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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

CARMEN MARTIN

 

 

Nació  en Concepción, Chile,  el 4 de  junio de 1982. Ha participado  en talleres de poesía  con  los poetas Raúl Zurita y Héctor Hernández Montecinos. Ha sido publicada en las revistas de poesía Los poetas del 5 y Plagio, Chile y Oráculo, en México. El año 2007 ganó el primer premio del Concurso de Poesía de la Universidad Finis Terrae. Ha escrito un libro de poemas, inédito.


TRÂNSITO DE FOGO

 

Fuente: TRÁNSITO DE FUEGO / TRÂNSITO DE FOGO - Selección de jóvenes poetas latinoamericanos / Selecção de jovens poetas latinoamericanos 1972-1990. Selección y compilación / Seleção e compilação Raquel Molina. Traducción al português / Tradução ao português Gladys Mendía.  Caracas: Casa de las Letras Andrés Bello, 2009. 

 

TEXTOS EM ESPAÑOL    /     TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

hay estatuas sin ojos

que miran las ventanas y marcan

con el dorso aflado de tu abrigo

el tiempo que inventas y no logro descifrar

 

 

LO QUE NO

 

yo no sé

acuso oblicuidad

tú dices

dices un tiempo

una hora

tu hora que llega

vestida y

huérfana

sin manos, con los

ojos

rotos abiertos

como ventanas

plásticas y circulares

pintadas

de colores la luz

que pasa por ellas

es una luz

sin hermanas

 

*****

 

 

Me pone de  rodillas  tocando  con mi  frente  las baldosas. Déjame  ver  tu

cuerpo así, la cintura estrecha marcada, precisa, compacta, curva, maleable.

Así. Toca el piso con la frente así, haz que tu pelo se derrame por el suelo

como una fogata oscura, como un agua perfumada y espesa. Dobla, tócate

el cuerpo con el cuerpo. Enséñame una por una tus formas y tus tempera-

turas. Abre, hunde, estrecha. Déjate las botas. Déjate las medias y las botas. Mide  con  la punta de  la  lengua  la distancia  entre mis  lóbulos y mis  comisuras. Dobla. Dobla obscena dobla, maleable estrecha, camina esquiva, muerde. Dóblate. Abre, abre y estira.

Déjame ver tu cuerpo así.

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução de Gladys Mendía

 

 

Nasceu em Concepción, Chile, o 4 de junho de 1982. Participou em oficinas de poesia com os poetas Raúl Zurita e Héctor Hernández Montecinos. Foi publicada nas revistas de poesia Os Poetas do 5 e Plagio, Chile e Oráculo, em México. No ano 2007 ganhou o primeiro prêmio do Concurso de Poesia da Universidade Finis Terrae. Escreveu um livro de poemas, inédito.

 

 

há estátuas sem olhos

que olham as janelas e marcam

com o dorso afiado de teu abrigo

o tempo que inventas e não logro decifrar

 

 

O QUE NÃO

 

eu não sei

acuso obliqüidade

tu dizes

dizes um tempo

uma hora tua hora

que chega

vestida e

órfã sem mãos, com os

olhos

rompidos abertos

como janelas

plásticas e circulares

pintadas de cores a luz

que passa por elas

é uma luz

sem irmãs

 

*****

 

Põe-me de  joelhos tocando com meu rosto os azulejos. Deixa-me ver teu  corpo assim, a cintura estreita marcada precisa compacta curva maleável. Assim. Toca o chão com o rosto assim, faz teu cabelo  derramar-se pelo chão como  um  fogaréu  escuro  como  uma  água  perfumada  e  espessa. Dobra, toca-te o corpo com o corpo. Ensina-me uma por uma tuas formas e tuas temperaturas. Abre, afunda, estreita. Deixa-te as botas. Deixa-te as médias e as botas. Mede com a ponta da  língua a distância entre meus  lóbulos e meus comissuras. Dobra. Dobra obscena dobra, maleável estreita, caminha esquiva morde. Dobra-te. Abre, abre e estica. Deixa-me ver teu corpo assim.

 

 

 

Dois critérios marcaram a seleção das obras, o primeiro esteve determinado pela ubicação geracional, os nascidos entre 1972 e 1990; o segundo critério esteve orientado pela procura de uma voz própria, singular e independente que permitisse abrir-se passo por si mesma um espaço, umas representadas na audácia do dizer, outras, expressadas na sua estreita relação com a realidade social ou com os fortes laços da pertença e a consciência latinoamericana.

 

Página publicada em abril de 2009

 


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