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Foto e biografia: wikipedia

 

DANIEL DE LA VEGA

 

Daniel de la Vega (Quilpué, 30 de junho de 1892 — Santiago do Chile, 29 de julho de 1971) foi um poeta, dramaturgo, cronista e romancista chileno.

Daniel de la Vega ganhou o Prêmio Nacional de Literatura do Chile em 1953.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL    -    TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

          QUANDO CHEGUES

        1.

        Senhor, aqui me tens esperando-te,
fervoroso e desnudo,
com minha pequena lâmpada acesa   
aos pés do futuro.

         Não sei porque vem o hino
de teu perfil augusto,
mas sinto o rumor de tua sandália
em meu coração mudo.

         Não sei por qual horizonte tua silhueta
haverá de revelar-se ao mundo,
mas este ano as rosas nascem voltadas
para o Oriente louro...

         Quando tu chegues as coisas revelarão
seus sentidos ocultos
e minha vida será tão doce como
a lua no crepúsculo.

         Quando tu chegues abrirei as portas
para que entre o júbilo
do vento, e para ver os novos signos
dos céus noturnos.

         Porque vão povoar-se de estrelas novas
os céus do futuro,
quando sob os peitos dos homens
vai calar-se seu orgulho.

         E em nossos olhos ficarão apenas
rancores moribundos,
desfazendo-se em lágrimas fragrantes
como de um pranto teu.

         Quando tu chegues ficarei em silêncio,
e assim meu últimos versos
vão converter-se em alegres
pássaros errantes...

         Repetirei teu nome dia após dia
sob meu teto obscuro,
para que minha residência fique plena
com teu claro murmúrio.

         Para ti estenderei meu pensamento
minuto após minuto,
para que fique azul, e como enfermo
de um longo plenilúnio.

         E quando chegues, beijarei a terra
em sinal de saudação.

         2.

         É possível que tu venhas amanhã,
ó!, Semeador de rosas!,
e as portas se fecham à tua passagem,
e ninguém te reconheça!

         E caia o esplendor de tuas palavras
sobre suas almas sórdidas,
desorientadas, e sem mãos para
receber tua esmola.

         É possível que tu digas: “Filhos,
trago a vossas choças
pão de beleza e água de alegria”,
e os homens não te ouçam.

         E te virem as caras e te neguem,
e suas vidas anônimas
fiquem agrupadas como bestas
coléricas e surdas.

         E em troca os seixos que acariciem
tuas mãos sonhadoras
ficarão convertidos para sempre
em ardentes cotovias.

         Santificadas ficarão as ervas
que roces com tuas roupas,
e não haverá fogo que devore a árvore
mansa que te dê sombra.

         E o mar para copiar-te a silhueta
vai aquietar-se na costa,
e o peso leve de tua voz de seda
esfacelarão as rochas!

         Para iluminar tua passagem, à meia-noite,
trilhará a alvorada enlouquecida,
e as estrelas, antes do crepúsculo,
aparecerão curiosas.

         E então, estes homens da terra
haverão de duvidar solitários
e hão de sentir crescer um medo escuro
sobre suas almas sórdidas.

         E de joelhos cairão, Mestre,
em tuas plantas radiantes,
e beijarão o pó, suplicando-te
um espaço em tua glória.

         Senhor, mais que o amor, move-lhes o medo,
mais que a luz, a sombra.
Perdoa-os, que não sabem o que fazem,
ó, Semeador de rosas!

         Ao leve peso de tua voz de seda,
vão estilhaçar-se as rochas!

 

Página publicada em dezembro de 2018

 

Poesia mística, poesia religiosa.


 

 

 
 
 
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