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ADÁN MÉNDEZ

 

ADÁN MÉNDEZ  ROJAS (Concepción, CHILE 1968): Premio Revista de Libros de El Mercurio 1992. Poeta, cantautor, crítico literario y traductor. Graduado en Filosofía. Traduziu poetas brasileiros publicados na antología Panorama da Poesia Brasileira, e outras com poemas de João Cabral de Melo Neto e de Manuel Bandeira.

 

Poemas extraídos de:
A POESIA SE ENCONTRA NA FLORESTA. I Encontro Amazônico de Poetas da América Latina.  Trad. Thiago de Mello.  Manaus: Editora Valer e Governo do Estado do Amazonas, 2001.   384 p.  

 

A mulher me internou

A mulher me internou então num grande e espesso bosque
eu sabia mais ou menos ao que ia
assim que fui deixando cair migalhas enquanto andávamos
e desde que me abandonou esperei não sei quanto tempo
mas os pássaros não quiseram comê-las
assim que vou ter que voltar parece.

 

Fragmento filosófico

 

 

Quando um fala agora o outro escuta agora
e o agora não se vê problemático

 

mas eu escrevo isto agora e tu agora o lês

e se pensa que foi ao escrever que se produziu a quebra

erra de meio a meio

porque bem pensada a situação é a mesma que ao falar
bem pensado se falar fosse o que se pensa que é
um agora sem pendência
não se falaria

não haveria tempo, não haveria história

e simplesmente não se falaria

se falamos é porque o agora é isto

o que eu tiro de ti e tu tiras de mim

o que eu próprio me tiro e de ti mesmo tiras

o que neste ponto se está ido e acabado

 

um ir desprendendo-se do momento que já não está

 

sem ir mais longe este foi

o tema central da filosofia contemporânea de todos os tempos

 

que interessante isto, a filosofia

tantas idéias

tantos homens ilustres.

 

 

 

Against Therapy

 

Recordo que Anna Freud contava
o estranho que era Ferenczi,
 um diálogo, sobretudo,
que se fez inolvidável.

—Uma hora, não sei

me está parecendo um prazo muito forçado

estou lhes dando mais tempo

deveríamos dar-lhes todo o tempo que quisessem.

 

—Mas se um paciente quer toda a tarde?
E os que esperam lá fora?

 

Aí Ferenczi ficou pensando
um momento ficou pensando
e afinal me disse:

—Talvez devêssemos ter um único paciente.

 

Anna Freud seguramente não soube
(o diário se publicou 50 anos depois)
mas Ferenczi naquele dia, ou no seguinte,
fez umas anotações a respeito.

 

Necessito do efeito sedante do amor
pelo menos tanto como meus pacientes.

 

Eu também necessito ser o paciente único de alguém.

 

 

Página publicada em fevereiro de 2016


 

 

 
 
 
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