Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


JUNQUEIRA FREIRE

JUNQUEIRA FREIRE

 

 

Luís José Junqueira Freire (Salvador, Bahia, Brasil, 31 de dezembro de 1832 — Salvador, 24 de junho de 1855) foi um poeta brasileiro.

 

Sua obra lírica divide-se em religiosa, amorosa, filosófica, popular (ou sertaneja) e alguma poesia social, de tom declamatório, precursora de Castro Alves.

 

Participou da segunda geração romancista. Escreveu o livro Inspirações do Claustro (publicado em 1855), Contradições poéticas, Tratado de eloqüência nacional e o drama Ambrósio. Franklin Dória, que fundou a Cadeira nº 25 da Academia Brasileira de Letras, escolheu Junqueira Freire como seu patrono.

Fonte: Wikipédia

 

Veja também: >>> POÉTICAS DO DESVIO E DESVARIO:  OS TEMPOS FÁUSTICOS NA LÍRICA DO LUGAR, Ensaio de Dalila Machado sobre Junqueira Freire, Pedro Kilkerry e Alberto Luiz Baraúna, Resenha do livro, por ANTONIO MIRANDA

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS   /    TEXTO EN ESPAÑOL


A MINHA BANDEIRA 

Se um dia esta Pátria
Pisar sobre os reis,
Se um dia este povo
Fizer suas leis;

Se um dia a montanha
Gritar — liberdade!
E o mar, respondendo,
Bramir — igualdade!

Não temas! — Teu timbre
Será sempre tal:
Bandeira da Pátria,
Tu és imortal!

Teu fundo somente
É que há de mudar:
Que a c`roa de um homem
Não te há de manchar.

 

 

 

LOUCO

(Hora de Delírio)

  

Não, não é louco. O espírito somente

É que quebrou-lhe um elo da matéria.

Pensa melhor que vós, pensa mais livre,

Aproxima-se mais à essência etérea.

 

Achou pequeno o cérebro que o tinha: 

Suas idéias não cabiam nele;

Seu corpo é que lutou contra sua alma,

E nessa luta foi vencido aquele.

 

Foi uma repulsão de dois contrários;

Foi um duelo, na verdade insano:

Foi um choque de agentes poderosos:

Foi o divino a combater com o humano.

 

Agora está mais livre. Algum atilho

Soltou-se-lhe do nó da inteligência;

Quebrou-se o anel dessa prisão de carne,

Entrou agora em sua própria essência.

 

Agora é mais espírito que corpo:

Agora é mais um ente lá de cima;

É mais, é mais que um homem vão de barro:

É um anjo de Deus, que Deus anima.

 

Agora, sim - o espírito mais livre

Pode subir às regiões supernas:

Pode, ao descer, anunciar aos homens

As palavras de Deus, também eternas.

 

E vós, almas terrenas, que a matéria

Ou sufocou ou reduziu a pouco,

Não lhe entendeis, por isso, as frases santas,

E zombando o chamais, portanto: - um louco!

 

Não, não é louco. O espírito somente

É que quebrou-lhe um elo da matéria. 

Pensa melhor que vós, pensa mais livre,

aproxima-se mais à essência etérea.

 


SONETO

 

Arda de raiva contra mim a intriga, 

Morra de dor a inveja insaciável;

Destile seu veneno detestável 

A vil calúnia, pérfida inimiga.

Una-se todo, em traiçoeira liga,

 Contra mim só, o mundo miserável.

Alimente por mim ódio entranhável

O coração da terra que me abriga.

 

Sei rir-me da vaidade dos humanos; 

Sei desprezar um nome não preciso; 

Sei insultar uns cálculos insanos.

 

Durmo feliz sobre o suave riso
De uns lábios de mulher gentis, ufanos;

E o mais que os homens são, desprezo e piso.

 

 

MARTÍRIO

 

Beijar-te a fronte linda

Beijar-te o aspecto altivo

Beijar-te a tez morena

Beijar-te o rir lascivo

 

Beijar o ar que aspiras

Beijar o pó que pisas

Beijar a voz que soltas

Beijar a luz que visas

 

Sentir teus modos frios,

Sentir tua apatia,

Sentir até répúdio,

Sentir essa ironia,

 

Sentir que me resguardas,

Sentir que me arreceias,

Sentir que me repugnas,

Sentir que até me odeias,

 

Eis a descrença e a crença,

Eis o absinto e a flor,

Eis o amor e o ódio,

Eis o prazer e a dor!

 

Eis o estertor de morte,

Eis o martírio eterno,

Eis o ranger dos dentes,

Eis o penar do inferno!

