BERNARDITA HURTADO VICUÑA
Poeta e ceramista, trabalha também com mosaicos e vidros. Nasceu em Santiago de Chile e veio para o Brasil em 1984. Depois de uma estada de dois anos no sul do pais, chegou a Brasília, onde reside atualmente.
A seguir, poemas extraídos da obra POEMAR, uma edição bilíngüe do Círculo de Estudos Clássicos de Brasília, em 2002.
TEXTOS EN ESPAÑOL / TEXTOS EM PORTUGUÊS
NOCHE
La noche cuelga de las estrellas
y yo me subo por ella
para tocar el timbre del alma
¿Dónde están?
¿Dónde están las almas de los cuerpos?
¿Dónde están las almas de los que ya se fueron?
¿En dónde está mi alma?
¿Encadenada a cuál puerto?
Transcurren los días con paciencia de minutero
Un cuadro en la pared se ha encerrado con llave
y no quiere conversar con nadie
"!POR FAVOR NO MOLESTAR!"
EI amor se marchita
se cierra como un paraguas
se guarda como un papel inútil
bosteza
y se encierra con sus recuerdos
SOLEDAD GRIS
Verano
embajada de goIondrinas
se ha ido
El sol
se resfrió esta mañana
y se acostó en la rama de un árbol temblando de frío
Nuestro amor
transfusión de carne
se ahoga con una piedra al pecho
y la decepción cambia el valor de tus ojos
Nubarrones unen el cielo con mi estado de ánimo
Una flor perdió su paraguas
y el viento indiferente
la deshoja
Esta tarde
en una esquina de mi horizonte
una estrella sin nombre
me clavaba el corazón sin darse cuenta
Silencio
tu retrato se molesta con el eco de mi llanto.
ÍNTIMO
Todo me es familiar
como el susurro de tus pasos al abrir la puerta
tus pasos que avanzan como una campanada
espantando las palomas de mi pecho
al fondo de tus ojos se mece el horizonte
y el viento le da vuelo para que no haya naufragio
Yo te amo desde todos los rincones de mi alma
aunque a tus pies se eleve la estatua de ti mismo
como una flor perfecta .
(orgullosa porque tiene algo tuyo)
Yo te venero e el mar se pone de rodillas
Tú me hablas con una música desconocida
y las olas bailan en la punta de los pies
Yo te necesito en la historia que me cuento
para sentir tu pecho de hombre atardecido
Yo te contemplo ...
No sé cómo expresarte esta emoción
de lenguaje sin palabras
tan cargadas de sí mismas
y tengo miedo de que oigas mi sonrisa
cuando estás ahí
quebrado
tendido
cuando te haces el dormido
despertando toda mi ternura acumulada
en las noches abandonadas por la luz de una estrella
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Traduções de Beatriz di Paoli
NOITE
A noite pendura-se das estrelas
e eu subo por ela
para tocar o timbre da alma
Onde estão?
Onde estão as almas dos corpos?
Onde estão as almas dos que já se foram?
Onde está minha alma?
Encadeada a qual porto?
Os dias transcorrem com paciência de ponteiro
Um quadro na parede trancou-se à chave
e não quer conversar com ninguém
"FAVOR NÃO PERTURBAR"
O amor emurchece
fecha-se como um guarda-chuva
guarda-se como um papel inútil
boceja
e se encerra com suas recordações
SOLIDÃO GRIS
Verão
embaixada de andorinhas
foi-se
O sol
resfriou-se esta manhã
e se deitou no ramo de uma árvore tremendo de frio
Nosso amor
transfusão de carne
afoga-se com urna pedra ao peito
e a decepção muda o valor de teus olhos
Nuvens densas unem o céu com meu estado de ânimo
Uma flor perdeu seu guarda-chuva
e o vento indiferente
desfolha-a
Esta tarde
em urna esquina do meu horizonte
uma estrela sem nome
cravava meu coração sem se dar conta
Silêncio
teu retrato se incomoda
com o eco de meu pranto
ÍNTIMO
Tudo me é familiar
como o sussurro de teus passos ao abrires a porta
teus passos que avançam como uma badalada
espantando as pombas de meu peito
ao fundo de teus olhos o horizonte se embala
e o vento lhe dá vôo para que não haja naufrágio
Eu te amo de todos os recantos de minha alma
ainda que a teus pés se eleve a estátua de ti mesmo
como uma flor perfeita
(orgulhosa porque tem algo teu)
eu te venero e o mar se ajoelha
Tu me falas com uma música desconhecida
e as ondas dançam na ponta dos pés
Eu te necessito na história que me conto
para sentir teu peito de homem entardecido
Eu te contemplo ...
Não sei como te expressar esta emoção
de linguagem sem palavras
tão carregadas de si mesmas
e tenho medo de que ouças meu sorriso
quando estás ali
quebrado
deitado
quando finges estar dormindo
despertando toda minha ternura acumulada
nas noites abandonadas pela luz de uma estrela
NOITE
A noite perdura-se das estrelas
e eu subo por ela
para tocar o timbre da alma
Onde estão?
