ELISA ANDRADE BUZZO
(São Paulo, 1981), é formada em jornalismo pela Universidade de São Paulo.
Trabalhou na Radiobrás, revista Cult, edição brasileira do Le Monde diplomatique e participou do Rumos Itaú Jornalismo Cultural edição 2004/2005. Seu primeiro livro de poesia é Se lá no sol (7 Letras, 2005); depois vieram Oitavas (Demônio Negro, 2006), Caos Portátil, poesía contemporánea del Brasil (El Billar de Lucrecia, 2007) e Antologia Vacamarela (2007)."
Ainda em livro, participa das coletâneas Cuatro poetas recientes del Brasil (Black&Vermelho, 2006) e Oitavas (Demônio Negro, 2006). Co-edita a revista de literatura e artes visuais Mininas. Na Internet, mantém o blogue Calíope (http://caliope.zip.net) e uma coluna no Digestivo Cultural (http://www.digestivocultural.com.br).
Os poemas a seguir foram extraídos da obra ANTOLOGIA VACAMARELA : português, español, english. São Paulo: Edição dos autores, 2007. ISBN 978-85-905633-2-7, lançada em novembro de 2007 durante o Tordesilhas – Festival Ibero-americano de Poesia Contemporânea, realizado pelo Centro Cultural Caixa.
TEXTOS EM PORTUGUÊS / TEXTOS EN ESPAÑOL
CONSTRUÇÃO
Rompe a manhã
gongo
pedra no invisível
Irrompe drástico
nas suítes inacabadas
Mágico, irrompe a luz
Estremecendo em ondas o quarteirão
Rompe ar ressequido, lacre
Transforma espaço vazio em habitável
sombra
SE LÁ NO SOL...
Deitada numa roda macia de luz,
vou tocar a lira perdida dos deuses.
Não me venha dizer que é sonho, mero engano,
porque a terra subir até o cimo branco,
já se entranhou nas nuvens, não pára de crescer.
Se lá no sol me faço
Lá, me rendo, se sou
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CARPE DIEM
Guardarei meu dmheiro
Comprarei roupas caras
Comerei camarão
Estalarei meus dentes
Mentirei vez ou outra
Baterei por prazer
Trairei em 1ençóis brancos
Aceitarei comissão
Comerei caviar
Ganharei notas verdes
jogos, dados vermeihos
Pagarei por vestidos
cada vez mais vazios
Quantitativamente
cumularei arrobas
engolirei peixes frágeis
com serena feição,
discursos inflamados
Esmagarei um pássaro
contra minhas mãos duras
Cantarei como um bardo
falsas canções de amor
Tomarei vitaminas
maquiarei rugas, marcas
vida desenxabida
lenço sujo a torcer
Sujarei camas vazias
Traindo a mim mesmo.
AMÉRICA
É preciso amar rapidamente
ler todos os livros interessantes
pintar os quadros com urgência
transformar toda farinha em pão
registrar todos os sentimentos
antes que as cabeças sejam cortadas.
Extraídos de CAOS PORTATIL – POESÍA CONTEMPORÁNEA DEL BRASIL – Edición bilíngüe. Selección de Camila do Valle y Cecilia Pavón. Traducción de Cecília Pavón. México: Ediciones El Billar de Lucreciak, 2007.
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TEXTOS EN ESPAÑOL
Traducción de Magaly Bátory
CONSTRUCCIÓN
Rompe la mañana
gongo
piedra en lo invisible
Irrumpe drástico
en las suites inacabadas
Mágico, interrumpe la luz
Estremeciendo en ondas la cuadra
Rompe aire resecado, lacre
Transforma espacio vacío en habitable
sombra
SI ALLÁ EN EL SOL...
Echada en una rueda blanda de luz,
voy a tocar la lira perdida de los dioses.
No me venga a decir que es sueño, mero engaño,
Porque la tierra subió hasta la cima blanca,
ya se entrañó en las nubes, no para de crecer.
Si allá en el sol me hago
Allá, me rindo, si soy
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CARPE DIEM
Ahorraré dinero
Compraré ropa cara
Comeré camaron
Romperé mis dientes
Mentiré una que otra vez
Golpearé por placer
Seré infiel en sábanas blancas
Aceptaré comisiones
Comeré caviar
Ganaré billetes verdes
juegos, dados rojos
Pagaré por vestidos
cada vez mas vacíos
Cuantitativamente
acumularé arrobas
engulliré peces frágiles
con sereno aspecto,
discursos inflamados
Oprimiré un pájaro
contra mis manos duras
Cantaré como un bardo
falsas canciones de amor
Tomaré vitaminas
maquillaré arrugas, marcas
vida insipida
pañuelo sucio para retorcer
Ensuciaré camas vacías
Traicionándome a mi misma.
AMÉRICA
Hay que amar rapidamente
leer todos los libros interesantes
pintar los cuadros con urgencia
transformar toda la harina en pan
registrar todos los sentimientos
antes de que las cabezas sean cortadas.
Extraídos de CAOS PORTATIL – POESÍA CONTEMPORÁNEA DEL BRASIL – Edición bilíngüe. Selección de Camila do Valle y Cecilia Pavón. Traducción de Cecília Pavón. México: Ediciones El Billar de Lucreciak, 2007.
Página publicada em novembro de 2007 , ampliada e republicada em abril de 2009.
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