 

 

A ÓRFÃ NA COSTURA

 

Ela lhe ensinou a levantar suas mãos puras

e inocentes para o céu, a dirigir seus primeiros

olhares a seu Criador.

                     Flechier

 

 

Minha mãe era bonita,

Era toda a minha dita,

Era todo o meu amor.

Seu cabelo era tão louro,

Que nem uma fita de ouro

Tinha tamanho esplendor.

 

Suas madeixas lúcidas

Lhe caíam tão compridas,

Que vinham-lhe os pés beijar.

Quando ouvia as minhas queixas,

Em suas áureas madeixas

Ela vinha me embrulhar.

 

Também quando toda fria

A minha alma estremecia,

Quando ausente estava o sol,

Os seus cabelos compridos,

Como fios aquecidos,

Serviam-me de lençol.

 

Minha mãe era bonita,

Era toda a minha dita,

Era todo o meu amor.

Seus olhos eram suaves,

Como o gorjeio das aves

Sobre a choça do pastor.

 

Minha mãe era mui bela,

— Eu me lembro tanto dela,

De tudo quanto era seu!

Tenho em meu peito guardadas

Suas palavras sagradas

Co'os risos que ela me deu.

 

Os meus passos vacilantes

Foram por largos instantes,

Ensinados pêlos seus.

Os meus lábios mudos, quedos

Abertos pêlos seus dedos,

Pronunciaram-me: — Deus!

 

Mais tarde — quando acordava

Quando a aurora despontava,

Erguia-me sua mão.

Falando pela voz dela,

Eu repetia singela

Uma formosa oração.

 

Minha mãe era mui bela,

— Eu me lembro tanto dela,

De tudo quanto era seu l

Minha mãe era bonita,

Era toda a minha dita,

Era tudo e tudo meu.

 

Este pontos que eu imprimo,

Estas quadrinhas que eu rimo,

Foi ela que me ensinou.

As vozes que eu pronuncio,

Os cantos que eu balbucio,

Foi ela quem mos formou.

 

Minha mãe'. — diz-me esta vida,

Diz-me também esta lida,

Este retroz, esta lã.

Minha mãe! — diz-me este canto,

Minha mãel — diz-me este pranto,

— Tudo me diz: — minha mãe! —

 

Minha mãe era mui bela,

— Eu me lembro tanto dela,

De tudo quanto era seu!

Minha mãe era bonita,

Era toda a minha dita,

Era tudo e tudo meu.

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL

 

 

TRADUCCIONES DE ÁNGEL CRESPO

 

MARTIRIO

 

Besarte la frente linda:
Besarte el aspecto altivo:
Besarte la tez morena:
Besarte el reír lascivo:

 

         Besar el aire que aspiras:
Besar el polvo que pisas:
Besar la voz que desatas:
Besar la luz que divisas:

 

         Sentir tus modos fríos:
Sentir tus apatías:
Sentir hasta repudio:
Sentir tus ironías:

 

         Sentir que me resguardas:
Sentir que me recelas:
Sentir que me repugnas:
Sentir que de odio velas:

 

         He aquí duda y creencia:
He aquí absintio y flor:
He aquí amor y odio:
He aquí dicha y dolor:

 

         He aquí estertor de muerte:
He aquí martirio eterno:
He aquí crujir de dientes:
He aquí penar de infierno.

 

 

DESEO  (HORA DE DELIRIO)

 

Si tras los mundos ese infierno existe,
         Esa patria de horrores,
Donde habitan los tétricos tormentos,
         Inefables dolores;

 

Si allí se siente lo que nunca en vida
         El desespero inspira;
Si el suplicio mayor que aquí concibe
         La mente allí respira;

 

Si es de compacta, de infinita brasa
         El suelo que se pisa;
Si es fuego y humo, azufre, y son terrores
Cuanto allí se divisa;

 

Si allí se goza un género inaudito
         De experiencias terribles;
Si allí está el campamento de dolores
         En la vida imposibles;

 

Si es verdad ese cuadro que imaginan
         Las sectas de cristianos;
Si esos demonios, ángeles o furias
         No son errores vanos;

 

Yo, que probé en el mundo todas las
         Sensaciones posibles;
Que del más tierno afecto pasé a las
         Penas más increíbles;

 

Yo, que he pisado ya el altivo cuello
         Del más vario dolor;
Que contra él, en todas las batallas,
         He sido vencedor;

 

Yo, que ya he arrostrado inmensas muertes,
         Y que parezco eterno;
¡Yo quiero de una vez, y para siempre,
         Entrar en el infierno!