Onde estão as almas dos corpos?
Onde estão as almas dos que já se foram?
Onde está minha alma?
Encadeada a qual porto?
Os dias transcorrem com paciência de ponteiro
Um quadro na parede trancou-se à chave
e não quer conversar com ninguém
“FAVOR NÃO PERTURBAR”
O amor emurchece
fecha-se como um guarda-chuva
guarda-se como um papel inútil
boceja
e se encerra com recordações
HURTADO VICUÑA, Bernardita. Poemar. Edição bilingüe. Tradução: Ed. Bilingüe. Beatriz di Paoli. Brasília: Círculo de Estudos Clássicos, 2002. 203 p.
Exemplar Biblioteca de Antonio Miranda
ESTAMOS UNIDOS
Estamos unidos
por uma cadeia de esperanças perdidas
pela angústia de vertigem
que vai atrás de um reflexo
Estamos unidos por um longo caminho
que se forma e se deforma pelo vento
quando a luz da tarde estica seu pescoço
para nos dizer
— “Até logo”
Quando a lua sobe como um termômetro
com o calor de teus beijos
retendo minhas palavras
para que seja uma noite interminável
Em minha garganta brotam sementes de raízes imensas
que saem de minha boca e penetram em teus lábios
raízes que confundem minha dor com tua alegria
e dilaceram meus contornos
florescendo até tocar o céu
raízes que confundem minha dor com tua alegria
e dilaceram meus contornos
florescendo até tocar o céu
raízes que se balançam com tua voz
no vaivém da língua
que interrogam minha alma
e interrompem meu silêncio
Estamos unidos
por uma inquietude de feras no cio
e à espreita
As árvores sussurram espiando nossos passos
tua ternura sensível cosa minhas feridas
quando a tarde se vai e se desinfla
e se oculta de si mesma
então meus olhares se esvaziam em teus olhos
e se balança como uma pluma
caindo lentamente sobre meu coração
Meus ouvidos se fecham
fortemente
como uma porta
para que não escape o perfume de tuas palavras
CÍRCULO
Tudo em branco
como se nunca tivesse existido uma cor
tudo em preto
como se nunca tivesse existido um luz
Um pálido reflexo de mim mesma
se acende e se apaga em um caminho
Ah! Dor... como te detesto!
Como te arrancaria os olhos se isso servisse para algo!
Nada te comove!
Esta é uma tarde como tantas que virão
onde o silêncio pesa denso
total!
Uma porta palpita apenas
aberta até a parede
nunca esteve fechada!
NOCHE
La noche cuelga de las estrella
y yo me subo por ella
para tocar el timbre del alma
¿Dónde están?
¿Dónde están las almas de los cuerpos?
¿Dónde están las almas de los que ya se fueron?
¿En dónde está mi alma?
¿Encadenada a cuál puerto?
Transcurren los días con paciencia de minutero
Un cuadro en la pared se ha encerrado con llave
Y no quiere conversar con nadie
“¡POR FAVOR NO MOLESTAR!”
El amor se marchita
se cierra como un paraguas
se guarda como un papel inútil
bosteza
y se encierra con sus recuerdos
ESTAMOS UNIDOS
Estamos unidos
por una cadena de esperanza perdidas
por la angustia del vértigo
que va tras un reflejo
Estamos unidos por un largo camino
que se forma y se deforma por el viento
cuando la luz de la tarde alarga su cuello
para decirnos
—“Hasta luego”
cuando la luna sube como un termómetro
con el calor de un tus besos
reteniendo mis palabras
para que sea una noche interminable
En mi garganta brotan semillas de raíces inmensas
que saleen de mi boca y penetran en tus labios
raíces que confunden mi dolor con tu alegría
y desgarran mis contornos
floreciendo hasta golpear el cielo
raíces que se mecen con tu voz
en el vaivén de la lengua
que interrogan mi alma
e interrumpen mi silencio
Estamos unidos
por una inquietud de fieras en celo
y en acecho
Los árboles susurran espiando nuestros pasos
tu ternura sensible cose mis heridas
cuando la tarde se marcha y se desinfla
y se oculta de si misma
entonces se vacían mis miradas en tus ojos
se dispersa la música
y se columpia como una pluma
cayendo lentamente sobre mi corazón
Se cierran mis oídos
fuerte
como una puerta
para que no se escape el perfume de tus palabras
CÍRCULO
Todo en blanco
como si nunca hubiese habido un color
todo en negro
como si nunca hubiera habido una luz
Un pálido reflejo de mi misma
en un rinconcito se prende y apaga
¡Ah! Dolor… ¡cómo te detesto!
¡Cómo te arrancaría los ojos si de algo sirviera!
¡Nada te conmueve!
Esta es una tarde tantas de las que vendrán
en donde el silencio pesa denso
¡total”!
Una puerta palpita apenas
abierta hasta la pared
¡nunca estuvo cerrada!
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Página ampliada e republicada em fevereiro de 2024.
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