azeitadas pwlo cri¬
me, tudo nelas nos leva a morte.

 

 

 

 

CONTAGOTAS COM ÉTER CEGANDO RENÉ CHAR

 

através da centelha negra, ouvi que
chegavas, segura invisibilidade.

 

apenas com os olhos mas tampouco
são os olhos

 

a luz

justamente ao fechá-los.

 

                        (De Arte Cortante, 1996)

 

 

 

 

ESCREVO INDISTINTAMENTE PROSA E POESIA

 

nunca aplaudi um poema: ar para aplacar as
mãos, estrondo fora de lugar.

 

Deixem-me fechar o livro vibrante como navalha, pois já  cau-
sou suficiente dano, bate o coração se enrubescem as  coche¬
chas, alguém sozinho se ri de nossa cara.

 

porque a voz não é a mão nem ninguém a quem guiar,
passeio por suas vidas como aquela canção que tarde recor¬
damos, apenas uma coisa não esqueço, é a dor.

 

 

 

 

 

Página publicada em junho de 2020


 

 

 
 
 
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