HUMBERTO FRANÇA
NACIÓ en Caruarú, Estado de Pernambuco, Brasil, en 1952. Es Bachiller en Filosofía y Master en Historia, escritor y poeta. Escribe para el Diário de Pernambuco. Ejerce la coordinación del Centro de Literatura Mauro Mota ade la Fundación Joaquim Nabuco, del Ministerio de Educación del Brasil. Libro de poesía: A Noite de un dia (1998). Promueve el FESTLATINO, que se realiza en Recife y en otras ciudades del mundo latino.
A ÚLTIMA REFEIÇÃO
À mesa, o silêncio,
O pão, as faces no cristal d´água,
A folha do jornal, intacta.
Nos lábios, o leite.
Não olhas.
O rosto fere.
A lâmina confere a tua vontade.
Nossa última refeição.a
EL ÚLTIMO DEASAYUNO
La mesa, el silencio,
El pan, los rostros en el cristal del agua,
La hoja dei periódico, intacta.
En los lábios. la leche.
No miras.
El rostro hiere.
La hoja dei cuchillo confronta tu voluntad.
Nuestro último desayuno.
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EM ESPUMAS
Recolhi teus olhos como conchas.
Flutuantes, na pura espuma —
E na tua face os preguei.
Rubros, os céus se levantaram,
Acendendo n'alma uma espécie de
Lâmpada,
Para procurar teus olhos no mar.
Como barcos perdidos, vieram à praia.
Eu os encontrei,
Verdes, flutuantes,
Na pura espuma, ao amanhecer.
EN ESPUMAS
Recogí tus ojos como caracoles.
Flotantes, en la espuma pura —
Y en tu rostro los pegué.
Los cielos se levantaron encarnados
Y ascendió en el alma una especie de
Lámpara,
Para buscar tus ojos en el mar.
Como barcos perdidos, volvían a la playa.
Yo los encontré,
Verdes, flotantes,
En la espuma pura, al amanecer.
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SACRÁRIO
Deus me habitou por engano.
Depois, partiu.
Não dei conta.
Nem Ele.
SAGRARIO
Dios me habitó por engaño.
Después, partió.
No me di cuenta.
Tampoco Él.
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FITA AS PROFUNDEZAS
Fita as profundezas.
O futuro destruído por teus planos,
Os amores que não soubeste adiar,
As mãos amigas, tão cedo, recusadas
Recolhe, antes que entardeça,
Os sonhos equivocados, o inesperado,
Vê, nas profundezas, que o tempo aguarda
Como uma lâmina em mão segura.
ESCUDRIÑA LAS PROFUNDIDADES
Escudriña las profundidades,
El futuro destruido por tus planes,
Los amores que no supiste postergar,
Las manos amigas, tan pronto, rechazadas.
Recoge, antes que anochezca,
Los sueños equivocados, lo inesperado,
Ve, en las profunidades, que el tiempo
Como una espada en mano segura.
FRANCACHELA. Revista Internacional de Literatura y Arte. Número 2, Julio de 2005. Buenos Aires, 2005. Director: Daniel A. Andina. ISBN 167-4251 Exemplar biblioteca de Antonio Miranda
A NOITE DE UM DIA POEMAS
Não venhas à minha noite
Com teus olhos, frutos dourados,
Na figueira divina dependurados,
Feitos de uma luz não-solar.
Não venhas à minha noite,
Com passos suaves,
Nem com mãos que tocam
A indefesa ferida do ser.
Não venhas à minha noite,
Com lábios penetrando a carente,
E com o silício do amor.
Insubmisso. Não poderei viver.
ÁRVORE DA VIDA
Árvore da Vida,
A abrigar os pássaros dos sonhos,
Árvore de luz e de muitas noites.
Árvore a levitar com os ventos,
A gritar sob tempestades,
A gerar os dias, a amainar a tarde,
A alimentar a terra, conter os céus.
Árvore milenar e renascida,
Árvore da planície e da montanha,
A arder infinda seiva sombra.
Árvore da vida, de frutos sagrados,
Árvore templo, continente do eterno,
A vivificar o campo silencioso e eterno.
Árvore da vida.
1994
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Página ampliada e republicada em maio de 2024.
Página publicada em julho de 2010
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