 

Yo quiero ver si encuentro en el abismo
         Un tormento invencible;
—¡De esos que hallarlos en la vida toda
         Jamás será posible!

 

Yo quiero ver si encuentro algún suplicio
         A mi alma soberano;
Le quiero oír esta palabra incógnita:
         —"¡Llora, que eres humano!"

 

Que de arrostrar dolores de la vida
          Casi parezco eterno.
¡Estoy cansado de vencer al mundo:
          Vencer quiero al infierno!

 


 

LOCO

Traducción de Renato de Mendonça



No, no está loco. El alma solamente
le rompió un eslabón de su materia.
Piensa mejor que tú, piensa más libre,
más se aproxima a la esencia etérea.

Pequeño halló el cérebro que tenía;
sus ideas no cabían en El.
Y su cuerpo luchó contra su alma,
y en esa lucha fué vencido aquél.

Fué la repulsa de los dos contrarios:
verdaderamente, un duelo insano,
el choque de dos fuerzas poderosas;
fué lo divino en lucha com lo humano.

Está más libre ahora. Algún atillo
se le solto del nudo de la inteligência;
se le rompió el anillo de la prisión de carne;
está más libre ahora em su propia esencia.

Ahora es ya más espírito que cuerpo;
ahora es un ente que pasó la cima;
es más que un hombre vano, hecho de barro:
es un ángel de Dios, que Dios anima.

Ahora sí que el espíritu, más libre,
subirá a las regiones más supremas;
al descender, podrá decir al hombre
las palabras de Dios, también eternas.

Y vosotras, almas terrenas, que la matéria
os asfixio u os redujo a bien poço,
no le entendeis, por eso, las frases santas
y, em zumba, le llamáis, por tanto: — Loco.

 

No, no está loco. El alma solamente
le rompió um eslabón de su materia.
Piensa mejor que tú, piensa más libre,
más se aproxima a la esencia eterna.

 

 

LA HUÉRFANA EN LA COSTURA

 

                     Traducción de Adán Méndez

 

Ela lhe ensinou a levantar suas mãos puras

e inocentes para o céu, a dirigir seus primeiros

olhares a seu Criador.

                     Flechier

 

Era mi madre bonita,

Era mi única dicha,

Era mi único amor,

Su cabello era tan rubio,

Ni una cinta de oro

Tendría tanto esplendor.

 

Sus madejas lucidas

Tan extensas le caían

Que lê besaban los pies.

Cuando me oía mis quejas

En sus áureas madejas

Me venía ella a envolver.

 

También cuando toda fría

Mi alma se estremecía,

Cuando ausente estaba el sol,

Su alargada cabellera

Como hebras entibiadas

Me servían de chalón.

 

Mi madre era bonita,
Era mi única dicha,
Era mi único amor.
Sus ojos era suaves,
Como trinares de aves
En la choza del pastor.

 

 

Tan bella mi madre que era!

— Yo me acuerdo tanto de ella,

De cuanto en ella existió!

Tengo en mi pecho guardadas

Esas palabras sagradas

Y el rizo que ella me dio.

 

A mis pasos vacilantes

Ella por largos instantes

Con los suyos enseñó.

Mis lábios mudos y quietos,

Entreabiertos por sus dedos,

Me pronunciaron: — Dios!

 

Después — cuando despertaba,

Cuando la aurora despuntaba,

Siempre su mano me dio.

Rabiando por la voz de ella

Yo repetía sincera

una preciosa oración.

 

Mi madre tan bella que era,

— Yo me acuerdo tanto de ella,

De cuanto en ella existió!

Era mi madre bonita,

Era mi única dicha,

Era mi único amor,

 

Estos puntos que yo imprimo,

Estos versitos que rimo,

Ella me los enseñó.

Las vocês que yo pronuncio,

Los cantos que balbuceo,

Fue ella quien los formó.

 

Mamita — dime esta vida,

también dime estas fatigas,

estas lanas enredadas:

Mamita dime este canto,

Mamita dime este llanto,

iDímelo todo mamá!

 

Mi madre tan bella que era,

Yo me acuerdo tanto de ella.

De nada suyo me olvido.

Era mi madre bonita,

Era mi única dicha,

Todo era, el todo mío.

 

 

Extraído de VISIÓN DE LA POESÍA BRASILEÑA. Edición bilíngüe. Selección y prólogo de Thiago de Mello. Traducción de Adán Méndez.


 

Página publicada em dezembro de 2008



Voltar para o topo Voltar para Brasil Voltar para  Bahia

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar