JOÃO BANDEIRA
Nació en Rio de Janeiro en 1960. Publicó, entre otros, Princípio da Poesia (1991) y Rente (1997). Prepara un nuevo libro de poemas, Estamparia, y una exposición de la serie de trabajos visuales Lugar Algum. Participó en publicaciones colectivas. [Traduciones de R.J., revisadas por J.B] [ Datos del año 2000]
Veja também: POESIA VISUAL DE JOÃO BANDEIRA
TEXTOS EM PORTUGUÊS / TEXTOS EN ESPAÑOL
BANDEIRA, João. Rente. São Caetano do Sul, SP: Ateliê Editorial; São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1997. S.p. ilus. Capa: João Bandeira. Foto da capa: Maurício Bacellar. ISBN 85-85851-15-5 Ex. bibl. part. Salomão Sousa.
“Uma linguagem à flor da pele (a flor, a pele) / da linguagem / das coisas”. ARNALDO ANTUNES
Obs. Os poemas do livro RENTE foram selecionados, traduzidos, publicados na revista tsé = tsé e reproduzidos abaixo. Aqui acrescentamos mais um:
Textos originalmente publicados na coletânea 30 POETAS DE BRASIL, na revista tsé = tsé 7/8 otoño 2000, Buenos Aires, Argentina, da qual extraímos alguns poemas de alguns poetas para divulgação.
De NOITE
“no hay ternura comparable a la de acariciar lago que duerme”
O. Girondo
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
o vento
e outras árvores
raspam as costas da casa –
a madeira apara
toques
sem o exato do machado.
el viento
y otros árboles
raspan las costas de la casa-
la madera soporta
toques
sin lo exacto del hacha
parece mínimo
compará-la à orquídea
importa a mim
a beleza compartida
parece mínimo
compararla a la orquídea
a mi me importa
la belleza compartida
olho com
olho no sem
fundo do espelho
ojo con
ojo en el sin
fondo del espejo
(
rugas entre-
vistas
franzir do cenho
a raiva solar
dando na vista
(
arrugas entre-
vistas
fruncir del ceño
la rabia solar
dando en la vista
o contentamento
estrelado em marcas
ao lado dos
lábios
sorrindo
)
el contento
estrellado en marcas
al lado de los
lábios
sonriendo
)
o tempo
hábito de opostos
desabita-o
el tiempo
hábito de opuestos
lo deshabita
a montanha insone
agasalhada de névoa
a lagoa sonha
la montaña insomne
agasajada de niebla
la laguna sueña
quando você passa
a passo vivo e calmo
alma encarnada que oscila
entre Cila e a Santa de
Ávila, langue e doce
minha língua sibila
deixando a puta da vida
ou dama da corte já
à morte no cal da minha
pálida langue d’oc
cuando tu pasas
a passo vivo e calmo
alma encarnada que oscila
entre Cila y la Santa de
Ávila, lánguida y Dulce
mi lengua sibila
desejando la puta de la vida
o dama de la corte ya
a la muerte en la cal de mi
pálida langue d’oc
sol
que soterra
o verde
reverbera
um tange
um berra
sol
que soterra
el verde
reverbera
uno tañe
uno berrea
Página publicada em março de 2010; página ampliada em setembro de 2017 |